que finalmente chegou, que os comerciantes de vestuário e calçado agradecem.
E hoje, vestida à verão, cheguei a Braga onde o vento e a chuva são em abundância.
Ontem, no Chiado, o verão ainda convidava a comer um delicioso gelado Santini. Os melhores gelados que comi em toda a minha vida: maracujá com goiaba.
A fila era grande, cerca de 15 a 20 minutos de espera mas como do outro lado da rua estava um banda portuguesa a tocar e a divertir os transeuntes, ao mesmo tempo que algumas pessoas moviam o corpo, outras dançavam, todo o ambiente era divertido, alegre e cheio de vida, como se este país fosse o das maravilhas (e ainda bem que há vida e alegria). Muitos, mas muitos estrangeiros faziam a cidade esquecer as dificuldades deste país.
A banda fez um intervalo e aproveitamos para ir para a fila.
E a propósito da crise, pouco antes, tinhamos ido à loja
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que tem peças muito interessante, algumas das quais existem por cá, provavelmente a preços mais convidativos.
Quando saímos da loja, vimos uma senhora de 83 anos, muito fresca, cabelo arranjado, com uma muleta na mão direita. Estava a custar-lhe descer o baixo passeio e apoiava-se numa proteção de uma obra da rua. Aproximámo-nos e perguntei se queria que a ajudasse a descer.
«Sim», respondeu.
Eu de um lado, a minha sobrinha do outro, um pé, depois o outro, e a senhora desceu, parou e disse: «Sabe, esta perna é que me impede de andar. Eu vivo aqui em frente à casa «Vida portuguesa».
E contou-nos uma breve história de um senhor que viveu lá no mesmo prédio, que fez com que ela tivesse de ir viver para o 3º andar e ter de subir escadas, rematando a conversa, com esta expressão:« Isto está muito mau(a crise), e vai piorar.Custa-me a andar, mas vou todos os fins de semana arranjar o cabelo e as unhas. Esse senhor já morreu e eu ainda cá ando. Eu tive um marido que faleceu, não quero mais nenhum. Homens, não quero mais!»
Seguimos o nosso trajeto e rimo-nos da frescura e da força da senhora, que parecia mais nova.
Descemos o Chiado, a banda continuou a tocar, e fomos apanhar o metro para casa.
A ideia era irmos ao cinema ao ElCorte Inglês depois do jantar, mas o cansaço de andarmos a pé, sobrepôs-se à vontade do cinema.
Jantámos bem, vimos um pouco do «peso pesado» ,até que decidimos ver o pobre, vergonhoso e decadente «Secret story2», o suficiente para concluirmos que a TVI devia ter escolhido a dedo os concorrentes desta 2ª série, para mostrar aos portugueses como está "alguma" da nossa sociedade.
E decidimos ver um filme.
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(a continuar)