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cantinho da casa

cantinho da casa

já tive melhoras

voltei ao médico, que sugeriu a cirurgia, mas eu não quero. pelo menos para já.

A injecção que tomei antes de ir para férias aliviou a dor mas o formigueiro na mão é mais intenso.

Comecei a fisioterapia, mal cheguei de férias, espero ter melhoras.

Evito escrever no computador, uso o telemóvel.

Tudo isto tira-me a vontade de andar pelo blog.

 

seria bom ficar uma noite

Fui levar a minha irmã ao hospital para ser operada às varizes, era a segunda da lista, tinha entrada marcada no hospital para as 13h.

Sou pontual, às 13h15 saía eu do hospital, ainda vim almoçar a Braga.

Embora tivesse sido operada há 6 anos, estava ansiosa. Um livro para se distrair, eis que uma hora depois de a deixar, recebo uma SMS a dizer que ainda não tinha entrado para a sala de cirurgias.

Claro que não, pois se tinha uma pessoa à frente, calculo que no mínimo duas horas seriam necessárias para  chegar a sua vez. 
A minha resposta foi " À hora que tiveres de sair, diz, nem que seja de noite".

Entretanto, as SMS entravam, quase desmaiou a meter o catéter, que tinha dores horríveis, que tiveram de metê-lo noutro sítio,  porque nunca mais chegava a sua vez. Acabei de receber nova SMS, são 17h, a dizer que ainda está na enfermaria que nem às 9h da noite sai do hospital.

Minha resposta: "O melhor será ficares a noite aí, descansas, e amanhã vou-te buscar. Mas se saíres de noite, amanhã não vais trabalhar".

Resposta: " Ok, farei o que os médicos me aconselharem".

Compreendo o seu desespero, sei o que é marcarem uma hora e estar impaciente à espera da sua vez.

Ainda bem que está atrasada porque se fosse a horas, é sua intenção ir trabalhar amanhã, teria de fazer 100km.

Ela põe a empresa em primeiro lugar e eu não aceito este sacríficio.

 

A razão do post anterior

fez-me lembrar que, há cerca 15 anos, decidi encher o meu lábio superior.

E aqui ao lado, neste prédio, existe um consultório de três irmãos médicos, um deles cirurgião plástico, que havia feito uma rinoplastia aqui à "je", decidi,  mais tarde, encher o lábio superior (nasci com fissura labial-palatina).

Foi-me injectado ácido hialurónico, Restylane, em vários pontos do lábio superior.

Boca com pequenos hematomas, lábio inchado, fiquei super feliz porque, finalmente, iria ter uma boca mais sexy.

Mas o médico havia dito que, provavelmente, teria de fazer mais do que uma aplicação. Dependeria da reação da boca ao ácido.

O resultado foi: uma semana depois, à excepção de uma nodoazita negra, o lábio estava como dantes. Não fizera efeito, teria de aplicar muito mais ácido hialurónico até ficar com  a espessura desejada.

E como não sou rica e não podia pagar 200 euros, preço especial, a multiplicar por, pelo menos, duas  a três vezes só nesse ano, arrumei com o assunto de vez.

Por que pensei que esse desejo de ter uma boca mais espessa, tonar-me-ia dependente do ácido hialurónico, também depressa esqueci o assunto.

Alguns anos depois, e quando a Bárbara Guimarães apareceu com toda a sua sensualidade na estação de Carnaxide, voltei a pensar na minha boca, mas não no Restylane, e procurei um criurgião plástico algures numa clínica perto do mar.

E quando perguntei ao médico quais eram as probabilidades de sucesso em fazer um enchimento com gordura do meu corpo, lipoenxertia,respondeu-me: "A sua boca está muito bem. Não queira isso. Vai ficar com os beiços carnudos( e fez o gesto com as mãos, pormenor que não esqueço) e isso não vai ficar bem. Deixe estar como está."  

Entretanto, há sete anos, numa clínica da capital, chamaram-me para fazer o cálculo do IMC,e sem que eu falasse em alguma coisa, pois a consulta era de outra especialdidade, perguntaram-me se gostaria de fazer uma correção às minhas eternas rugas: da testa, dos olhos e do lábio. "Pense no assunto", disseram.

Mas eu nunca pensei nisso. As rugas estão cá, sãs e bem, acompanhando o correr do tempo.

esta notícia, foi a razão de contar a estória dos beiços carnudos e das "forever" rugas.

 

Como foi...

