desafio de escrita do Triptofano # 4
a tela
Comprara a tela numa loja de decoração em Madrid.
Captara a sua atenção a harmoniosa combinação do tabuleiro de xadrez com o chão em xadrez, também .
O casal, devidamente vestido, dava a sensação de que se conhecia pela primeira vez, pela postura dela, correctamente sentada, as pernas juntas e ligeiramente inclinadas, e os pés de lado mostravam ansiedade.
Não seriam xadrezistas, mas hóspedes de hotel, onde, para distração e relaxe, usufruiam-nos de um espaço de leitura, de conversa e, num canto, uma mesa com um tabuleiro de xadrez.
As expressões denotavam que ele a desafiara para um jogo .
Ela, que só conhecia o jogo das damas, de quando era adolescente e jogava com os irmãos, comentou que não fazia a mínima ideia de como se jogava.
Delicadamente, ele disse-lhe que se atrevesse a jogar, era um jogo de concentração , estratégia e paciência, iam até onde conseguissem, acabavam o jogo quando ela quisesse.
Nem um quarto do jogo tinham feito, ele fixou o olhar nela. O sorriso dele, fê-la corar. As pernas dele, abertas e relaxadas, levavam a crer que os seus pensamentos estavam para além do jogo, para um mundo de sensações, imagens e movimentos sensuais, e eróticos.
Ela tentava disfarçar o rubor, apoidando uma das faces na mão, enquanto o outro braço, apoiado na mesa, e para mostrar segurança, a mão apertava com alguma força a peça de xadrez.
Sentia o coração bater com força. Da sua mente irradiavam sensações que há muito tempo não tinha e sentia.
Se ele a convidasse para uma noite, que ela imaginou quente e inesquecível, ia aceitar.
Sara olhava a tela. Trouxera-a nas férias que passara em Madrid, há dois anos atrás, a noite em que conhecera o Juan, e que ia uni-los para a vida.
participação no Desafio de Escrita do Triptofano.
outros bloggers que participam:
Ana de Deus , Ana do Green Ideas, Bruno no Fumo do Cigarro,
Marta de O Meu Canto, Triptofano, Maria do Abrigo das Letras