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cantinho da casa

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Fátima, o meu/nosso dilema

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Vou a Fátima no dia 12. Até aqui, tudo bem.

Mas estou/estamos com um dilema que é: como vai ser a noite/ casas de banho?

Sem alojamento, com os agasalhos necessários para a noite, depois de ter enviado um e-mail a comunicar a meteorologia para os dias 12 e 13, com chuva,  a "organizadora"  diz isto :

 

"Segundo a H , não se dorme nessa noite (há muitas cerimónias a decorrer), vamos andando de capelinha em capelinha. Fátima é fria, logo tempos que levar roupa quentinha para a noite. No caso de chover, levar um impermeável........  xixi,..... há muitas casas de banho públicas e cafés, e..."

 

Ontem, num jantar de amigos, e em conversa com uma das amigas que faz parte do grupo de Fátima, habituada a longas caminhadas em peregrinação ( mas a idade também já pesa) e a cerimónias deste género, comentou comigo:

"Sempre pensei que participaríamos nas cerimónias da noite de 12 e no dia 13, de manhã cedo, regressaríamos a casa.

Não estava à espera de ficarmos para o dia 13 até porque não temos alojamento, vai ser muito complicado aguentarmos a noite toda no recinto. E se chover, o melhor será levarmos calçado impermeável, que é muito caro. Vou tentar arranjar emprestado."

Ora, a vai a pé, como sempre o faz, há anos, encontra-se connosco, sei lá bem onde, no recinto.

A C, a "organizadora", que é amigas delas, acha que nós aguentamos a noite e o dia. Decidiu-se, ficou decidido.  

Os bilhetes de autocarro, ida e volta, estão comprados.

Comentei com a A, no jantar, que quem não aguentar as 24h o melhor será não ficarmos para as cerimónias do dia 13.

Comentário dela:

" Se não aguentarmos, e a P diz o mesmo, manhã cedo metemo-nos num autocarro até à Batalha, ou Coimbra e seguimos para Braga. Que se lixe o dinheiro do bilhete."

Inteiramente de acordo. Tenho a certeza que não vou conseguir ficar 24h num recinto com uma multidão de pessoas, imagino com longas filas para as casas de banho, seguido das horas em pé durante a noite.... É este o meu/nosso dilema.

 

Ganância de viver...

 

Pequenas grandes coisas de um casamento de catorze anos.

 

 

 

 

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Casava-me já contigo

 

Casámos no último dia de Setembro no primeiro Setembro deste século. Estávamos apaixonados, surpreendidos e felizes. Catorze anos depois ainda não acredito na minha sorte.

 

Ao fim de 14 anos, cada vez que eu olho para a minha mulher, cada dia que acordo ao lado dela, o que mais me comove e impressiona é precisamente a novidade de vê-la, poder amá-la, ter a sorte de ser amado por ela.

 

Cada coisa que fazemos é ao mesmo tempo antiquíssima – como uma cerimónia que construímos juntos só para nós os dois – e novíssima, pelo desejo e pelo entusiasmo de lá estar, naquele lugar que ela abriu para mim e ela no lugar que só é dela, que sou eu.

 

O casamento é só uma palavra: é verdade. Mas também pode ser a vontade de casarmos e ficarmos casados, todos os dias, com a mesma pessoa que amamos.

 

Cada vez nos casamos mais. As diferenças dela vão cabendo cada vez melhor nas minhas. Cada vez somos, a Maria João e eu, mais livres de sermos como somos, cada um de nós, e de sermos como somos, nós os dois.

 

Ela torna-se mais ela; eu torno-me mais eu, ela e eu com menos medo que o outro fuja por causa disso. Mas com medo à mesma. E ganância de viver e curiosidade em saber como é que o décimo quinto ano vai ser melhor do que este.

 

Mas vai ser.

 

 

MIGUEL ESTEVES CARDOSO