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cantinho da casa

cantinho da casa

uma foto # 23

Estamos no mês dos Santos Populares, os mercados enchem-se de legumes, de flores,  de frutas... e de gentes (estrangeiros residentes, que têm vindo a aumentar neste mercado da minha cidade) que compram o que precisam para uma semana.

A foto desta semana é de uma senhora a quem compro grande parte dos legumes.

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E a minha escolha da música, de sábado, a condizer.

 

 

uma foto, um prémio

Ontem, lia as notícias no telemóvel, fui surpreendida com uma foto que tinha a legenda  'Festa de São Martinho " e o nome da Rusga de São Vicente, freguesia onde nasci.

Todos os anos a Rusga de São Vicente faz um magusto junto àTorre de Menagem

Quem por lá passa e quer comer umas castanhas assadas,  assistir às danças, cantares, passa uns momentos de cultura popular muito interessante.

As mulheres estão vestidas para o evento.

E há os saltos na fogueira.

Rapidamente, procurei se este grupo etnográfico tem conta no Instagram.

E encontrei.

Enviei uma mensagem privada com o link e o printscreen da foto.

Uns minutos depois, tinha uma mensagem a agradecer a notícia. Iriam publicar nas redes sociais.

A notícia chegaria lá, com certeza, provavelmente mais tarde, mas pensei que devia transmitir.

Nasci na freguesia de São Vicente, conheço alguns dos dançarinos e dançarinas da Rusga ( a minha empregada é um dos elementos do grupo).

Hoje, a notícia "viaja" por todo o lado.

E a fotógrafa do prémio feminino é uma senhora de 71anos. 

E assim Braga anda a viajar pelo mundo numa fotografia lindíssima: duas mulheres a saltarem a fogueira.

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da semana de temporal

Sábado passado, abriu Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025.

A chuva veio "abençoar" a abertura que, segundo soube, os espectáculos nos vários lugares que se realizaram foram muito bons.

Eu saí para ver uma jovem canadiana    tocar órgão na Basílica dos Congregados.

Estava à espera de ouvir outro género de música que nos alegra a alma.

Uns acórdãos monótonos, monocórdios, levavam-nos à reflexão, ao nosso interior, e até a adormecer, como vi algumas pessoas. Por vezes, outros sons semelhantes ao piar dos  pássaros,  confesso que não foi do melhor que ouvi.

À noite, houve mais espectáculos e,  no final, os 500 drones que "invadiriam o céu de Braga", pensando eu que conseguiria ver da minha janela, e pelo que vi na Braga TV , o lugar onde eles faziam as suas lindas imagens sobre Braga e sua história, o alto prédio que fica numa rua paralela à minha, impediu que visse o espectáculo.

Na segunda-feira, decidi ir ao cinema depois do almoço.

Uma hora que não tem muito público, e que não se é incomodado pelo mexer das mãos no balde das pipocas, nem o ruído nas bocas de quem as delícia ( eu adoro)

Metade dos lugares estavam ocupados.

Como não poderia deixar de ver "Ainda aqui estou" é um filme bom, não só porque retrata a vida de um casal do tempo da ditadura, mas porque os personagens são bons.

Mesmo  os mais novos, envolvem-nos na vida de uma família numerosa, feliz.

A luta pela procura do marido que foi levado pela polícia federal, a chantagem psicológica na identificação de todos os homens e mulheres presos por nada.

Passados 25 anos, foi declarado o certidão de óbito, foi a família recebê-lo, o culminar da gratidão por, finalmente, terem-no com ela.

Eunice Paiva, é o forte da família.

O seu papel é tão natural, as suas expressões, o seu diálogo, a educação que passa aos filhos, é de uma naturalidade que nos reconhecemos nela.

Momentos tristes, momentos alegres, família que cresceu, eis que no final, e porque quando a família se reunia tirava-se uma fotografia, surge Fernanda Montenegro, no papel da personagem Eunice, idosa,  que  sofria da doença de Alzheimer.

Sentada em frente à TV, os olhos levantam-se para ouvir uma notícia sobre o que acontecera a muitas mulheres que ficaram sem os seus cônjuges.

O nome do marido é mencionado.

Baixa a cabeça.

Vêm os filhos buscá-la para o retrato.

Sempre que havia retrato, havia sorrisos.

Desta vez, todos sorriram. Ela não.

A história é para ser vivida na sala de cinema.

Estes são alguns apontamentos do que é o filme.

Nos dias que vivemos, reflictamos no que foi a ditadura.

Eu vivi alguns anos e sei o que os meus avós e os meus pais passaram.

Na terça-feira, com o tempo horrível que estava, não fiz nada que me distraísse.

Fui buscar o miúdo à escola, levei-o à terapia.

No carro, comia o meu lanche, recebi  chamada da minha irmã.

Falecera a mãe de uma amiga nossa.

Depois de levar o miúdo a casa, fui ao velório.

Conheço poucas famílias que sejam tão unidas quanto esta.

A minha amiga tem três rapazes e uma um rapariga, todos adultos.

Estes jovens sempre acompanharam os avós maternos.

Iam de férias com eles, tinham um amor incondicional aos avós.

O filho mais velho vivia com a avó.

