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cantinho da casa

cantinho da casa

das atitudes

Penso que em tempos escrevi sobre algumas senhoras que pensam que só elas é que têm direitos e esquecem-se que não estão sozinhas no mundo.

No ginásio, há várias que devem ter lugares cativos no estúdio, ora porque passam à frente de quem chegou primeiro à entradave está  em fila enquanto  a professora não  chega, ora porque lá dentro tudo é seu.

E eu passo -me.

Uma senhora que deixou de frequentar o ginásio, e porque ouvia-me resmungar baixo mas de forma que quem estava perto ouvisse, dizia " deixem entrar esta senhora porque ela resmunga por as pessoas passarem à sua frente".

Eu respondia que não era por passarem à minha frente, mas se havia uma fila, as pessoas entravam por ordem de chegada.

Mas nunca ninguém quis saber.

E eu desisti de reclamar.

Dentro do estúdio,  há as que ocupam sempre os "seus lugares" quer estejam na fila ou não .

Outras, antes de irem buscar o colchão, deixam as toalhas no chão para que o lugar não seja ocupado por outra pessoa.

Depois, quando está sol, e neste tempo de frio, eu costumo procurar um lugar junto às altas janelas, subo o estore para ter um pouco de sol.

Mas pergunto a quem está atrás, ao lado ou à frente, se o sol  incomoda.

Nunca tive um não, dizem que agradecem que o sol entre pela janela.

Mas há uma que está mais à frente e que implica com o estore para cima, mesmo que o sol não incida directamente no seu lugar porque o estore onde ela se posiciona está sempre em baixo 

Ontem, perguntei à senhora que estava perto de mim se podia subir o estore.

Disse que sim, e juntaram-se mais duas  que me ouviram disseram que queriam sol.

Subi-o e assim ficamos todas bem.

De repente, a senhora que eu acho que é dona de tudo, estava a aula a começar, sem pedir licença ou perguntar se podia baixar o estore, baixou-o.

A senhora à minha frente ficou boquiaberta.

Eu comentei que ela faz sempre isso, não quer sol e não  pergunta se pode baixá-lo.

A aula começou, e uns minutos depois, voltou a trás e desce-o até ao chão.

A senhora à minha frente voltou a olhar para mim.

Encolhi os ombros.

Ficaram duas pessoas sem sol.

A aula ia a meio, os exercícios eram no colchão, reparei que não estava ninguém atrás de mim,  puxei o meu colchão para trás, e disse-lhe que fizesse o mesmo para ter um pouco de sol.

As que estavam ao meu lado estavam bem, o sol chegava a elas.

Não suporto estas atitudes.

Eu sei que sou a má da fita, porque resmungo esta falta de chá das pessoas.

E quem as ouve parece que são santas de sacristia.

 

À saída do ginásio, junto ao meu carro, estava um funcionário da Câmara a varrer a rua.

Um espaço com vivendas , tem também a saída do parque de estacionamento do ginásio.

Aproximei-me do carro e diz ele : "devagar vai-se varrendo".

Eu estava a comer uma bolacha marinheira, e pus a mão à frente da boca, dei-lhe bom dia.

Diz ele: " Coma".

Comentei: " Depois do treino tenho de comer".

Acrescentou ele: "Por acaso até eu comia alguma coisa. O buraco está a dar sinal"

Peguei numa bolacha e disse: "Estas bolachas são as marinheiras. Uma espécie  de pão que os pescadores comiam quando ia para a pesca  no alto mar ".

Agradeceu-me e desejou um bom dia.

E eu não lhe dei mais porque levara quatro e já só tinhas duas.

Dentro do carro, pensei que poderia ter dado as duas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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