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cantinho da casa

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coisas do meu dia

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Criei o hábito de levar o carro de 6 em 6 meses à oficina, salvo algum problema que tenha, que é raro, felizmente, tinha marcado para hoje verificarem os travões, o óleo e dar um jeito no pára-choques, que raspei um dias destes a fazer a manobra quando saía da garagem ( farta de a  fazer, mas sempre a correr o risco que um dia ia raspar, e chegou esse dia), mas como precisam de o tirar, soldar e retocar, hoje não era o dia adequado, decidimos que ficará para outra altura que não precise do carro e este possa ficar todo dia na oficina.

A pé, e mesmo longe da oficina, aproveitei para passar no mercado e comprar frutas e legumes.

Vinha um pouco carregada, descia a Avenida da Liberdade, aparece-me à frente uma mendiga ( conhecida na cidade), suja, com a voz de choro, com a mesma ladainha habitual: "dê-me uma moeda, tenho fome, dê-me..." encostando-se a mim e acompanhando o meu passo.

Quando alguém vem em cima de mim pedir uma moeda, perco a vontade de dar. Não gosto disso. (Aliás, não precisa de ser um pobre.  Uma amiga  minha tem o tique de se aproximar das pessoas, encosta-se a elas, o rosto fica muito próximo, os olhos quase se encostam aos nosso quando está a conversar. Fico atordoada. E incomoda-me. E afasto-me.)

De repente, ela diz : "Por favor, dê-me uma moeda, tenho fome. Você tem cara de boa pessoa."

Pousei o saco das compras no chão e respondi: "Muito bem, dou-lhe uma moeda, mas acabe com essa ladainha."

Calou-se.

Fui ao porta-moedas, tirei 0,50 e dei-lhe.

Não é pela moeda, não é por desprezo ou nojo de ver alguém sujo. É a insistência e colarem-se a quem passa na rua.

Mas fiquei com o coração muito apertado com o que ela me disse.

 

 

 

 

 

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