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cantinho da casa

cantinho da casa

cartão sem dinheiro

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O supermercado desta zona ganha muito dinheiro com os estudantes da Escola Secundária, que sei que preferem comer batatas fritas e sandes, a almoçarem na escola.

Se fica mais barato, não sei. Não imagino quanto se paga por uma refeição na escola.

Antes da pandemia, o supermercado tinha  3 ou 4 microondas. Os alunos compravam pizzas, aqueciam-nas e vinham para a esplandada comer.

Depois da pandemia, acabaram com os microondas.

Hoje, às 11h45 as filas para as três caixa abertas eram longas.

Fui para uma que tinha várias pessoas com bastantes compras, não tinha pressa, andar a mudar de fila, com tantos alunos por lá, não valia a pena.

À minha frente tinha duas jovens brasileiras.

Uma delas tinha duas compras, mas pelo que percebi, o dinheiro não chegava, deixou uma delas.

A outra levava bastantes compras que deduzi que seriam para levar para casa, porque tinha fruta, sopa e outros géneros alimentares.

Quando passa o cartão digital, a máquina não  leu.

Introdoziu o cartão, marcou o código, mas voltou a não aceitar.

Teria percebido que não tinha saldo, tirou um produto que o funcionário subtraiu.

Voltou a passar o cartão, e de novo não foi aceite.

A jovem tira a sopa do saco, o funcionário faz repetiu a operação.

A jovem, com bastante à vontade,comentou com a amiga que se voltasse a não autorizar, deixaria as compras todas.

E foi o que aconteceu.

Pediu desculpa e disse que não levava nada.

A amiga falava na mãe, se não teria feito transferência de dinheiro para a conta.

Foram embora,o funcionário, uma a uma, ia tirando o valor das compras.

Chegou à última , mas não desaparecia.

Ele queria passar as minhas compras, chamou a colega, que já tinha ido lá duas vezes ajudá-lo,  ela disse-lhe que registasse um produto dos meus, e então anulava o que não me pertencia.

E assim foi.

Olhou para mim, e começou a passar as minhas compras.

Comentei com ele que o que aconteceu com a jovem é normal porque talvez não soubesse quanto dinheiro tinha na conta ou nem tivesse a noção do valor do custo dos produtos.

O funcionário estava um pouco atrapalhado porque teve de pedir ajuda à colega.

"Em formação", estava escrito nas costas da sweat que vestia.

A senhora que estava atrás de mim, às vezes, respirava fundo. Juntou as compras dela às minhas, sentia-a quase colada a mim, que detesto, quando as compras da jovem estavam do outro lado, puxei as minhas para a frente, disse ela: "Eu pus este saco para separar".

Gostei de ver o à vontade da jovem.

Aconteceu comigo, há muitos anos, talvez por uns cêntimos. 

E uma altura, fiquei bloqueada, esqueci o código. Fiquei muito atrapalhada, corada, não sabia o que fazer.

E a máquina quando não autoriza, não há nada a fazer.

São coisas que acontecem.

 

 

 

 

 

 

ela é demais!

Enquanto fazia o almoço, passava a ferro.

Deixei a caixa com meias e roupa do ginásio para logo à noite, no sofá, tratar delas.

Depois do almoço, liguei o PC  precisava de enviar um email para uma empresa de estores e caixilharia, preciso de reparar dois estores e, finalmente, com o temporal desta noite, decidi substituir a caixilharia da varanda.

Ouvi um ruído, estava concentrada nos meus ficheiros  à procura do nome da empresa, até que reparo na caixa que deixei em cima da tábua ( eu gosto de passar a ferro na sala) e vejo dois olhos que me olhavam.

Levantei-me e fui fotografá-la de perto.

Ela é demais!

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constatação

Fui a um dos supermercados aqui da zona, estavam duas caixas abertas, uma fila não muito grande em cada uma delas, entraram dois grupos de jovens da escola secundária que vão comprar alguma coisa para se alimentarem ( desde a pandemia acabaram as pizzas congeladas e os micro-ondas para as aquecerem e onde faziam as refeições na esplanada da cafetaria).

Passam à minha frente, procuram a fila mais pequena.

A pessoa que estava à minha frente tinha o cesto cheio, deixei-me ficar atrás da marca,os jovens decidem ir para a fila da outra caixa. Entretanto, a  pessoa à minha frente  pôs as compras no tapete, foi para o fundo da caixa, eu dei uns passos para ocupar a marca no chão que me separava dela.

