No dia dez de Março, escrevi neste post isto:
"Despedimo-nos com a minha promessa que vou reunir o grupo de amigas e fazermos uma visita e um lanche nos jardins da casa de saúde."
Atempadamente, contactei algumas das amigas mais chegadas da Alice. Falei-lhes na ideia que tive de visitarmos a Alice, e fazermos um lanche, no dia que melhor lhes conviesse.
Uma delas, precisava dos fins de semana de Março, andava em mudança de casa, sugeriu o dia 2 de Abril.
Há cerca de dez dias, os contactos voltaram, ficou então confirmado hoje visitarmos a nossa amiga. Combinamos o que cada uma levaria.
Encontramo-nos na Casa de Saúde por volta das 16:10h.
Entrei na recepção, vejo uma delas sentada no sofá. Em frente, estava a Alice rodeada pela família. Dos jardins entram na recepção duas das nossas amigas que chegaram mais cedo, foram à procura da Alice mas desencontraram-se.
A Alice ficou feliz quando nos viu.
Quando a família percebeu que íamos fazer um lanche, super feliz connosco, disseram-lhe: " Vá, vai lanchar com as tuas amigas".
A Alice despediu-se da família. Aproximou-se da mãe e diz-lhe " Mãe, não vais chorar".
Ficamos todas estupefactas com as suas palavras.
Seguimos na direcção do jardim, fomos para uma zona com bancos.
Decidira levar uma toalha bordada pela minha mãe, que seria a mais adequada ao lanche no jardim. Há muitos anos que tenho essa toalha guardada. Não a uso porque tem uns pequenos buracos. A renda original estava rasgada e um dia, não sei há quantos anos, cortei-a e fiz uma igual.
A renda está impecável, a toalha nem por isso, mas adorei levá-la.
As amigas comentaram: " Trouxeste toalha? Só mesmo tu!"
Croissants, doces miniatura, morangos e sumos de pacote, foi o nosso lanche.
As doentes que por ali andavam, também foram convidadas a escolher o que quisessem.
Gostei do gesto delas: escolheram os doces, agradeceram, e deixaram-nos a conviver.
Uma hora em saudável convívio. A Alice está sorridente, está bem, mas não consegue acompanhar as nossas conversas.
Faltam-lhe as palavras quando quer dizer alguma coisa.
Há um pormenor que a minha irmã detectou: a Alice sorri como uma criança e quando vê crianças com os pais que vão visitar os familiares, ela aproxima-se delas, fala com elas.
A visita acaba às 17h. Fomos levá-la à sala por volta das 17h20.
A funcionária que estava de serviço, uma jovem negra, bonita e sorridente,abriu a porta. E falava da Alice. Pelo que me pareceu a Alice não causa nenhum problema. Maquilha-se, arranja o cabelo, convive com todas.
Entregamos tudo o que sobrou do lanche para ela partilhar com as colegas.
Para os tempos ivres, uma das nossas amigas ofereceu-lhe um estojo com lápis de cor e desenhos para ela pintar. Eu ofereci-lhe um saco com chocolates miniaturas.
A Alice faz anos em Maio. Pensamos levá-la a almoçar connosco.
Temos de saber se autorizam.
Espero que sim.
Depois da visita, fomos tomar um café, conversar um pouco. Há muito que não estavamos juntas.
Despedimo-nos com uma grande vontade de sairmos mais vezes.
Cumpri a promessa.
Em breve, voltarei à Alice.
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