 

48 horas após cirurgia, e por que a minha vista está a melhorar, decidi contar esta pequena “maratona” oftálmica.
Fui para o ambulatório por volta das 19: 10 horas. A cirurgia estava marcada para as 20 horas.
Levaram-me para um vestiário onde vesti umas calças e uma blusa de papel azul, por cima da lingerie. Os sapatos acompanhavam-me na maratona.
Sentaram-me no terceiro de quatro cadeirões que ficavam de frente para a porta. Sozinha, imaginei-me a ser “despachada” daquela cirurgia e vir para minha casa ainda antes das 22horas.
De repente, a enfermeira auxiliar, diz-me:“Hoje são só senhoras”.
Perguntei quantas estavam para  ser operadas. Respondeu-me “quatro”.
Não me ocorreu que seria a terceira.
Entretanto, chega a segunda senhora. Octogenária, muito simpática e cheia de vida.
Sentaram-na no primeiro cadeirão.
Por volta das 19:20 vem a enfermeira de serviço. Alta, magra, jovem, simpática também, com a chiclete na boca.
Abre gavetas, tira agulhas, liga o pc,sintoniza música pop, portuguesa, de tudo um pouco, abre e fecha armários...
Dirigiu-se à octogenária e avisa-a que tem de responder a umas perguntas (que a senhora não sabia de todo responder), e informa-a dos passos a tomar para a cirurgia.
A seguir entra uma jovem adolescente que se senta no quarto cadeirão.
Quando a enfermeira se aproxima de mim, faz-me o mesmo inquérito e recomendações que fizera à octogenária, (alergias, doenças, nº de intervenções que fui submetida, medicação), e prepara-me para o bloco.
Gotas nos olhos, estes sempre fechados, cateter na mão esquerda com soro, e pronto para alguma medicação, caso fosse necessário durante a cirurgia.
Quando se dirigiu à jovem, já  passava das 20:30 horas.
Perguntei se era eu a primeira, ao que respondeu que seria a terceira.
O lugar onde as paciente estavam sentadas indicava a prioridade na cirurgia.
Fiquei preocupada. Tinha avisado os meus familiares que deveriam procurar-me por voltas das 21:30.
Pedi autorização para ir à sala onde tinha os meus objectos pessoais, para que pudesse ligar-lhes e avisá-los que não saíria da clínica à hora combinada.
Entretanto, chega a quarta senhora que se senta na segunda cadeira.
Espreito o relógio. Se eu era a terceira, o médico não tinha chegado e se a primeira doente estaria 40 minutos no bloco, então eu seria operada por volta das 23horas.
21.10 chamam a primeira senhora.
Olhos fechados para que as gotas fossem anestesiando a vista. Também não queria ver as horas, pois sendo a terceira a entrar para o bloco, seria uma eternidade e preferia manter-me sossegada e calma a abrir o olho e decepcionar-me com o tempo que nunca mais passava.
De repente, o telefone toca e escuto a enfermeira dizer: «então vai a terceira? O senhor doutor quer as cataratas?».
Fiquei de olho aberto. “Seria a minha vez? Mas eu não tenho cataratas. Ainda sou nova para isso”, pensei.
Dirige-se a mim ajuda-me a levantar e passo a sentar-me na cadeira de rodas que me levaria até à entrada do corredor que dá acesso ao bloco. Aí, passo para outra cadeira de rodas e entro no bloco.
Moderno, bem equipado, muito diferente daquele que eu havia entrado há sete anos atrás.
Deitam-me na cama, tapam-me a vista direita com uma compressa colante. O médico aproxima-se de mim, pergunta-me se estou bem disposta e explica-me o que vai fazer.
Corta com uma tesoura o espaço correspondente ao olho direito e aí começa a maratona.
Uma luz branca e forte  onde distinguia três quadradinhos pequenos azul forte. De vez em quando sentia jactos de um liquído para limpar a vista. Outras vezes via algo andar à volta da minha vista. Um gel transparente e uma agulha??? que se mexiam, mas não doía nada.
O médico dizia: «Olhe para baixo. Muito bem… Agora olhe para luz.  Muito bem…Está a colaborar muito bem… A lente está quase no centro.
Volte a olhar para baixo. Agora para a luz… Bom, muito bom. Que bem que a…colabora comigo. Está quase a acabar. Depois vamos voltar a verificar se ficou bem centrada. Vamos para a vista esquerda»
Descolam a compressa colante do lado direito e põe uma nova para a esquerda.
Volta-se ao mesmo ponto. O mesmo diálogo, a mesma motivação.
Talvez porque no olho direito a sensação fosse inesperada e mentalizando-me do tempo que seria eterno, senti que a vista esquerda foi mais rápida e custou-me menos suportar toda aquela azáfama oftálmica.
Voltam à vista direita. Mais um jorro.Eu só queria sair dali. Mas estava calma, muito calma. Afinal estava ali porque queria.
Acaba a intervenção. O médico congratula-me mais uma vez pela minha colaboração, que facilitou muito o seu trabalho.
Quando volto para o ambulatório não estava nenhuma das senhoras que vira antes. Olhei o relógio:22:50h.
Deram-me um chá e umas bolachas. Eu estava em jejum desde as 13 horas.
O médico veio ter comigo. Fez-me todas as recomendações pós operatórias.
Vesti-me. Chamaram os meus familiares. Eu ri-me e perguntei « Gostam dos meus óculos novos? São modernos não são?»
E vim para casa dormir com aqueles óculos de soldador, que deveriam ser retirados na manhã seguinte.
Voltei à clínica para a consulta,ontem.
O médico ficou estupefacto.
Eu estava bem disposta, via bem.
Disse-me que podia fazer a vida normal excepto, durante uma semana, baixar a cabeça.
E para minha felicidade, bem-estar e qualidade de vida, não uso óculos nunca mais.
 
Congratulo o jovem médico que me operou, pela motivação e força que dá ao paciente.
 
Obrigado.