O lenço - Desafio dos lápis de cor - #1 azul marinho
desafio "vamos pintar com palavras?"
O lenço de seda
azul marinho # 1
" Porque não?!" - questionava-se
Veneza, a cidade dos amantes, e ela, ali, sozinha " que aventura!", pensava.
Seria mais interessante ter uma companhia para partilhar aqueles lindos lugares cheios de romance e de história.
Devia ter pensado nisso, mas a sensação de, pela primeira vez, viajar sozinha para fora do país, era um desafio a si própria.
Não sabia falar italiano, nem inglês, mas alguma coisa havia de desenrascar; " Os trurista que visitam o nosso país também conseguem chegar onde querem e não falam português", pensou.
Quem sabe encontaria uma portuguesa a passear pelas ruas? Há tantas mulheres que viajam sozinhas!"
Porque não?!" , matutava.
Decidiu seguir um roteiro que encontrara na internet. Quatro dias para ver a Basílica de San Marco, os mosaicos da Catedral, subir a Torre do Sino Campanille e desfrutar da vista da cidade.Muito havia para visitar e o último dia seria para vaguear pelas ruas de Veneza.
Alugara um quarto num hotel três estrelas, ficou satisfeita com o a decoração, com o quarto, que, não sendo xpto,era acolhedor.
Deitou-se cedo, tentou dormir mas, mais uma vez, o filme da sua vida passava-lhe à frente dos seus olhos fechados , até que adormeceu.
O pequeno-almoço era servido entre as 08:00h e as 10:00h.
Olhou o despertador: " 8:20h. Bom dia Veneza!".
Saiu da cama , tomou um duche.
Levara o essencial para vestir nesses quatro dias. Um vôo low cost não permite que a bagagem seja de mais. Escolhera umas peças clássicas em tons de azul marinho e branco que nunca a deixaram ficar mal.
Vestiu as calças azul marinho, uma camisa branca, um casaco de malha também azul marinho. Completou o look com um lenço de seda e azul marinho e branco, que o ex-marido lhe ofereçera quando fez quarenta anos. Calçou os sapatos camel Oxford que comprara nos saldos, bastante confortáveis para os longos percursos a pé que se preparava para fazer.
Olhou o espelho, gostou de se ver, sentia-se uma mulher com classe. Pegou no trench coat bege para a agasalhar nas manhãs e nos fins de tarde daquela primavera.
Foi complicado entender a italiana que a encaminhou para uma das mesas ainda vagas e lhe explicava o que tinha de fazer para se servir.
E pelo gestos percebeu que tinha de lhe dar o número do quarto e que podia servir-se de tudo o que quisesse comer. O pequeno-almoço buffet, que tanto gosta!
Serviu-se do que queria para não se levantar muitas vezes. Apreciava este pequeno-almoço que estava a saber pela vida. Discretamente ia observando os casais, que conversavam baixinho, e o movimento vaivém dos hóspedes, também estrangeiros como ela.
De repente, os seus olhos fixaram um homem que entrou na sala.
De costas para si, este homem, alto, cabelo grisalho, elegantemente vestido, falava em italiano com a sorridente funcionária que apontava a única mesa vaga, e ao lado da sua.
O homem virou-se. Sofia sentiu um baque no coração. O seu rosto corou.
E as suas mãos tremeram.
Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio no blogue da Fátima
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