uma foto # 28
A tenda da Saboaria da Quinta no Festival Medieval Solidário, em Ponte de Lima
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
A tenda da Saboaria da Quinta no Festival Medieval Solidário, em Ponte de Lima
estou cansada de ver as caixas dos sapatos nas prateleiras do armário que tenho só para calçado.
estes dias, fiz uma experiência com um dos cestos, em castanho, que tenho na cozinha.
na mouche!
estes cestos dão para guardar no mínimo 3 pares de sapatos e para as botas de cano alto, que brevemente sairão das caixas.
cada uma das prateleiras encaixa três cestos, mas como duas delas são para ter à mão o calçado que uso na estação, só preciso mesmo de comprar três.
fui ao Continente e encontrei os ideais para o efeito.
passei pelo Aki, não gostei de nenhum, são muito altos, não servem.
fui ver noutras lojas e cheguei à conclusão que os do Continente são os que melhor se enquadram no espaço..
há duas cores: azul e bege.
o bege condiz com a cor castanho do armário, mas o azul sobressai no tom dele e como tenho um espelho com moldura azul, do lado oposto ao armário, parece-me ser o azul o que vou escolher.
com o tecido Ikea em tons de azul que comprei para forrar uma cadeira e um banco, acho que o closet vai ficar mais acolhedor
No Jornal da Noite, passou a notícia do jovem Nuno Henriques que teve a ideia de recuperar a tradição do fabrico de cestos de junco, uma herança da família, fazer o seu negócio e expandi-lo.
Os únicos artesãos do fabrico da cestaria são pessoas de avançada idade, mas o jovem empresário quer dar a conhecer ao mundo esta linda tradição dos cestos portugueses, como aqui refere:
Todo este processo está ameaçado a acabar. Não há artesãos jovens que queiram aprender este trabalho e mesmo a apanha do junco no sul de Portugal, também ela perfeitamente manual, não encontra mãos novas. Mas antes que isso aconteça eu gostaria de partilhar e valorizar esta bela parte da minha herança cultural consigo (da página de Toino Abel).
Aqui no norte também se faziam, felizmente ainda se mantém a tradição, eram vendidos nas feiras e em lojas de cestaria. Em Braga havia uma loja, as Cesteiras que, infelizmente, já não existe, onde se vendia de tudo o que se fazia cá em Portugal, de norte a sul, em verga e junco: chapéus, baús, malas, cestas, cadeiras, tabuleiros, camas de criança...
Lembro-me de, em miúda, gostar muito destes cestos e de os ver nas mãos das empregadas domésticas (minha avó paterna tinha uma cesta grande que era usada para a empregada ir às compras ao mercado e à mercearia) e das lavradeiras que iam vender para o mercado (ainda hoje se vêem nas vendedoras mais velhas). Eram cestas usadas para as compras, pelas mulheres de condição social baixa.
Nessa altura, vivia-se mal. As mulheres faziam docinhos, pequenas coisas de artesanato, rendas, tudo o que fosse possível vender de porta em porta para ganhar alguns trocos para o sustento da família. E estes cestos andavam nas suas mãos.
Minha mãe era uma mulher muito habilidosa na costura, bordados e tricot. Fazia pequenas coisas para a casa, sacos para o pão, panos de cozinha, os babeiros (alguns bordava-os) para mim e para a minha irmã mais velha, os remendos nas calças dos meus irmãos.
Costumava comprar retalhos a uma velhinha, muito limpa, que trazia os retalhos muito bem dobrados, cobertos com um pano branco bordado, dentro do cesto. Batia à porta, eu descia com a minha mãe para ver as novidades dos retalhos que eu tanto gostava. Adorava mesmo mexer naqueles pequenos tecidos tão arranjados e dobrados. A senhora falava muito baixinho, era de uma humilde imensa e minha mãe, uma boa cliente da senhora, muitas das vezes, penso eu, devia comprar mais para a ajudar que por necessidade.
Os anos passaram, as mercearias deram lugar aos supermercados e mercadinhos, o mercado das lavradeiras foi quase esquecido, as sacas de pano foram substituídas por sacos de papel e de plástico, os remendos deixaram de se fazer, tudo passou a descartável e os cestos deixaram de ser usados na cidade.
Mas os tempos também ajudam as pessoas a procurar alternativas ao desemprego e a recorrer ao que antigamente se fazia. E "Toino Abel" está a desenvolver um bonito negócio e a divulgar lá fora o que de muito bom de artesanal se faz neste país.
E foi então que vim pesquisar se a nossa cestaria andava por aqui... E encontrei a marca Toino Abel, do jovem que foi notícia no Jornal da Noite.
Tem uma página em português e inglês onde explica como começou este seu negócio, a história da família, de como são feitos os cestos, de quem os faz, onde são feitos e o vídeo que mostra como se fazem as asas das cestas.
Um negócio em expansão, com necessidade de mão d'obra mais jovem para dar continuidade a uma tradição familiar tão bonita e moderna.
Os cestos andam aí, chamam a atenção das mulheres portuguesas (esta blogger adora-os) e poderá ser a mala da moda urbana para o próximo verão e para a praia, porque não os lindos cestos com o design "made in Portugal"?
E há modelos para todos os gostos. Eu gostei de todos.
o chuveiro jacto dos meus sonhos, hummmmm (daqueles que procuro nos SPAS), aqui.
e a prateleira, por baixo da bancada da casa de banho, para acomodar as toalhas nos cestos de arrumação tão práticos e bonitos, daqui.