Jornalismo de balcão
Há mulheres que admiro pela sua capacidade em ouvir outras mulheres, ou homens, quando estas (es) procuram mais que uma ajuda naquilo que vão comprar, palavras de conforto e de esperança.
Tenho uma amiga que foi empresária de cabeleireiro mais de 20 anos. No seu cabeleireiro havia um pequeno espaço privado destinado às senhoras que tinham cancro, onde ela cuidava das cabeleiras, assim como com carinho e muita dedicação, também," tratava" a parte psicológica destas pessoas.
Há cerca de sete anos, passou o negócio e decidiu apostar em formação, melhorar a sua atividade e, uns meses mais depois, abriu um gabinete,deu emprego a duas colaboradoras, para se dedicar especificamente a estas mulheres e homens,
Organiza a sua agenda e, sempre que pode, quando há lançamento de novos produtos, vai a Barcelona, vai a Paris, vai a Frankfurt, vai a Londres.
Duas vezes por semana, trabalha no Porto... E trabalho não falta, cá e lá.
Uma vez por mês jantamos fora. E falamos de nós e delas...
Outras vezes, vamos ao shopping comprar pequenos mimos que ela, a minha amiga, gosta de levar para o gabinete para que com um simples blush, um risco nos olhos, faça as clientes sairem de lá com um ar mais alegre e melhor autoestima (e nós, mulheres, sabemos que estas pequenos gestos que temos connosco são, muitas vezes suficientes para sentirmo-nos vivas e bem)
Entrei há pouco no FB e vi que esta jovem tinha publicado no mural isto: "o cancro como acessório"
Curiosa que sou e porque admiro-a pelo talento que tem em usar as palavras e fazer delas estórias lindas, sensíveis e humanas, cliquei e li.
Destaco esta deliciosa introdução:
"Uma das coisas boas do meu trabalho é ter a oportunidade de conhecer pessoas fortes. Heroínas anónimas que transformam as minhas "estórias" em realidade. Mulheres que expõe as suas feridas e as suas memórias através das cicatrizes que tatuam parte dos seus corpos. Há várias formas de combater o cancro, e uma delas é não ter medo dele".
Fiquei fascinada, como sempre fico, com o conteúdo deste post. Na verdade, não conhecia a jovem modelo, mas o que a CC contou com tanto carinho, foi o suficiente para dizer o que sinto e sei: "as pessoas com cancro também podem tornar-se bonitas, elegantes e sexies, sem cabelo, também".
Mais não escrevo porque tiro o encanto às deliciosas palavras da CC.
(foto retirada do blog CC Stylebook)