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cantinho da casa

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os moleques do Brasil

Foi notícia no Jornal da Noite da SIC os assaltos que as crianças e jovens adolescentes fazem nas praias do Brasil.

Vi as imagens e "assustei-me" ( as minhas sobrinhas viajaram para o Rio, enviei-lhes sms a contar a notícia. responde-me uma delas: " está tranquila. só tenciono andar de havaianas, t-shirt e calções).

Por cá, estamos tranquilos na praia. Deixamos os nossos pertences no saco de praia, vamos à água, de longe olhamos o nosso guarda-sol e a toalha que jaz na areia onde o saco, encolhido, nos espera ansioso que nos deitemos à sua beira.

Por cá, as famílias ainda têm um tranquilo dia de praia.

Mas por lá, o medo "assalta" quem pretende passar um fim de semana tranquilo, quem receia sair à rua, quem pretende ir à igreja ao domingo. Lá tudo é perigoso.

Uma história relatada no FB, por uma senhora.

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Eu tento e, por vezes, até julgo que o silêncio seja minha melhor opção. Mas a liberdade concedida pelo Facebook não me permite ficar calada. Quanto mais leio o que vocês postam, mais à flor da pele fico...

Se você reclama de toda e qualquer abordagem policial, por ser, supostamente, um "cidadão de bem", não existe argumento que justifique defender a revista dos ônibus da Zona Norte com direção à...s praias da Zona Sul. Porque você tá de carro? Não. Porque sua documentação é regular? Não. Porque você é branco? Não. Porque você é rico? Menos ainda.
Precisamos aprender a respeitar o trabalho da polícia. Sem segregar. A função ostensiva tem, fundamental e principalmente, em palavras toscas, o objetivo de evitar que o problema ocorra. Você tem SIM que se sujeitar a uma abordagem numa blitz, tem que abrir o porta-luvas, tem que abrir a bolsa, tem que se deixar revistar. É o trabalho deles. Infelizmente foi com você, que nada tinha a esconder, mas já foi também com muitos outros que portavam armas, drogas, cadáveres no porta-malas e tantos outros crimes que, não fossem os policiais num trabalho de rotina, jamais teriam sido descobertos.
Evidente que defendo tal ação com a ressalva do abuso de autoridade, tão recorrente quando se trata das averiguações diárias por eles realizadas. Ninguém gosta de ser tratado como bicho, estando devendo ou não. Mas a abordagem faz parte. "Aceitem que dói menos."

Pois bem. Escandalizaram o fato de alguns ônibus terem sido, há algum tempo, interceptados pra revista de alguns indivíduos. Ônibus que vinham de longe e que levavam garotos que, apesar de não portarem armas ou drogas, não possuíam sequer o dinheiro pra passagem da volta (argumento que virou clichê), o que causaria, no mínimo, sensação de estranheza em qualquer um que soubesse que os arrastões nas praias desde sempre são promovidos por moleques deste tipo, em 100% das vezes.
NÃO me refiro à cor e tampouco à classe social. Não me venham com essa. Me refiro a comportamento, me refiro às atitudes de um bando de 15 pivetes que andam pelas ruas com o nariz empinado e que se sentem confortáveis com o fato de infligirem medo em todos os lugares por onde passam.
Gostam de passar gritando, gostam de passar correndo e perceber que você segurou a bolsa mais forte ou atravessou a rua. É a intenção, isso causa um certo divertimento. Sempre andam em bando, sempre com o mesmo ar de superioridade. Acontece que, quando o bando dispersa e só sobra um filho da puta na mão de um revoltado, o bicho pega. Aí todo mundo é vítima. Aí todo mundo é menor estudante. Aí vem sempre um puto segurar a mão da verdadeira vítima.

Não estive pelas praias da Zona Sul neste final de semana e nem é de meu costume frequentá-las. Fui umas duas vezes de ônibus, saindo da Zona Norte, pra nunca mais. Não teve arrastão... Mas teve gente se pendurando na janela pra não pagar passagem, teve gente arrebentando porta pra entrar forçado, xingando a trocadora de vagabunda pra baixo porque ela não deixava passar pela roleta sem pagar passagem.
Graças a Deus não enfrentei o inferno de impotência ao ver em torno de 50 "vítimas da sociedade" vindo em minha direção sem que eu pudesse fazer nada pra me defender. Primeiro pela ausência típica de reação de quem passa por isso; segundo porque, provavelmente, eu seria responsabilizada penalmente caso tentasse defender meu patrimônio e/ou minha integridade física.
Se infernizar a vida de pessoas que só querem um pouco de paz num sábado à tarde não é ter maldade na cabeça, eu juro que não sei o que é. Se a covardia de ir em bando em cima de uma família ou até de uma pessoa sozinha não traduz a consciência de se estar fazendo algo que não é certo, eu devo estar maluca.

