A Madame do batom vermelho, take 2
As pontas de cigarro continuavam, e continuam, a "acumular-se" junto à porta da minha garagem e, um belo dia, peguei na vassoura. Uma a uma, varri-as para o apanhador e guardei-as num saco de plástico, que ficou junto ao caixote do lixo que tenho na garagem. (devem cheirar mal, mas não as pus no lixo até...)
Por vezes, e se a madame do batom vermelho está por casa e vê a "cena" que propositadamente faço quando abro a garagem para tirar o carro, qual jogador de futebol, chuto as que estão ali ao meu alcance para o lado da escadas dela.
Sou paciente, mais dia menos dia eu descobria quem as lança para o chão.
O marido da madame do baton vermelho trabalha na Agere, não se me punha a hipótese de o casal poluir o ambiente (se bem que ouço coisas que não agradam ao ambiente, nem ao vizinho que vive na cave).
E já lá estão umas quantas, recentes, fresquinhas, porque eu vou todos os dias tirar o carro.
"Quem será?", perguntava-me, olhando para os andares do outro lado do prédio onde, no 3º andar vive um moço cinquentão, fumador, que raramente está em casa.
Ora há minutos atrás, depois de lavar a loiça, fui à janela das traseiras. Com uma temperatura tão agradável, deixei-me ficar. Subitamente, olho para baixo e vejo alguém sentado(a) nas escadas com o telemóvel na mão esquerda e o cigarro na mão direita.
Rapidamente desliguei a luz da cozinha e fui para a janela. O braço era de mulher, não se via a cabeça.
Uns minutos depois, pessoa levanta-se e vejo a madame do batom vermelho. Entrou em casa.
Como estava às escura, ela também, não vislumbrei o lançamento da ponta acesa.
E pensei: "será que apaga o cigarro dentro de casa e lança-o para o exterior?"
Os vizinhos são pessoas serenas, boa gente.
Falar com a madame do batom vermelho, não quero. Falar com o marido, nem pensar (parece-me ser controlado pela esposa)!.
Pôr um letreiro na porta da garagem, como pensara aqui: " parece-me que neste prédio não há cinzeiros dentro de casa", não tenho como afixar/prender.
Então, vou repetir o que fiz antes, mas num dia que eu pressinta que ela está em casa.
Vassoura na mão, vou juntar as pontas todas que estão prostradas em frente à garagem, junto as que tenho dentro do saco e vou depositá-las nas escadas dela.
E que não me chateie a beleza.
Não sou mulher para discutir com os vizinhos.