a cena repetiu-se
Ontem, final da tarde o telemóvel tocou. Vi o número, que não conheci, decidi atender.
A voz de uma mulher pergunta se está a falar com a senhora x. Respondo que sim.
E começa a descarregar o que queria: fazer um pequeno inquério à qualidade da água da companhia.
Respondi, sabendo eu o que viria a seguir. A cena de 2011 ia repetir-se.
Estava preparada para as perguntas sobre: estado civil, número de filhos, profissão...
Antes de desligar agradece e diz que brevemente iria ser contactada.
Ao início da tarde, descia eu a rua, toca o telemóvel.
Atendi. Era mesma voz.
Cumprimenta, pergunta se sou a senhora tal, que é da empresa x e que ontem tinham ligado. Que estava uma tarde bonita, cheia de sol, que a chuva não quer vir e tal.
Cortei a conversa e perguntei o que queria.
Repetiu que era da empresa x, que queriam fazer o teste à qualidade da água ( o teste do copo), que precisavam de ajuda, que ganham uma comissão quando vão a casa apresentar o produto.
Interrompi-a de novo dizendo que já conhecia o teste e o produto, que há uns anos alguém veio com a mesma conversa, que não nos largam, que não estava interessada em nada, que me desculpasse, não estava disposta a receber ninguém em minha casa, até porque tivera uma má experiência.
A mulher insistia que precisava de ganhar a comissão.
Eu interrompia dizendo que entendia, que sabia disso, mas não queria nada.
Voltava à carga comentando que o facto de eu ter tido uma má experiência não significava que todos são mal educados, e que quem cá viesse, seria educado. E suplicava constantemente que a ajudasse.
Insisti, também, que não. Que lhe desejava boa sorte mas não queria ninguém em minha casa a fazer o teste que conhecia, e que me desculpasse mas desta vez não podia ajudar.
E do outro lado ouviu-se um lamento.
Custou-me decepcionar a mulher, mas não dá.
Quando estas pessoas (con)vencem, metemo-nos em maus lençóis / despesas.