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Estava preparada para enviar por mail umas cópias de uns documentos, quando o telemóvel tocou.
Convicta que era o trolha (não me lembrei que tenho o seu nome nos contactos) que combinara comigo vir cá ontem e não veio, preciso de um orçamento para obras na garagem e pintura da sala, atendi o telemóvel.
Quando ouvi uma voz vibrante e simpática demais, para meu gosto, de uma mulher, pensei " Caramba, estou tramada!"
Então foi o desenrolar de uma conversa tu cá tu lá como se de duas amigas se tratasse.
Perguntou-me de que zona do país eu falava, respondi, e então: "Ah, e tal, vivi aí em Braga, adorei, mas depois tive de regressar à minha cidade. A sua cidade é muito bonita e blá, blá, blá".
E eu desviava o telemóvel do ouvido, porque desenrolou uma quantidade de merdas que não me interessava saber.
Gente, quando convincentes, deitam tanta coisa de si da boca para fora.
Às tantas, depois de a deixar descarregar a conversa e porque precisava de enviar o e-mail, interrompi-a e disse que não estava interessada no produto.
"Ah, e tal, porque agora mudamos o nome, as coisas funcionam de outra forma, e tal."
Eu insistia que não queria nada, que já tivera duas experiências que resultaram em nada, que não queria, e blá,blá,blá.
Volta a explicar-me que era diferente, pergunta-me o que foi que correu mal nas vezes anteriores.
Ansiosa por a despachar, e porque não quero MESMO o produto, resumidamente contei.
E regressa à conversa anterior...
Já nem a ouvia. E escrevia na minha agenda " estou farta de ouvir a conversa ao telemóvel da gaja do... que agora é outra coisa qualquer" até que, de repente, indirectamente, a mulher queria o meu NIF.
Eu não me manifestei, volta a usar as mesma palavras e respondo-lhe:
" se tem aí o meu NIF, porque está a pedir-mo?"
"ah, não sei se está a entender, eu não tenho o seu NIF. Eu quero que a senhora Maria V me diga para ver aqui na ficha o que foi que aconteceu naquelas duas vezes que lhe foi recusado o produto".
Não lhe disse que não lhe dava o NIF ( a conversa estava a ser gravada). Mas insisti que não queria nem estou interessada no produto, e se um dia quiser entrarei em contacto com a empresa.
Quando finalmente percebeu que não lhe daria o NIF (era o que faltava!) acabou a conversa ( que estava a ser gravada) dizendo que fora um prazer falar comigo, que fui muito simpática, que agradecia do fundo do coração a minha simpatia. E desligou.
Eu entendo o quanto estas pessoas precisam destas chamadas para ganharem a sua comissão. Muitas foram as vezes que o fiz para as ajudar.
Mas depois vinha a carta a informar-me que não era possível ter o produto.
Lamento. De coração.