eu sou assim
Entro numa loja de roupa, vejo as peças nos cabides ou mexo-os para ver os modelos, há sempre uma que cai ao chão. É inevitável, seja numa loja foleira, seja na loja de marca mais in do burgo.
Se a confusão na loja é grande, não deixo as peças no chão, como se vêem na Primark ou Zara, ou H&M. Ponho-a no balcão ou numa das mesas espalhadas pela loja.
Ontem, tinha de acontecer. E quando acontece, apanho-a, coloco-a no cabide (se ela não insistir em cair) e ponho-a no seu lugar.
Fui à loja Tiger. Mal entrei, à minha frente um jovem casal trocava beijos amorosos. O espaço é pequeno. Para poder passar tinha de lhes pedir licença.
De uma prateleira ela pegou num boneco de Natal. Ele abraçava-a.
Ela quer pôr o boneco no lugar, mas cai ao chão.
Ele puxa-a, diz-lhe, "deixa ficar", seguem pela pequena passagem entre as prateleiras.
Olhei para o chão. Estavam dois bonecos caídos.
Pensei chamá-los à atenção mas desisti, poderiam reagir mal.
Poucos segundos depois, a funcionária, que teria visto a cena, vem junto da prateleira, apanha os bonecos e coloca-os no lugar.
Há pessoas que pensam que quem trabalha é paga para os servir. É verdade.
Mas não custa nada apanhar do chão o que caiu e colocar no lugar o que pegou e não quer.
Eu sou assim. E não me custa nada.