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cantinho da casa

cantinho da casa

de repente,

fiquei triste.

A Sofia ligou-me no final da tarde a pedir-me que a fosse buscar ao ginásio ( foi a pé e sozinha; são cerca de 4 km) por volta das 20:15h, pois a mãe ficava a trabalhar até tarde.

Estava eu mais tranquila, por vezes ela ligava-me a dizer que já estava em casa, mas nunca antes das 20:30h, mãe e filha jantavam juntas e "a horas decentes".

Quando fui buscar a Sofia, ela pediu-me que a levasse ao Pingo Doce para comprar alguma coisa para o jantar.

Não tinha dinheiro comigo, vim a casa, preparei um saco com um bife congelado, queijo de "a vaca que ri" que ela adora, pão e bolo de laranja.

Desci, dei-lhe o saco, passamos no Pingo Doce, dei-lhe o porta-moedas para ela comprar o que quisesse.

Ela não queria mais nada, pois já tinha um saco com o suficiente para o jantar, mas eu insisti que fosse.

Desliguei o carro, mas com os piscas ligados...

Ela chegou, entrou e quando ligo a ignição, zero!,  o carro não pegava. Achei estranho. Tem gasolina, a bateria dava sinal, tudo a funcionar e a ignição nada?

Como a avenida tem uma ligeira descida, mas estando um carro à minha frente parado eu não podia engatar o meu para tentar que ele pegasse.

Esperei que o dono do carro viesse. Demorava. Às tantas, vejo uma senhora aproximar-se, mete as compras no carro e arranca.

Quando o sinal verde abriu, engatei a 2ª velocidade e virei à direita, andei uns metros e o carro pegou.

Evitando subidas, voltei para trás e desci a avenida, o carro continuou sem problemas.

Deixei a Sofia em casa, regressei a minha casa evitando o túnel, seguindo por ruas onde pudesse parar se acontecesse alguma coisa. 

O carro esteve na garagem 5 dias. Claro que só podia ser a bateriaAmanhã, tenho ginásio, espero não ficar mal.

Mas a minha tristeza não tem a ver com o carro. Tem a ver, sim, com ela, a minha irmã, que trabalha de manhã à noite, viaja cerca de 100 km por dia, chega a casa cansada, a Sofia já está a dormir, para no dia seguinte levantar-se cedo e regressar ao trabalho. Isto não é vida.

O filho passou muitos dias sozinho até ir estudar para o Porto, a Sofia ficava comigo, muitas foram as vezes que me zanguei com ela por vir muito tarde do trabalho.

A Sofia sabe cuidar de si, é uma aluna aplicada, responsável, compreende que há dias que a mãe tem de trabalhar até mais tarde... mas eu não compreendo.Há horas para a família, há horas para descansar, há limite para o cansaço.

E fiquei triste porque enviei uma mensagem, que não devia ter enviado, que sei que a vai preocupar.

Merda de vida!

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