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cantinho da casa

cantinho da casa

os cães na praia

Estive no fim de semana de 15 de Agosto em Aver-o-Mar, a pouca praia que fiz limitou-se a uma manhã com sol e pouco vento, porque os seguintes foram muito ventosos, e como estavamos alojadas no hotel em frente ao mar, com piscina interior e exterior, usufruímos de tudo o que tinhamos direito, de modo que nos dias seguintes, não fomos à praia. 

Há uma semana, fui cinco dias para Esposende, instalamo-nos no Hotel Suave Mar, que conheço há anos de um casamento que fui, mas nunca usufuíra de alojamento para praia,visto que, na época balnear, costumo sair para outros lugares.

E uma das sobrinhas tem casa em Ofir, é esta a praia que frequento assiduamente.

Este ano, decidimos ficar por perto, mais a norte não conseguimos quarto, nem nos melhores hoteis, ficamos por este que, admito, sendo antigo, tem tudo o que muitos hoteis de 4* têm.

O tempo não foi o melhor.

Este ano, quer o mês de Julho, quer o de Agosto, foram muito instáveis.

As praias com muito vento e as noites frias ( e também houve alguma chuva)

Mas o que me leva a escrever este post, é que enquanto em Aver-o-Mar não vi cães na praia, em Esposende, o fiel amigo do homem era o elemento das famílias que por lá iam gozar da praia.

Na verdade, foi uma surpresa, porque não reparei se havia alguma sinalética que permitisse cães na praia.

É uma das duas praias "pet friendly" do concelho de Esposende. O espaço onde pode levar o seu patudo a banhos situa-se entre a Praia Suave Mar Norte e a Praia de Cepães e está devidamente equipado com depósitos para recolha de dejetos e pontos de água.

Para acederem a esta praia, os cães devem estar identificados e licenciados na Junta de Freguesia da sua área de residência, usar coleira, peitoral ou açaimo e trela."

Então era ver as famílias, os casais, mulheres e/ou homens sozinhos com os seus animinais.

A maiorira eram pequenotes.

Ora, num dos melhores dias, estavamos sentadas de frente para o mar, a minha amiga apercebeu-se de um casal sentado uns metros mais à frente que tinha um cão ( sem a trela) muito sossegado sentado ao lado do dono e que todo o movimento que este fazia, ele ora arrebitava as orelhas, ora  tentava ir atrás dele, caso fosse para o mar, ora se aconchegava a ele e fazia o gesto de quem queria atenção e mimo,muito mimo.

À senhora, o bicho não lhe prestava qualquer gesto de carinho ou atenção. Era sempre o seu dono, que ele estava atento ou pedia mimo ( tive imensa pena de não tirar uma fotografia).

Pela hora do almoço, o casal levanta-se, o cão também, e todos  os gestos que o senhor fazia, ele não largava o olhar.

Se ele parava,o cão parava. Se se baixasse para pegar na toalha, o cão seguia com o olhar todos os gestos que o dono fazia.

Passam ao nosso lado, eu fiz um gesto ao cão para ele se aproximar ( percebi que era meigo e não me faria mal), e diz a minha amiga:

- O seu cão é um amor. Ele está sempre atento a tudo o que o senhor faz.

Comenta ele:

-É sim, um amor. Ele adora-me. A ela, a esposa, que está todo o dia com ele, porque eu estou a trabalhar, não lhe dá nenhuma importância. Mas,mal chego a casa, é uma alegria.Não me larga."

E dizia esta palavras com muito orgulho.

Demos os parabéns por ter um cão tão deliciosamente meigo.

Durante o dia, a minha amiga falava no cão. E na hipótese de um dia ter um cão pequeno.

O quê?- perguntei.

Não te esqueças que tens de o levar à rua para fazer as suas necessidasdes, de apanhar o cocó. E faça sol,faça chuva, e pelo menos duas vezes ao dia, é uma grande responsabilidade.

Esta minha amiga odeia pêlos de animais, afasta-se de qualquer animal por perto, não faz um carinho, não se aproxima, e quer ter um cão?

-É um caso que ainda vai levar tempo a pensar-, respondeu-me.

No dia seguinte, mais um dia de praia razoável,o vento não era de mais, lá estavam os cães com os seus donos, com as trelas presas ao guarda-sol, ou às pernas dos seus donos.

Ao final da tarde, agora mais cedo porque os dias estão mais pequenos, um homem vestido "a rigor" para a pesca, preparava o isco, lançou a primeira cana, uns minutos depois a segunda.

Por perto, os jovens banhavam-se no mar, e enquanto as canas fixas na areia junto ao mar esperavam que o peixe caísse na arma do anzol, o homem, sentado na areia, ia enrolando os fios de pesca, ou talvez organizasse os materiais que estariam misturados.

Um dado momento, um cãozito parou entre as duas canas.

Olhava para um lado, olhava para outro, onde os jovens tomavam banho, e ficava quieto.

Rapidamente peguei no telemóvel.

Fotografar a cena não seria a mesma coisa, decidi filmar o cachorrro.

Uns minutos na mesma posição, eis que aparece a correr um miúdo que se mete com o cão.

Este desata a correr praia fora por entre os corta-ventos, e desapareceu. 

O pescador continuava concentrado no seu trabalho. Uma dada altura levantou-se, foi ver a primeira cana de pesca, Tirou-a...sem peixe.

Foi pô-la junto à caixa dos materiais.

E desceu o bocado de areia que separava do mar, e ficou junto à outra cana.

Quando decidimos sair da praia, eu caminhava atenta para ver se o cão estaria com  alguma família, até que, perto da esplanada do café da praia,  em frente a uma barraca e sentada de frente para o mar, uma mulher que parecia ser idosa que estaria entretida a fazer alguma coisa, a seu lado estava sentado o cão que viramos no mar.

Fiquei enternecida.

A minha amiga também.

Não tirei fotografia.

Pensei que este momento era dos dois.

E mais uma vez a minha amiga falou em ter um cão..."Mais para a frente, quando sentir que é altura de ter um companheiro fiel"

Talvez quando se reformar... Mas ainda tem uns anos pela frente.