Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cantinho da casa

cantinho da casa

verão, é só na temperatura

apesar de algumas nuvens escuras e da chuva que vai caindo de quando em vez, a temperatura convida a sair à rua.

a cidade está muito animada, bandas de música que se espalham pelas ruas, gigantones, alegria, despique de bombos, música, pessoas, balcões improvisados para a sangria e cerveja do arraial da noite, peço-te São Pedro, sossega um cadito e deixa o pessoal comer as sardinhas assadas, o pão com chouriço, as bifanas, e beber uns copitos para esquecer o jogo de ontem.

o meu arraial vai ser longe da multidão, na quinta de uns amigos.

 

 

Os professores da luta/a luta dos professores

 
A nossa sensibilidade vai muito para além da sala de aula. Tudo fazemos pelos alunos e pela comunidade escolar.

Há cerca de 12 anos que fazemos um arraial, uma das muitas atividades de final do ano letivo, em que os pais também participam, com a sua presença.

Sempre com muito sucesso, estamos lá para dar alegria, mostrar o que se faz pelos seus filhos e o que estes fazem para lhes mostrar que a escola não é só ler, escrever, fazer testes, brincar.

Este ano não foi exceção. No último dia de aulas, mais um arraial com muitos professores e menos pais (a crise não os faz vir à escola comer a sardinha assada com todos e/ou a febra de churrasco). Estes vêm depois de jantar para verem as marchas (de professores e alunos).

O meu departamento está encarregue de fazer as sobremesas. Cada professor traz o que quiser.

Por conseguinte, a mesa dos doces faz  sucesso.

Este ano, foi impecavelmente decorada com todo o género de bolos, inclusive o da moda: os cupcakes.

A semana que passou foi de incertezas,  preocupação, cansativa. As greves têm dominado o nosso quotidiano nestas últimas semanas... e para continuar.

Mas há minutos, recebi um e-mail da coordenadora de departamento que me sensibilizou e fez pensar que vale sempre a pena dar o que de melhor temos para construirmos uma sociedade com valores e mais justa, mesmo que a maioria não o reconheça.

Li o e-mail, ouvi o vídeo : "O esforço, a luta, o valor do nosso trabalho estão nos nossos alunos, naqueles que serão os homens e mulheres, os vencedores de amanhã".

 

 

"Olá!

Gostaria de agradecer a todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que a tendinha das sobremesas, no arraial minhoto, fosse um sucesso.
Apresentámos, com muito bom gosto e animação, uma variedade de doces de "fazer crescer água na boca".
Muito obrigada pela vossa dedicação.
Bom fim de semana.
Deixo-vos um link com um vídeo dos Muse ( já sabem que sou fã) cuja música é um hino à esperança e à união - valores que me parecem essenciais no nosso trabalho.

 

 

 

 

 

 

658 - Orgulhosa

 

Sexta-feira, houve arraial minhoto na minha escola.

O primeiro que se realizou, há uns anos atrás, foi surpreendente. A partir desse ano, na última Sexta-feira da última semana de aulas, o arraial acontece.

Há cerca de três anos, começou-se a incluir no arraial, as marchas populares. Com a participação dos alunos, incluiu-se também padrinhos para cada um dos grupos, na sua maioria professores ( aqueles que eu jamais pensaria terem este papel).

Este ano não estava com grande vontade de lá ir. Sentia-me um pouco cansada . O ar abafado que fazia nesse dia, pôs-me com vontade de fazer nada. Apenas descansar.

O gato da Sofia não tinha comida. Depois do almoço, fomos comprá-la e dar de comer ao bichano. Como evito andar de carro na cidade, fomos a pé.Mas eu calçava sapatos de salta alto...

Pelo caminho, parei numa loja, enquanto a Sofia, mais uma vez, perdia-se na ProMais, o que me deu algum jeito, pois ela detesta lojas de roupa. Como adoro vestidos, comprei um, já em promoção (ai crise que antecipas os saldos!), que vai ser estreado no jantar dos Jubilados, da minha escola.

Decidi não ir ao arraial. Mas, para surpresa minha, a minha irmã chegou cedo do trabalho (esta mulher trabalha cerca de 12 horas por dia) . Vem sempre buscar a Sofia por volta das 21:30 h (fico danada porque não são horas de se chegar a casa, fazer jantar e tratar das tarefas da casa e da educação dos filhos, mas ok! Ela é que sabe).

