#fiqueemcasa 33
Um Domingo de notícias tristes, duas senhoras que conhecia faleceram, uma delas mãe de uma amiga.
A conversa no whatsapp com a minha amiga N, a quem faleceu o pai há três semanas andou à volta de todos estes acontecimentos inesperados.
Mas para aliviar de tudo, de repente comentei que estava a " conversar" com ela cá dentro de casa e ouvia perfeitamente os pássaros que estariam numa grande árvore que separa os terraços dos prédios deste bairro.
Comentou que já tinha reparado que na zona onde vive é agora mais nitído o chilrear dos pássaros.
Na frente da minha casa há uma grande árvore, eles passam rente à varanda, é um prazer ouvi-los, sobretudo melros.
Mas quando falei da estrela mais brilhante ( Sirius?) que nos acompanha todas as noite de céu limpo, parece, agora, mais pura de brilho e cintilante que o habitual.
Comentou ela que já tinha reparado e que a sensação que tinha é de que estamos no meio do campo.
E lembrei-me de tentar gravar no telemóvel, o canto dos pássaros das traseiras e o da frente da minha casa.
O resto do Domingo foi a lavar roupas, levar a reciclagem para os contentores, e dar uma volta pelo quarteirão com a minha sobrinha e o Scott, o cão.
Reparámos que ainda há pessoas que se esquecem que estamos em confinamento. Atravessávamos a passadeira junto a uma das paragens de autocarro, estava um autocarro parado, e em círculo, sem distância suficiente, seis pessoas conversavam animadamente.
Mudámos a direcção, evitamos cruzar-nos com elas.
Quando saio para um pequeno passeio, que é raro, dou a volta ao quarteirão, fico com a sensação de que estou a infringir as regras decretadas, e esta gente fica na maior, como se tudo esteja bem.
Assim, o #vamos todos ficar bem, tão cedo não fica.