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cantinho da casa

cantinho da casa

gostei de ver

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Mais um Festival de Jardins de Ponte de Lima, o 19º,  este ano com o tema " O Imaginário na Arte dos Jardins” , aproveitei o dia de hoje, com uma temperatura bastante agradável, para visitar a Exposição.

Não vou falar sobre os Jardins, que vou escrever e publicar algumasfotografias,mas do Festival  Medieval Solidário,  onde havia algumas tendas de tudo um pouco, e os habituais comes e bebes, apelativas ao convívio com os amigos e a família sentados à mesa a comer as bifanas,ou o pão com chouriço, e a beber umas cervejas.

Dava eu a volta ao fresco e verde espaço, junto ao rio Lima, vi uma cena que me deixou feliz.

Um homem, que teria 50 anos, ou mais, com deficiência nas duas pernas, ajudado pelas muletas, jogava à bola,  e bem, com dois adolescentes nos seus 12, 13 anos.

Ora cabeceava e atirava para os rapazes, que por sua vez, chutavam para ele.E para onde quer que a bola fosse, esticava o braço para que a muleta tocasse a bola e, com força, atirava-a para os rapazes.

Não passou despercebido a quem estava sentado nas mesas mais próximas.

Foi uma imagem que me ficou na mente, sobretudo pela empatia que os dois jovens tinham com o homem.

É disto que o mundo precisa.

A inclusão,que muito se fala, não é somente para as crianças com deficiência ou portadoras de outras doenças genéticas.

É para os mais velhos, também.

Esta cena lembrou-me uma que se passou, há muito tempo, com a Sofia, minha sobrinha, e que tinha a certeza de ter ums post sobre isso.

Demorei a encontrá-lo,mas consegui.

É para isto que tenho o blog: recordar.

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agosto de 2012

 

 

 

new york, new york!

no regresso do ginásio, a pé, earphones do telemóvel sintonizados na RFM, a poucos metros de casa, junto à escola secundária, dois rapazes, adolescentes, cruzam-se comigo e, cada um deles , a seu tom, cantavam " i wanna be a part of it new york, new york".

comentei para o meu decote:  "jovens adolescentes cantam os clássicos?!"

gostei.

e sorri.

 

 

Os tempos compostos

(imagem da web)

 

 

S, a minha penúltima sobrinha mais nova, tem 15 anos, está no 10º ano, é boa aluna, aplicada, responsável.

Mas como a maioria dos alunos, tem um calcanhar de aquiles, o dela é Português (teve 14 no final do 1º período, a sua nota mais baixa) ou seja, a gramática do Português.

Na hora do almoço chegou a casa chateada com a professora... e com "os tempos compostos".

Dizia ela: "Não sei por que temos Português, não sei o que são tempos compostos, não sei para que serve o Português para a minha vida profissional."

Numa rápida intervenção  expliquei o que são tempos compostos, quais os verbos auxiliares e como são usados. Mas não ficou convencida. Continuou a resmungar.

O primo D, o antepenúltimo sobrinho mais novo, ouvia e não dizia nada (tem a mesma professora da S).

Uma dada altura, ele comentou " eu não desgosto da professora".

Perguntei à S se não registava no caderno diário o que a professora dava na aula.
Respondeu-me que sim. Pedi para o mostrar, mas ela disse que não tinha os tempos compostos (coisas de adolescente, valha-me Deus, sempre a resmungar).

Nos tempos idos, era obrigatório ter uma gramática de Português, um bom suporte no nosso estudo e aprendizagem.

Pedi-lhe para procurar na web, de certeza que encontraria exemplos simples que a ajudasse a perceber este parte da gramática.

O que encontrou, não foi de seu agrado. Era confuso para ela (perceber que o verbo ter ou haver são auxiliares do verbo que quer conjugar e este passa a particípio passado, talvez porque não tivesse aprendido do 9º ano, foi complicado).

Eu rebatia na explicação, falei-lhe dos tempos compostos de Inglês, ao que retrocou " quem dera que o Português fosse tão fácil como o Inglês!"

Encostada à parede, na cozinha, com ar de quem não quer entender a gramática, volta a insistir "não sei em que é que o Português vai servir para a minha vida profissional!"

"Vai servir e muito. Vais saber comunicar correctamente com os outros".

"Mas que interesse tem a gramática e esta coisa dos tempos compostos para a minha vida?"

Fui ao pc, escrevi tempos compostos", escolhi um link e apareceu-me um esquema muito simples com estes tempos, chamei-a, mas já estava sentada à mesa, com os headphones a ouvir música.

Chamei-a novamente. Não me ouviu, ou não quis ouvir-me, saí chateada da sala.

E o D continuava a ver filmes no seu telemóvel.

Almoçamos tranquilamente e não se falou mais no assunto.

Mas sei que, em casa, ela ia aplicar-se e tentar perceber como funcionam os tempos compostos. Conheço-a bem.

Adolescentes (eu também tive as minhas teimosias)!

 

 

 

 

 

 

Ó vó, deixe estar! Não é preciso, vó!

foi o que ouvi quando passava junto de uma senhora, a avó, que, de porta moedas na mão, fazia questão de dar uma notinha ao rapaz, que teria 16 anos, louco por a ganhar.

Uns metros à frente, um grupo de jovens olhava a "cena" e dizia: "Tanto alarido quando viu a avó. E a avó deu-lhe dinheiro. Que cena meu!"

E a "cena" levou-me ao meu tempo de adolescente, quando a minha avó dava a mesada aos rapazes, sempre, e às raparigas, de longe a longe.

E neste longe a longe, as palavras que eu usava eram as mesmas que ouvi do jovem rapaz.

E são as palavras que ouço, de quando em vez,  dos meus sobrinhos: "deixa estar tia L, não é preciso", mas ansiosos pela moeda ou notinha.