"Que lata!"
depois de duas aulas bem puxadas, no ginásio, depois de um merecido relaxante jacuzzi, vou para o duche, fechei a porta e ouço alguém: "Olá, L".
Abri a porta e deparo com uma senhora que me olhava. E perguntou-me várias vezes se e não a conhecia.
Eu, provavelmente, com ar de palerma, respondi que não estava a ver quem era.
Vota à carga, repete várias vezes, até que, pela voz, cheguei lá.
A pessoa está mais magra, madeixas no cabelo, digamos que até bem conservada, e quando eu digo que, pela voz, acho que sei quem é, comenta ela :"Não me conhece, ou não quer conhecer-me?"
Fiquei lixada com o comentário, pois na verdade só percebi quem era quando reconheci a voz: "Ah" É a dona A".
"Sim, sou eu. Está tudo bem consigo?"
"Sim", respondi com algum desprezo.
"Bem, tive prazer em a ver", responde.
Fechei a porta e falei para mim mesma "É preciso ter lata! Ela sabe que a família não a suporta e tem o descaramento de me cumprimentar?! Estúpida!"
Enquanto tomava banho, relembrei muitas cenas que aconteceram na família durante 13 anos, por causa de uma mulher egoísta, oportunista, manipuladora...Na verdade, nunca lhe encontrei qualidades.
Há seis anos que não a via, tive o azar de me aparecer no ginásio para onde mudei há tão pouco tempo.
Mas a minha atitude será sempre a mesma: ignorar.