onde estão as canções da nossa liberdade?
Onde estão os cantores de intervenção?
"Sonho de Menino"?!
Quantos sonhos de Liberdade não realizados por falta de tudo.
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Onde estão os cantores de intervenção?
"Sonho de Menino"?!
Quantos sonhos de Liberdade não realizados por falta de tudo.
50 Anos, 50 Cravos, e uma Porta na Avenida da Liberdade
Ontem, na abertura das Comemorações do Dia da Liberdade.
Fui ao mercado municipal comprar flores, desta vez cravos vermelhos e vivazes, para as campas dos meus familiares.
Não sou fã de cravos, embora a cor vermelha seja a minha favorita, resolvi que para celebrar a Liberdade que os meus pais defendiam, e porque o meu irmão mais velho foi combatente em Guiné, decidi ir hoje pôr as flores.
Fui surpreendida por uma amiga que viu-me passar( eu não a vi), e foi ter comigo, estava eu a limpar a campa dos meus pais e da minha irmã.
Estivemos à conversa, um pouco.
Depois de nos despedimos, continuei a minha tarefa.
Ora, o Regimento de Cavalaria n° 6, fica a poucos metros do cemitério.
Ouvia-se o som dos tiros constantes, e bastantes.
Há tempos que não os ouvia.
Estive no cemitério muito tempo, o som não se calava.
Imagino como será quem vive debaixo de fogo constante.
Os militares estarão a treinar para alguma celebração do dia 25 , o dia em que o cravo vermelho foi , e é, o símbolo da nossa Liberdade.
50 anos de 25 de Abril também comemoro com cravos vermelhos, os meus familiares defuntos.
E em casa também.
foi, finalmente, ir a pé ao Bom Jesus.
Há cerca de três anos que não fazia esta caminhada, as últimas vezes que fui deixei o carro no parque junto aos escadórios, subi estes. A descida foi no funicular.
Eu queria caminhar, queria testar as minhas pernas, se, com a ginástica que faço, conseguia ir e vir sem problemas.
A temperatura estava agradável, é nesta altura que é mais fácil percorrer os cerca de 9km, ida e volta.
Há muitas pessoas a fazerem a subida e descida dos escadórios, a correr, a andar, com companhia, sozinhas, ou com os seus animais de estimação.
E já se vêem os turistas nesta onda.
Então, com algumas paragens para as fotografias, embora cansada, até porque hoje fiz duas aulas seguidas no ginásio, o corpo tem pedido descanso, mas fiquei satisfeita comigo.
Vou repetir, lá para o fim do mês de Maio, numa manhã fresca, porque com o calor não me atrevo a estas andanças.
A subida:
O regresso:
A tarde, e porque a sobrinha queria comprar umas sapatilhas para o filho, fomos ao Centro Comercial Nova Arcada, entramos na loja, estivemos pouco tempo, não havia o número para o pé dele, saímos e a partir daqui, num parque que lá existe, com muitas crianças que corriam loucas de um lado para o outro, um amigo viu-o e todo o tempo foi para a brincadeira.
À vinda, chateou a cabeça à mãe , queria ir para o autocarro.
E foi...
E eu estava exausta.
Deitei-me as onze da noite, dormi, mas acordei cedo.
E fui para o ginásio.
O teu bom humor, a tua alegria, eram contagiantes.
Um jovem bonito que destroçava corações.
Veio a tropa, e a revolta quando foste destacado para a Guiné.
O dia da Liberdade trouxe-te, um ano depois.
Casaste, tiveste três filhos, agora pais, também.
Infelizmente, o cancro levou-te , em 2004.
As minhas memórias estão nas fotos que enviavas para tranquilizar a nossa mãe.
"O povo é quem mais ordena dentro de ti ó cidade ".
Não deixemos fugir a Liberdade que conquistamos há 49 anos.
E eu saí porque precisava de caminhar e de ir à farmácia.
O tempo está agradável, o povo aproveitou este dia para comemorar o 48º aniversário da LIBERDADE, e da libertação das máscaras, era ver a 3ª idade a dançar aos pares o costumado bailarico de pátio da aldeia,e que, nesta cidade, antes covid, os domingos eram para isso.
E mais à frente, junto ao Turismo, num palco da CGTP, um cantor cantava aquelas canções populares, como "Ó ferreiro casa a filha, não a deixes à janela, anda aí um rapazinho que não tira os olhos dela".
E a verdade é que toda a gente cantava... E eu também ( enquanto pensava na minha falecida mãe que a cantava) quando descia a avenida, no regresso a casa.
Ontem, no Jornal da Noite da SIC, passou a reportagem sobre dez artistas que editaram discos antes de 1974, e que "durante décadas, vários músicos escreveram e cantaram palavras de liberdade mesmo correndo o risco de acabar na prisão"
"Na madrugada de 24 de abril, há 47 anos, começava a mudança de regime político em Portugal, da ditadura para a democracia."
Foi uma reportagem de lembranças muitas, de cantarolar de canções, de reviver os rostos destes jovens que muito fizeram pela democracia através da música e das letras que cantavam. As histórias contadas das letras que eram cortadas/proibidas; de a polícia intervir no recinto de um espectáculo e advertir o cantor de que não podia cantar; de o cantor sugerir que não cantava mas falava com o público. E assim a palavra era passada e as músicas eram cantadas não pelo cantor, mas pelo público, que as conhecia, de forma que a polícia não fazia nada.
Depois, passei para a RTP1, passava o concerto "Agir - Cantando Abril". Um concerto de homenagem aos poetas e músicos que ajudaram a mudar o país.
Não sou fã de AGIR, mas gostei muito de o ver e ouvir cantar as "canções de Abril." Um bom grupo de jovens não só de instrumental e coro, mas também de convidados que nos mostraram outra forma contemporânea de fazer música com as canções que nos deram a Liberdade.
Um rosto:
imagem daqui
Um poema:
CANTILENA
Cortaram as asas
ao rouxinol.
Rouxinol sem asas
não pode voar.
Quebraram-te o bico,
rouxinol!
Rouxinol sem bico
não pode cantar.
Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol!,
ta queira roubar.
Rouxinol sem noite
não pode viver.
Sebastião da Gama
uma música:
É um Problema de Amor.
A nossa LIBERDADE é para sempre.