Ainda na fila do lado, reparei que os cinco jovens, além de não  seguirem as regras de distanciamento,  estavam em algazarra e a poucos centímetros do senhor que estava à sua frente. Não sei se este deu pela aproximação, se não quis dar importância, resolvi meter-me.

Sem sair do meu lugar, perguntei-lhes se achavam que estavam a cumprir as regras de distanciamento e as marcas no chão.

Olharam para mim, perguntou-me um deles: " o quê?"

E repeti.

A resposta foi, virarem-me as costas e ficarem calados.

Entretanto, um funcionário abriu outra caixa, despachou os jovens.

Também já reparei que neste supermercado as (os) funcionárias (os) das caixas nunca desinfectam as mãos nem limpam o tapete rolante.

E que eles são muito mais atenciosos do que elas.

Se faço algum reparo, elas reagem mal, quer tenham razão ou não.

Gosto e vou de lá porque é um supermercado arejado, sinto-me mais segura.

 

 

 

no banco

 

 

 

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O "meu" banco teve umas obritas, no ano passado. Provavelmente elas teriam sido nos andares superiores, pois no atendimento pouco se notou, a não ser duas pequenas colunas paralelas em frente ao balcão caixa que, suponho, é para  formar fila para quem vai para este, o que não acontece. Ninguém faz fila aqui.

De um dos lados há um sofá onde me sento à espera que o meu gestor venha ter comigo, como é hábito, quando chega a minha vez. 

Mas se os gestores estão a atender os clientes, não se apercebem de quem entra. Quem chega, deixa-se estar de pé em frente a eles para que sejam vistos.

Não gosto disto. Acho que corta a privacidade no atendimento,  não só para o gestor, mas também para o cliente. 

Quando entro, vejo se ele está, dou o bom-dia e vou sentar-me no sofá à espera da minha vez, mas sempre atenta a quem chega e fica de pé, não vá passar à minha frente.

Na semana passada, fui tratar de uns assuntos, o gestor estava a atender um cliente, viu-me, fui sentar-me no sofá.

Às tantas, pareceu-me que alguém que  acabra de chegar, entrara no gabinete. Na dúvida, não reagi.

Entretanto, saiu, de imediato entra outro senhor. Pronta a agir, o meu gestor veio ter comigo e disse-me que ia atendê-lo por que já estivera lá,  não demorava: "só uns minutos, eu já a atendo". E sempre que ia às fotocopias e passava por mim dizia o mesmo (óbvio que não gostei, por que  muitas foram as vezes que tive de tratar de papeis, voltar, e nunca passei à frente de quem lá estava, esperava pela minha vez).

Fui atendida, pediu-me desculpa, "o senhor teve de tratar de ... estava à sua espera..."

Aceitei o pedidos de desculpas, mas com esta cena esperei meia hora.

Hoje, voltei lá. Estava ocupado, cumprimentei, sentei-me no tal sofá.

Ele passou por mim duas vezes, estava eu com o telemóvel a navegar na net, mas atenta a quem entrava e saía,  ninguém fazia fila ( nem sei o que estão a fazer ali plantadas as tais colunas) quem está sentado não sabe se a pessoa que acabou de entrar vai para ser atendida pelo gestor se vai para o balcão.

De repente, apercebo-me que entrou um senhor que ficou de pé junto à porta.

Guardei o telemóvel, deixei-me estar sentada a observar a cena.

Cerca de dez minutos depois, vejo este sentar-se no gabinete do meu gestor. 

Depressa me levanto, aproximo-me, o gestor vê-me,  faço-lhe sinal e  digo baixinho que eu estava primeiro, ao que ele me diz: " eu já a atendo".

Fiquei danada, para não dizer um palavrão.

Mais dez minutos, vi o homem sair. Fiz de conta que estava a ver o telemóvel, vem o gestor ter comigo.

Pediu desculpa, não sabia que eu estava ali, que não me vira entrar.

Comentei que o cumprimentei quando entrei e que o cliente anterior a este que acabara de atender  também entrara depois de mim;  que compreendo que eles não têm de estar atentos a quem entra, mas os clientes devem ter o bom senso de perguntar a quem está sentado se é a sua vez, exactamente o que faço quando entro em qualquer lugar público sem senha de atendimento e vejo pessoas à minha frente.

 

 

 

 

 

coisas do meu dia

 

 

Estou farta de ouvir falar francês.

Hoje, fui levantar dinheiro.

Aproximei-me da caixa multibanco, quando um senhor passou à frente. Este era mesmo francês, deixei-o ir.

