imaginem uma linha que passa a meio da sala
Este dia começou logo de manhã com um carro estacionado em frente ao portão que dá acesso às garagens.
Os pais têm de deixar os filhos à porta da escola, esquecem-se que o dia também começa de manhã para quem vive nesta rua.
Verifiquei se alguém subia a rua, que fosse o dono(a) da viatura, e a tirasse dali. Mas não. E buzinei, uma, duas vezes.
E no passeio, a meio da rua, vi um grupo de mulheres que conversava. Pensei se não seria uma delas a dona da viatura.
Esperei cerca de três minutos, já estava a prever chegar tarde ao ginásio (apanho trânsito dos papás que deixam os filhos à porta das várias escolas da zona) e perder a senha da aula de Pilates com Bola.
Sem paciência, espreitei, de novo, para o fundo da rua. Vejo uma das mulheres do grupo aproximar-se.
Ninguém, aqui na rua, fica chateado que deixem os carros estacionados, por breves minutos, em frente às entradas para as garagens, levem os filhos à porta da escola, sobretudo se estes são pequenos, e há funcionários a supervisionar, mas venham de imediato tirá-las e não fiquem a conversar como se não houvesse dia para os utentes desta rua.
Mas esta teve um desplante!
Propositadamente, e para que o meu carro fosse visto, deixei-me ficar a ocupar o passeio. Ela aproximou-se, dirigiu-se para o seu carro e diz: " desculpa!"
O quê?! Desculpa?! Mas a fulana conhece-me de algum lado?! Olha-me esta!", comentei para o meu decote.
Os carros faziam fila na rua e eu fervia com o pára, arranca, até que segui para o ginásio por um caminho diferente, consegui chegar a horas.
Já na aula, e hoje com menos pessoas que o habitual, com muito ou pouco espaço, as senhoras não têm a noção deste, senti-me claustrofóbica porque estavam quase em cima de mim, peguei no meu tapete e na bola, fui para o fundo da sala.
A aula seguiu o seu ritmo, até que num dos exercício o professor pediu que todas ficassemos de frente para o meio da sala, e como há quem não entenda, explicou: "Imaginem uma linha que passa a meio, quero que todas se virem de frente para ela".
No estrado, e para que todas percebamos o que vamos fazer, ele coloca-se de lado quando quer exemplificar um exercício.
Mas há a totó.
A totó ficou de frente para mim, isto é, fez o contrário do que o professor pediu. Fiz-lhe o gesto que tinha de se virar para o meio da sala.
Perguntou ao professor por que tem de se virar. Este, ao mesmo tempo lhe dá a resposta, acrescenta ela: "Ah! Mas eu prefiro fazer na mesma posição que o professor toma para explicar " .
E ele acrescentou que era mais conveninente seguir o que pedira, mas que fizesse como entendesse.
E ela fez como entendeu para si.
Quando tal, a totó estava fora do seu tapete, os seus pés tocavam os meus, ajeitei-me para que não esbarrássemos com as bolas e continuou até ao exercíco seguinte que era executado deitadas em cima do tapete. E a totó só percebeu que estava a fazer tudo mal quando se viu no chão e fora do tapete. E foi então que se desviou de mim.
A senhora tem falta de neurónios. Diz coisas fora de contexto, o/a professor (a) diz uma coisa, a maioria da vezes ela faz ao contrário, porque não ouve as instruções, não tem destreza motora.
Ontem, na aula de antigravity , e já se percebeu que ela não tem capacidade para fazer uma aula destas, além de não conseguir acompanhar os exercícios, a maioria são de equilíbrio, e porque não entende as instruções, põe-se em risco e compromete o trabalho da professora, que orienta.
Não sou contra ela tentar desafiar-se, mas o senão é que ela não consegue perceber o que a professora diz.
Depois, ouve-se um " socorro!" e lá vai a professora ajudá-la a sair da confusão que se mete.
Todos temos mais agilidade para umas coisas, menos para outras, e eu sou péssima a cortar um papel ou a desenhar uma boneco, fazer um risco.
Mas no que se trata de actividades físicas, vou para as que acho que sou capaz de fazer, não me faço de esperta e desafio o que sei ser impensável arriscar.