Há 40 anos
estava a trabalhar quando veio a notícia do golpe de estado.
nas escolas, mandaram os alunos para casa, havia medo de que houvesse retaliação, a TV ligada todo o dia, lágrimas que corriam rosto abaixo ainda sem acreditar que era verdade.
depois, foi a saída para a rua festejar o que fora impensável e acreditar que o irmão mais velho viria embora, para sempre, da Guiné.
hoje, esquecera-me que é dia 25 de abril.
hoje, a igreja enche-se de jovens que choram a morte do amigo Nuno, uma das vítimas da queda do muro, no passado dia 23.
hoje, a família está de luto.