Na missa, o padre fez um homilia pequena que captou a minha atenção, e penso que de todos os presentes, dizendo mais ou menos  estas palavras que me emocionaram: " A perda dói e custa muito.

Mas a vida é feita de perdas e ganhos.

Olhemos para trás e pensemos nos ganhos que os nossos entes nos deixaram".

Uma família muito unida, exemplo de que a educação e o respeito são valores  fundamentais  para que a sociedade se respeite.

E a nossa responsabilidade é passá-los aos filhos, aos netos,  e estes às gerações que virão.

Duas famílias unidas; a do filme, e a real.

Ambas tocaram o meu pensamento e o meu coração.

 

 

 

 

Adeus, Zara

Na primavera de 2023 saiu a Massimo Dutti, localizada no lindo edifício dos antigos CTT e PT.

Tinha uns azulejos no chão lindíssimo e os guichets tinham portas de madeira.

De cada lado da entrada tinha uma escada de madeira, em caracol, que dava acesso à PT.

Com as obras do túnel, e do novo edifício Liberdade Street Fashion, encontraram-se vestígios arqueológicos romanos.

A Massimo Dutti, foi ocupar o edificio antigo, mantiveram-se estas escadas, todo o resto foi alterado.

Mas era uma loja bonita com as prateleiras em madeira, enquadrada com as escadas.

Tinha um estilo de loja parisiense.

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(imagem antiga)

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imagem de 2022

Uns meses depois, entrou em obras.

E destruíram tudo.

É, agora, a Wells.

Cor, muita cor, muita luz, muita publicidade que passava nas montras, quando abriu.

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À noite cansava os olhos de quem dava um passeio pela avenida.

Com certeza que as reclamações foram muitas que deixaram de funcionar à noite.

Em outubro,no edifício do antigo Nosso Café, a Sephora fechou, ocupa,agora, o espaço a loja Normal.

Em setembro passado, fui jantar com uma amiga cujo pai e amigos encontram-se num café do centro histório, conhecem e sabem de tudo sobre a cidade. E a novidade que me contou foi que a Zara, que abriu em finais dos anos 80, ia fechar.

Duvidei, mas onde há fumo, há fogo,  acreditei.

Há dois dias, li no Instagram do jornal da cidade que, 34 anos depois, a Zara vai fechar em Janeiro de 2025. 

A notícia também está aqui.

Entretanto, algumas lojas de marca abriram no centro histórico, mas a verdade é que não é para todas as carteiras, nem para a minha. 

Lamentavelmente, esta avenida está a perder tudo para lojecas, está o comércio de rua a perder a sua identidade.

A ver vamos quem ou o que irá ocupar este espaço.

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o Verão da Noite Branca

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São três dias de festa de final de Verão, que hoje é de Outono, nesta cidade que atrai muita gente de várias cidades, com combóios e transportes mais baratos: Porto, Barcelos, Guimarães, Esposende,  Póvoa de Lanhoso, e de outros lugares .

Gosto desta noite, não pela multidão, mas pela alegria nas ruas, a música, actividades.

Hoje o cartaz musical é bom, combinei com as amigas ver o que elas gostam.

Há quem diga que é uma festa foleira e que não tem nada a ver com a cultura da cidade.

Começou em 2012, e ficou.

Nesse ano não eram muita as pessoas.

Eu fui, choveu nessa noite, mas fiquei a gostar.

Nunca mais falhei esta festa.

Há cerca de uma semana às previsões meteorológicas eram de calor para este fim -de-semana.

Contávamos ir à praia, amanhã, e vir para a festa.

Quando há dias  li que as temperaturas desceriam 10° e previa-se chuva para o final do dia, "lá se vai a noite branca", pensei.

Ontem, fui dar um passeio com uma amiga, e a tão criticada decoração do IKEA está lá.

Publicidade que rendeu, com certeza, uns bons euros ao município.

Mas, do que vi há pouca decoração branca.

Hoje, certamente que vão pôr mais, alguma recicka de anos anteriores.

Entretanto, ao fim da manhã recebi esta imagem:

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O coloridi da minha foto acima, mudou durante a noite.

O dia está muito fresco, tenciono sair à noite, a não ser que chova a cântaros, mas é pena que não seja uma noite de Verão como se deseja .

Ninguém controla a meteorologia, não é verdade?

 

 

 

 

"esta noite não vai passar em branco"

Anda por todas as redes a publicidade aos encontros sociais, começando no Mercadona, e passando por todos os outros supermercados, acabando no casamento, no Lidl.

Ora, fui hoje ao mercado.

Normalmente vou pela Arcada e regresso pelo Jardim de Santa Bárbara.

Vinha a pensar que, chegando a casa, poria as compras nos seus lugares e daria um salto ao IKEA, almoçaria lá, e faria umas compras que preciso.

Ora, no cruzamento da rua de Souto, parei!

Olhei para cima e vi o que gostei.

Não se trata de encontros, nem de casamentos, mas o caminho pode levar a estes.

Vem aí a maior noite de verão de Braga.

A Noite Branca.

Diversão, música, cultura, museus, espectáculos... E muita cor.

É que esta noite não vai passar em branco, mesmo.

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👏👏👏