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cantinho da casa

cantinho da casa

abandonada na pequena estrada

Sábado, a sobrinha foi com o filhote para a praia, ficaram a dormir lá, eu e a minha irmã decidimos passar o dia de domingo com os dois.

Depois do almoço, o menino fez a sesta, eu fui dar uma volta pela praia.

O vento estava mais fraco ( no final da manhã estava nortada), decidimos ir para a praia.

As crianças não páram, como todos sabemos, banho de mar, nem pensar porque estava maré alta, de vez em quando o vento ficava mais forte, estivemos cerca de uma hora por lá, regressamos a casa.

O miúdo tinha a piscina para brincar e mergulhar.

A caminho de casa, na estrada, em frente ao portão de serviço do hotel e das casas deste condomínio, vi um gato caído  no meio da estrada.

gata.jpg

Eu vinha à frente, e antes que o miúdo o visse, voltei para trás e avisei a irmã e a sobrinha do que vira,  que seria melhor o miúdo não ver.

Decidimos que ele ia às cavalitas da mãe, curioso que é, porque gosta de animais, iria aproximar do bichinho e fazer perguntas.

Ele olhava para o gato e perguntava se estava a dormir, nós respondíamos que sim.

Eu e a minha irmã ficamos para trás, queríamos ter a certeza de que estava morto.

Os carros que passavam ali, pedíamos aos condutores que se desviassem dele.

Ainda tive alguma esperança que parassem e/ ou ajudassem a tirar o bicho para a berna da estrada, junto aos contentores do lixo que lá se encontram.

Decidi ir à recepção do hotel, pedir ajuda, ou que me  dessem alguma informação sobre que entidade poderia fazer alguma coisa.

Eu não tinha coragem para pegar no bicho e tirá-lo da estrada.

A jovem da recepção disse-me que não podia fazer nada, e que só a Câmara poderia ajudar.

Pedi que me desse o número da GNR, talvez me dessem alguma dica de quem pudesse lá ir...Mas era domingo.

Falei com quem me atendeu, disse-me que  não é da competência da GNR, só a Câmara, os Bombeiros, se o animal estivesse vivo, ou a Junta de Freguesia... Mas era domingo.

De repente, vejo a minha irmã junto a uma pequena porta ao lado desse portão, que só abre do lado de dentro, que os clientes do hotel e das casas usam para ir para a praia, evitando sair pela entrada principal.

Ela esperitava o gato.

Transmiti o que a GNR me dissera.

Entretanto,a nossa sobrinha sugerira que se tirasse o bicho dali. Pelo que percebi, elas tinham visto caixas de cartão junto aos contentores.

Saímos do portão, ela pegou numa das caixas, rasgou uma das abas móveis, e com esse bocado tentava levantar o bicho para a caixa, ao mesmo tempo que eu empurrava a parte de trás da caixa e ele entrasse.

Deu resultado.

Como seria esperado, colocando a caixa aberta para cima, o corpo morto do bicho virou-se para cima. 

Comentou a minha irmã:"É fêmea! E há pouco, estava um gatinho parado, junto ao contentor a ver a mãe"

Ficamos de coração partido.

Deixamos a caixa junto ao contentor.

Com certeza que os funcionários da Câmara de Esposende passarão, hoje, ou amanhã, para recolherem o lixo, e farão alguma coisa para a enterrar. Ela não pode ficar ali.

Comentou a minha irmã: " Deixar o bicho na estrada, alguém ia esmagar o seu corpo. Conseguimos metê-lo na caixa, mão ficou abandonada na estrada. Demos-lhe alguma dignidade".

À noite, em casa, pensava na gata. E embora não visse o gatinho, certamente, haveria mais que ficaram sem a mãe.

A gata foi atropelada, de certeza, mas não havia marcas de sangue no chão.

Teria ido contra o carro, provavelmente quando atravessava a pequena estrada do pinhal.

Mas quem a atropelou não teve um pouco de sensibilidade de tirar o bicho dali.

Entretanto, o meu sobrinho neto perguntava pelo gato.

Respondíamos que ele estava a dormir.

A gata era linda e novinha.