20h30, um final de dia bonito, temperatura agradável, pensei: “que vou ficar eu aqui a fazer dentro de casa? Preparar as reuniões? A vida lá fora também é importante!”

Jantar, duche, roupa prática,  máquina fotográfica, e saio de casa por volta das 21:45h, rumo à escola.

Dirigi-me ao recinto da festa. Muitos pais, muitos professores, muitos alunos! E a noite estava linda!

Decorriam os jogos característicos destes arraiais, organizados pelos grupos de Educação Física e Matemática.

A barraquinha das pipocas, organizada desde há anos, pelos professores de Ciências, é a mais procurada pelos pequenotes.

Quando me aproximei para ver as marchas, para desilusão minha, era a última.

Contrariamente aos anos anteriores, estas começaram mais cedo. A única que vi, gostei.

A seguir houve uma passagem de modelos, organizada pelas professoras do curso de costura. As adolescentes portaram-se muito bem, no desfile. Vestidos feitos por elas, dos mais diversos modelos, foram muito aplaudidas pelo público. Este acabou em apoteose com o desfile dos noivos.  Mereceram os aplausos. Estas alunas(os), com dificuldades de aprendizagem, aos 15 anos, são orientadas para os cursos que a escola proporciona(CEFs).

Depois disto, actuou o grupo de cavaquinhos, constituído por professores e funcionários(as) da escola, e , para acabar a noite, um grupo musical,  contratado pela escola, de que faz parte um colega de Religião e Moral, arranca com umas quantas músicas que pôs o pessoal a dar um pé de dança.

Pais e filhos já tinham ido para suas casas. Ficaram os professores e alguns familiares.

Divertido? Foi. Muito!

Valeu a minha decisão? Sim!

Regressei a Braga por volta da 1 hora.

Dormi poucas horas.

Ontem, depois da minha aula de hidroginástica, estive a preparar as reuniões de avaliação. Á noite, havia o final das actividades do ano lectivo da escola, com representações  alusivas aos Cem Anos da República Portuguesa, no Theatro Clube.

Os alunos da minha DT iam cantar a canção  “Ebony and Ivory”, que faz parte do livro escolar.

O tema estava bem “encaixado” nos Cem anos da República, visto que se falava de guerra colonial,  25 de Abril, arte, literatura, poesia, pelo que a canção não ficava fora de contexto.

Decidi, quase em cima da hora, preparar um powerpoint com  imagens de crianças.  Há alguns meses atrás havia retirado deste blog  algumas imagens que me serviram para um aula de formação, e outras que fui procurar aqui na internet.

 A letra da canção acompanhava as imagens. Escolhi as mais sensíveis e mais apelativas que encontrei.
Foi espectacular! Os meus alunos estavam lindos!

Eles com calças pretas, T-shirt branca, colete preto e gravata ao xadrez preto e branco. Elas, calças brancas, T-shirt preta, écharpes compridas, brancas, colocadas na cabeça, em forma de turbante, caíam pelos ombros.

Dou os parabéns à minha colega de Educação Musical que, com muito gosto e imaginação, os vestiu muito bem. A canção saiu da voz de dois primos, bons alunos, seguidos dos colegas que, mais atrás, cantavam o  refrão, com o powerpoint como  pano de fundo.

Fiquei orgulhosa. Com os alunos, que cantaram muito bem. Com a vivacidade que deram à letra, e porque as imagens atingiram o objectivo desejado: “todas as crianças têm direito a viver felizes e em harmonia, lado a lado, sejam elas brancas, amarelas, negras, vermelhas…”.

E a festa continuou com mais participações de outros alunos. Congratulo-os a todos.

O ensaio tinha sido muito confuso.

Ontem, tive a sensação que os alunos se esmeraram para que tudo saísse bem.

O  ano lectivo acabou em pleno para todos.  O trabalho foi muito.

Preparar estas crianças não é fácil. Mas dá prazer ver que, no final, tudo corre bem.

E elas surpreenderam-nos.

Parabéns a todos!

 

 

 

(1ª imagem do powerpoint, do blog lontrices)

 

 

 

 

Outras imagens retiradas da internet: