Hoje,a tarde nas ruas da cidade de Braga estava muito animada.
Cedo o Sol foi suavemente coberto pelas nuvens, embora se notasse, para Oeste, um céu alaranjado de sol posto.
Encontrei-me com o meu irmão mais novo e seus filhotes.
Muitas pessoas passeavam com ar feliz de quem finalmente podia gozar uma tarde sem chuva, fazer as compras de Natal no comércio tradicional, para mim mais simpático, cheio de vida e luz natural.
Gente bonita, que nem sempre se vê, casais de todas as idades, crianças que aproveitavam a conversa dos pais para brincar, lojas cheias.
Entrei numa lanchonete para tomar o café. Dizia uma senhora para a funcionária: “Vem ver que linda que está esta rua cheia de gente!”
A outra respondia: “ Esta rua enche-se quando não chove. Mas as pessoas não compram. Não têm dinheiro. Só passam, mas não entram. Sinais da crise!”
Saí. Encontrei a minha irmã com a filha, a Sofia, a minha princesa.
De repente, ouve-se um “vruuuuuuuuuuummmmmmmmmm” que se aproxima. Os faróis de uma mota fazia as pessoas afastarem-se. Ela, a moto, passa, conduzida por um casal vestido de pai natal.
Mais um “vruuuuummmmmmm” agora mais intenso e ruidoso. Uma moto da GNR abre o desfile cerca de 50?? motos, cujos condutores vestiam modelos de estilistas Papai Noel, Santa Claus, Pai Natal, com barbas, sem barbas, com máscaras, óculos de sol, enfim, um desfile que surpreendeu os transeuntes.
Nem o aroma das castanhas assadas, que nesta época entram pelas narinas menos sensíveis, conseguiu absorver o cheiro do gasóleo que invadiu a rua. E eu que pegara na minha máquina fotográfica, para “clicar” o ambiente de rua, mas pensando que não iria ter reportagem, decidi deixá-la aqui, neste cantinho.
No regresso a casa, junto ao célebre Theatro Circo escuto a música bem popular das tunas. Aproximo-me. Estava um grupo numeroso de estudantes a tocar para as pessoas que passavam, talvez porque esperasse que as portas do Theatro abrissem. Alguns, mais abaixo, junto aos célebres canteiros em ziguezague, a maior aberração que fizeram nesta avenida de Braga, afinavam as cordas dos seus violinos. É que hoje era o último dia da “XVI Celta-Certame Lusitano de Tunas Académicas” no Theatro Circo.
A minha saída não implicou fazer compras, mas dar uma volta bem merecida depois de uma semana de muito trabalho.
Regressei a casa. Uma onda de nostalgia invadiu o meu coração e a minha mente.
O Natal está a chegar. Sente-se no ar a magia das luzes, do frio, das pessoas. Isso encanta-me. Mas também me leva para outros pensamentos…