a propósito
deste post, lembrei-me que no domingo passado fui à praia e como não levara nada para almoçar, decidi ir à lanchonete do costume, onde fazem umas sandes de presunto com queijo, tomate e alface, que eu gosto.
nas duas mesas ao meu lado, estava um grupo de cinco mulheres entre os 20 e os 25 anos, acompanhadas de um único homem de nacionalidade brasileira.
falavam muito alto, quem estava na esplanada ouvia a conversa.
o tom baixo da voz masculina raramente se ouvia.
a conversa andou à volta de homens com dinheiro (uma delas afirmou que não se importava de casar com um velho de 70 anos, rico, pois aguentaria a velhice dele pelo dinheiro que este lhe deixasse por herança), travestis, gays, homens italianos, casamentos, saídas à noite, casas de strips de homens (especificando o pormenor de como encobririam eles os seus orgãos de modo a que não se percebesse na roupa justa que vestiam, o que elas fizeram). toda a conversa ao foi ao pormenor.
percebi que o homem que as acompanhava não aguentava a pedalada delas. interveio muito pouco.
riam-se alto, não se preocuparam com quem estava nas mesas ao lado: casais com filhos menores.
foram cerca de 50 minutos, o tempo de eu almoçar, tomar o café, esperar pela conta e pagar.
levantei-me e fui para a paria.
elas nunca baixaram o tom de voz. riam-se e falavam de tudo o que lhes dizia respeito... mas ninguém precisava de ouvir.
há pessoas que gostam de se ouvir e ser ouvidas.