Homens que não agradam, de todo!
Se há coisa que me chateia, são os homens que querem ser/parecer muito simpáticos mostrando à vontade e confiança com uma mulher que já não vêem há alguns anos.
Foi o que me aconteceu ontem.
Aqui, junto a casa, quando atravessava a rua, vejo alguém que me pareceu conhecido mas com quem não tenho grande confiança/ relação de amizade.
O homem vê-me, já do outro lado da rua, volta a trás, porque me reconheceu.
Agarra-me o rosto, dá-me dois beijos na face e com uma conversa que não me agradou de todo, despejou a simpatia que lhe convinha: "ah, e tal, que saudades tenho da tua avó, vives em casa dela? (nunca vivi com a minha avó ,embora ela morasse no prédio ao lado do meu.E ela faleceu há 27 anos), e o teu irmão J ainda trabalha na D? ai, os teus irmãos C e M faleceram tão novos, ai e o teu pai, só soube alguns meses depois..." ( e tratava-me por tu, dass!". E ora as mãos tocavam o meu rosto, ora a cintura:
" ****-se", (comentava para o meu decote).
Lixada com a treta, fui respondendo (não queria ser antipática) até que me mostrou um folheto com desenhos de vivendas que, segundo ele, era de uma pequena sociedade da qual faz parte, fazendo a divulgação e venda.
"Não queres entrar nesta sociedade? Ainda estes dia vendemos uma vivenda ao Eng. M, e se souberes, lá pelo teu emprego, de quem esteja interessado, ganhas uns euros."
"Não, obrigada, não quero. Com os cortes que estão a fazer na função pública, não há dinheiro para comprar vivendas.
"Ah, pois é, tens razão, mas olha que vale a pena" (ele estava a fazer-se para eu comprar uma).
"Como pode ver, vivo num lugar onde tenho tudo à mão: finanças, correios, supermercados, e casa como a minha, no centro da cidade, não me leva a pensar deixá-la".
"Ah, pois é. Desde que idade vives aqui na rua? Quando viveste em Guadalape, que idade tinhas?"
"Cinco, e quando vim viver para aqui, teria 9/10 anos. Por isso, não tenciono sair".
"Pois, tens razão. Mas olha, gostei muito de te ver. Estás muito bem. Ainda trabalhas na PL? Adorei ver-te. " E despediu-se (depois de perceber que daqui, não levava nada...de compras). Agarra-me o rosto, prega-me mais dois barulhentos beijos e foi-se.
Quando seguiu o seu caminho, desejei que ele não olhasse para trás e visse qual a porta do prédio que eu entrara.
Entrei, fechei-a e esqueci o assunto...não fosse, hoje, ler este post.