A galera da farofa sempre foi característica de qualquer praia. Tem gente que vem da favela e gosta de mostrar ao que veio. Gosta de falar alto, rolar na areia, correr chutando areia nos outros, botar funk histérico, levar comida, levar bebida... Qual é o problema? A praia é democrática e não há direito que assista o fato de se incomodar com a presença dessas pessoas. Elas existem sim, galera, e têm tanto direito à diversão e ao mar quanto qualquer outra.
Mas, por favor, não insistam na ousadia de me dizer que o favelado tem o direito de querer o iPhone 6 do playboy, porque não tem. Se o pai do playboy é empresário e ele já tem iPhone, carro e casa própria com 18 anos, a culpa não é dele. Esse fato não dá o direito a NINGUÉM de meter a mão no que não é seu simplesmente porque não tem a mesma condição financeira, porque é um fudido na vida.
Pelo.amor.de.Deus, parem de repetir esse ABSURDO. Todos podemos almejar qualquer bem, mas se esforçar pra conquistá-los faz parte do processo, e atacar uma pessoa inofensiva não é uma forma de fazê-lo. Sério. Quantos fudidos na vida já não o fizeram? Jura que vocês não conhecem ninguém assim?

A verdade é que eu pouco me importo com o que as pessoas pensam de mim quando vejo uma atitude, a meu ver, suspeita, e troco de calçada, puxo a minha bolsa, guardo o celular. Quer saber? Foda-se. Se o Estado não me protege, me protegerei eu, da forma que puder. Depois de três assaltos, não tenho mais saco pra pagar pra ver. E é o que vem acontecendo com a galera que resolve descer a porrada na "menózada".

É CANSATIVO andar pelo Centro da Cidade com medo. O sentimento de entrar em casa, hoje, é muito mais do que o simples alívio por poder descansar, mas a gratidão por chegar são e salvo pra contar a história daquele assalto que você presenciou de dentro do ônibus. Eu não aguento mais. As pessoas não aguentam mais. É inaceitável que sejamos minimamente coniventes com essa situação insuportável. Não existe abuso mais terrível do que achar que se pode impossibilitar alguém de se defender, de proteger o patrimônio que suou pra conquistar, ainda que seja, eventualmente, devolvendo uma agressão.
Quem vai ser hipócrita a ponto de dizer que não estremece com a presença de um grupo de pivetes? Parem com essa palhaçada, somos todos humanos, de carne e osso. Todos temos medo de tomar uma facada, um tiro, um soco e de ter os pertences tomados de um susto.

Senti vergonha da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (e, com a devida vênia, já não é a primeira vez), e do juízo que decidiu no sentido de sua manifestação. Como dizer que a decisão não impede o trabalho dos policiais? Como culpá-los por não nos oferecer segurança se, assim, ficam de mãos atadas? Precisar esperar acontecer pra reprimir é uma total descaracterização do trabalho policial e, ainda, um desrespeito sem igual. Tenhamos bom senso. Nada deve ser pautado no preconceito, mas a polícia guarda experiência de função e conhece, comportamentalmente (o que não garante 100% de acerto), quem foi pra praia tomar água de coco e quem foi demonizar o passeio alheio.
Vamos parar de querer ensinar o padre a rezar missa, porque nem você que defende essa babaquice e nem a digníssima defensora jamais se dariam ao trabalho de ir pegar um bronze num sábado dividindo o 476 com 20 menores injustiçados preparados pra tomar seu iPhone.
Muitos inocentes seriam "constrangidos" à toa, mas muitos outros seriam salvos.
O pensamento coletivo é essencial pra vida em sociedade, e enquanto o sistema obrigar que nos importemos mais com a carinha do indivíduo que fez merda do que com a massa, estaremos perdidos.

Oremos... Trancados em casa, porque até ir à Igreja ficou perigoso.

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