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cantinho da casa

cantinho da casa

eles crescem!

 

Hoje é o aniversário da décima sobrinha dos onze que muito orgulhosamente me gabo de ter. 

É a minha  afilhada, é a minha menina, é a minha filha.

Durante o ensino básico, foi uma boa aluna, nunca foi preciso controlar os estudos, sempre se "desenrascou" sozinha.

Começou o 10º ano com boas notas e acabou-o como começou, ficando com uma excelente média final.

A Sofia surpreendeu-nos neste ano letivo que findou. 

Parabéns minha afilhada, pela menina que és.

 

 

 

 

 

 

 

 

Os tempos compostos

(imagem da web)

 

 

S, a minha penúltima sobrinha mais nova, tem 15 anos, está no 10º ano, é boa aluna, aplicada, responsável.

Mas como a maioria dos alunos, tem um calcanhar de aquiles, o dela é Português (teve 14 no final do 1º período, a sua nota mais baixa) ou seja, a gramática do Português.

Na hora do almoço chegou a casa chateada com a professora... e com "os tempos compostos".

Dizia ela: "Não sei por que temos Português, não sei o que são tempos compostos, não sei para que serve o Português para a minha vida profissional."

Numa rápida intervenção  expliquei o que são tempos compostos, quais os verbos auxiliares e como são usados. Mas não ficou convencida. Continuou a resmungar.

O primo D, o antepenúltimo sobrinho mais novo, ouvia e não dizia nada (tem a mesma professora da S).

Uma dada altura, ele comentou " eu não desgosto da professora".

Perguntei à S se não registava no caderno diário o que a professora dava na aula.
Respondeu-me que sim. Pedi para o mostrar, mas ela disse que não tinha os tempos compostos (coisas de adolescente, valha-me Deus, sempre a resmungar).

Nos tempos idos, era obrigatório ter uma gramática de Português, um bom suporte no nosso estudo e aprendizagem.

Pedi-lhe para procurar na web, de certeza que encontraria exemplos simples que a ajudasse a perceber este parte da gramática.

O que encontrou, não foi de seu agrado. Era confuso para ela (perceber que o verbo ter ou haver são auxiliares do verbo que quer conjugar e este passa a particípio passado, talvez porque não tivesse aprendido do 9º ano, foi complicado).

Eu rebatia na explicação, falei-lhe dos tempos compostos de Inglês, ao que retrocou " quem dera que o Português fosse tão fácil como o Inglês!"

Encostada à parede, na cozinha, com ar de quem não quer entender a gramática, volta a insistir "não sei em que é que o Português vai servir para a minha vida profissional!"

"Vai servir e muito. Vais saber comunicar correctamente com os outros".

"Mas que interesse tem a gramática e esta coisa dos tempos compostos para a minha vida?"

Fui ao pc, escrevi tempos compostos", escolhi um link e apareceu-me um esquema muito simples com estes tempos, chamei-a, mas já estava sentada à mesa, com os headphones a ouvir música.

Chamei-a novamente. Não me ouviu, ou não quis ouvir-me, saí chateada da sala.

E o D continuava a ver filmes no seu telemóvel.

Almoçamos tranquilamente e não se falou mais no assunto.

Mas sei que, em casa, ela ia aplicar-se e tentar perceber como funcionam os tempos compostos. Conheço-a bem.

Adolescentes (eu também tive as minhas teimosias)!

 

 

 

 

 

 

Maquilhagem 2

Hoje,  a aluna  estava, mais uma vez,maquilhada. Blush castanho para dar um tom moreno à pele, risco preto nas pálpebras inferiores e sombra prateada nas pálpebras superiores.

A miúda pediu-me autorização para vir à minha beira. Permiti. E foi aqui que eu intervim. Abracei-a e comentei que estava muito maquilhada, que não me levasse a mal porque era apenas uma opinião, que não sou a mãe, esta é que sabe o que quer, que é muito jovem para usar maquilhagem, que começa a criar hábito de o fazer todos os dias, que vai chegar o tempo em que não vai sair de casa sem maquilhagem, que não tem olheiras, que é muito, muito jovem...

Foi então que perguntei a idade (para confirmar o que já sabia): 12 anos.

E ela acresentou: "gosto de me maquilhar, não consigo sair de casa sem maquilhagem, a professora tem razão, de vez em quando não me maquilho, desde a primária que gosto de me maquilhar, a minha mãe gosta e deixa-me, eu já não uso nbase liquida porque seca a pele, uso pó, eu tenho muitas olheiras (imaginem isto, a verdade é que ela não tem olheiras) aplico corretor, sei que a minha pele é morena, mas sou pálida, o meu pai trouxe blush do estrangeiro, a professora tem razão, sei que sou muito nova, que não devo maquilhar-me, vou tentar fazer o que a professora diz, a minha irmã mais velha põe camadas e camadas de base (é de família, pelo vistos).

As colegas, que ouviam esta conversa, comentavam: "Professora, na primária ela já se pintava. Há dias que ela vem muito mais maquilhada, hoje não é nada..."

E a conversa acabou com um abraço da aluna e um "obrigada, vou tentar seguir o seu conselho."

(Espero que a mãe não venha tirar satisfações. Mas eu não conseguia ficar calada. Mas também não influenciei. Apenas aconselhei).

Uma coisa fiquei a saber: percebe muito mais de maquilhagem que eu.