Desafio de Escrita do Triptofano # 9
a candeia
Ninguém gosta de funerais.
Eu não gosto porque custa-me expressar os pêsames aos familiares.
Mas vou, e dou, quando é alguém que me é chegado, ou um familiar de colegas ou amigos.
Já fui pior, evitava tudo isto.
No funeral da minha irmã mais velha, saí da igreja antes de ter a multidão ( estava muita gente) em cima de mim, sobretudo porque detesto pessoas hipócritcas e que eu não gostava, mas que estavam lá porque trabalharam com ela.
Com novos colegas de trabalho, e amizades bem construídas, mudei um pouco.
Quando alguém ou algum familiar das nossas relações de amizade ou trabalho nos deixa, faço questão de ir ao velório e/ou à missa. Mas nem sempre ao funeral.
Custa-me de mais ter de cumprimentar a família, ou a pessoa que me é mais chegada, e, então, quando estou acompanhada de alguém muito chegado, peço-lhe que vá à minha frente.
Esta semana, fui ao funeral do pai de um ex-colega de trabalho. Fui com uma grande amiga, a amiga dos desabafos, quer sejam os dela, quer sejam os meus.
No final da missa perguntei se ia cumprimentar o nosso colega, com quem mantivemos uma boa amizade.
Ela respondeu que sim.
Quando já só estava a família, fomos ter com ele.
Mas antes, pedi: " Vai tu à frente".
Aliás, em quase tudo que fazemos, peço que seja ela a primeira.
Porquê?
Sinto-me mais segura. E nesses segundos, arranjo fôlego para não chorar.
Ela é uma luz para mim. E sei que eu sou para ela, também.
Porque "Candeia que vai à frente, alumia duas vezes".
participação no Desafio de Escrita do Triptofano.
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