De repente, verifico que atrás de mim está uma família.

O "chefe" aproxima-se da caixa multibanco e fala em francês com o senhor que tenta levantar dinheiro. 

Percebi que a família portuguesa trouxe a família francesa.

Demorou algum tempo a fazer operação.

Quando o francês acabou a operação, eis que o chico esperto do tuga, que se deixou ficar ao lado daquele, rapa do seu cartão e trata de levantar dinheiro. As filhas adolescentes olhavam  para mim.

Não disse nada. Mas fiquei zangada.

Três vezes meteu o cartão, três vezes ele fez  operação, presumo para levantar dinheiro suficiente, a terceira para ver o saldo.

Contrariamente ao que costumo fazer, e porque detesto vê-los parados e resmungo comigo mesma, parei meu carro em segunda fila convicta que não demoraria mais de dois minutos.

Esperei muito mais.

Não tenho nada de nada contra os emigrantes, mas estou farta de os ouvir em todo o lado que vou.

 

 

 

também estou prestes prestes...

a completar mais um ano.

Saí de tarde para resolver assuntos pendentes, já estava na hora de me ver livre deles.

Descia as escadas, olho para a minha caixa do correio e vejo uma embalagem preta presa na ranhura.

O carteiro achou por bem não a meter dentro da caixa. 

Enfim. Fazem o que lhes apetece e, às vezes, tiram-me do sério com as encomendas que recebo, sobretudo quando são livros.

Uma caixa da Nespresso, pensei: " Também tenho uma colher!"

Quando cheguei a casa, abri-a.

E lá estava a colher.

Estou prestes a fazer anos, a Nespresso, sem saber, ofereceu-me um presente.

Obrigada.

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Eu até dava

 

 

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a minha vez na fila do supermercado, que era grandita, à senhora que só queria pagar uma lata de atum e um chocolate, mas quando ela vem sorrateira e pára ao meu lado, olha-me com aquele ar de manhosa e por que é terceira idade e pensa que os mais novos têm de lhe dar prioridade, eu olho-a, ela posiciona-se ente mim e a senhora da frente, e murmura baixinho: "estou cheia de pressa, vou deixar ficar isto", continua a olhar-me, encosta-se a mim, eu afasto-me. Eu estou com pressa porque é hora da fazer o almoço e o que me levou a ir ao supermercado foi a falta de azeite.

A fila não andava, o funcionário da caixa toca a campainha para a colega abrir outra caixa,a senhora pousa as coisas em cima de uma caixa com produtos e volta à carga "eu estou cheia de pressa, vou deixar aqui as coisas", ninguém dizia nada, ela não ia embora.

A funcionária que acabara de abrir a caixa diz: "passem para esta caixa, por favor, por ordem".

Pergunto à senhora que está à minha frente se não quer ir, não me respondeu, e vou eu.

Pago as minhas coisas e, quando tal, vem ela, a senhora resmungona que tinha pressa mas não foi capaz de pedir a quem estava à sua frente para lhe dar a vez na fila.

Eu tinha muita pressa, sim, mas se ela não fosse manhosa, e se me tivesse pedido, eu até dava a minha vez.

Acho  que não vou ter estas atitudes  quando chegar a velha porque sempre soube esperar e se tenho pressa, peço delicadamente autorização para...

Conversas na caixa do supermercado

Estava eu a pagar as minhas compras, atrás de mim dois homens, pedintes, um deles com o rosto vermelho das marcas que o alcool deixa ficar, conversam um com o outro sobre o vinho, um deles diz qualquer coisa que não percebi e diz a funcionária da caixa:

" Tenho de trabalhar, o dinheiro não cai do céu. Mas também prefiro trabalhar, não queria estar como "você".

Observo melhor os dois homens. O homem do rosto vermelho das marcas do vinho, havia colocado dois pacotes de vinho tinto no balcão da caixa.

O outro homem, com bom ar, sorriso  fresco e saudável na boca, comentou com a funcionária: "Porque diz que não queria estar como eu?"

Respondeu ela: "Prefiro estar a trabalhar que estar a receber como o senhor, assim do braço"

E eu não via nada de anormal no braço do homem.

E a funcionária, sem ser explícita, volta à carga: "Prefiro trabalhar, sinto-me melhor a produzir,  que estar a receber como o senhor".

Presumo, de tudo isto, que o homem, de sorriso fresco e saudável na boca, recebe o RSI.

O outro, muito calado nada dizia. Pagou os dois pacotes de vinho.

E eu segui o meu caminho.

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