é uma elegante e jovem mulher " de leopardo", mas...
Vejam aqui, em advanced style.
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Pois é! O meu dia da mulher está a ser um dia inesperado, pelo seguinte:
de manhã fiquei por casa, aguardava uma encomenda que seria entregue entre as 9:00h e as 10h, andei a passear na net, até que na hora de fazer o almoço, uma amiga liga-me para o telemóvel perguntou-me se estava em casa, pois estava lá em baixo, não podia demorar.
Fiquei admirada, não é costume passar aqui durante o dia, só à noite quando vamos jantar fora.
Então, veio de propósito oferecer-me uma blusa gira, jovem, um lilás suave que adorei! (e já está a secar ao vento frio que faz hoje).
Tinha deixado para depois do almoço fazer umas compras, que não eram urgentes, mas aproveitava e dava um salto ao Media Market para comprar sacos para o aspirador (infelizmente, as lojas de eletrodomésticos que existiam no centro da cidade, fecharam todas), registar o euromilhões, e dar um passeio por onde me apetecesse.
Quando uso o carro, quase sempre, antes de entrar, vejo os pneus. E não é que tinha o pneu da frente do lado direito completamente furado?
"Que fazer? Não sei mudar, preciso do carro."
Não liguei para a oficina porque se o fizesse poderiam não aparecer hoje e eu quero ir amanhã ao ginásio. É o último dia de trabalho da professora que, para nossa tristeza, vai viver para Hong Kong.
Ora então, meti pés ao caminho e fui à oficina. Aparecendo lá sabia que resolveriam o assunto ainda hoje.
E foi o que aconteceu. Vim com o encarregado da oficina, ele tentou encher o pneu com um spray, mas o pneu não reagia.
Teve que ser substituído pelo sobresselente.
Levou o furado, amanhã liga-me a dizer se terei de pôr pneus novos ou fica o que levou para arranjar.
Já não fiz nada do que projectara para hoje. Guardei o carro na garagem, amanhã vou à minha aula e depois do almoço levo-o à oficina.
Mas porque escrevo eu isto tudo?
Enquanto esperava pelo encarregado da oficina, entretive-me a ler o jornal da cidade.
A última página é sempre dedicada às mulheres famosas, com imagens em biquini ou em cuecas.
Hoje, excepcionalmente, as fotografias eram de homens conhecidos (não me recordo os nomes) do mundo da moda, dois deles portugueses, mas dedicados às mulheres.
Na verdade, eles eram lindos e sensuais...
Às páginas tantas, já no jornal de ontem, numa das páginas internas, vinha a notícia da "Feira da Foda", em Monção.
Não conhecia, não imaginava sequer o porquê deste nome.
E foi então que li, tal e qual a notícia que encontrei neste blog... o blogue do Minho.
Cliquem neste link e leiam a estória completa.
Mas deixo aqui uma parte que conta a origem do seu nome.
Nós, portugueses, somos demais a dar os nomes mais brejeiros às estórias.
(...) À baila, vem sempre a origem do nome de um dos pratos mais típicos e caraterísticos da culinária local. O Cordeiro à Moda de Monção, conhecido como “Foda à Moda de Monção”, cujo festival realiza-se anualmente no mês de outubro. A história reza assim:
“Os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus. A verdade é que os produtores de gado, quando os levavam para a feira queriam vendê-los pelo melhor preço e, para que parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água.
Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos. Os incautos que não sabiam da manha compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: “que grande foda!”
O termo tanto se vulgarizou que o prato passou a designar-se localmente como “Foda à Moda de Monção”. De tal modo que é frequente, em alturas festivas com destaque para a quadra pascal, ouvir o povo exclamar em jeito brincalhão: “Ó Maria, já meteste a foda?”
depois de duas aulas bem puxadas, no ginásio, depois de um merecido relaxante jacuzzi, vou para o duche, fechei a porta e ouço alguém: "Olá, L".
Abri a porta e deparo com uma senhora que me olhava. E perguntou-me várias vezes se e não a conhecia.
Eu, provavelmente, com ar de palerma, respondi que não estava a ver quem era.
Vota à carga, repete várias vezes, até que, pela voz, cheguei lá.
A pessoa está mais magra, madeixas no cabelo, digamos que até bem conservada, e quando eu digo que, pela voz, acho que sei quem é, comenta ela :"Não me conhece, ou não quer conhecer-me?"
Fiquei lixada com o comentário, pois na verdade só percebi quem era quando reconheci a voz: "Ah" É a dona A".
"Sim, sou eu. Está tudo bem consigo?"
"Sim", respondi com algum desprezo.
"Bem, tive prazer em a ver", responde.
Fechei a porta e falei para mim mesma "É preciso ter lata! Ela sabe que a família não a suporta e tem o descaramento de me cumprimentar?! Estúpida!"
Enquanto tomava banho, relembrei muitas cenas que aconteceram na família durante 13 anos, por causa de uma mulher egoísta, oportunista, manipuladora...Na verdade, nunca lhe encontrei qualidades.
Há seis anos que não a via, tive o azar de me aparecer no ginásio para onde mudei há tão pouco tempo.
Mas a minha atitude será sempre a mesma: ignorar.
faz hoje seis anos que o meu pai faleceu.
acordei cedo, planeei ir ao mercado comprar legumes e fruta. lembrei-me das flores (são muito mais baratas que nas floristas do cemitério), decidi não vir carregada, fui a pé.
e já que estava na rua, deixei as compras em casa, peguei no carro e segui para o cemitério. na garagem tinha três sacos de roupa para dar a esta mulher, meti-os na mala, e segui caminho.
procurei-a, mas não a encontrei.
fui lavar as campas, pus as flores, saí de lá por volta das 13h.
vi-a, chamei-a, e disse: "já a procurei há pouco."
vinha muito bonita. vestia uma sweat que eu lhe dei River Woods (marca que já não existe, embora haja uma loja no Porto) de onde saía a gola de uma camisa branca que eu lhe dera numa remessa anterior....e sai-me esta: "que gira que está!".
na verdade, fiquei contente porque vejo que ela veste a roupa que lhe dou.
diz ela: "acabei de chegar. fui à dentista e estou com uma larica! sabe que eu não tenho dentes e o que como tem de ser coisas moles..."
ela sabe que eu não lhe dou dinheiro, fiz-me desentendida, mas ela volta a repetir:
"não trouxe nada para comer?", perguntei.
abri a mala do carro e mostro o que tenho.
como eram três sacos, um deles grande azul, de praia , ela separou as roupas mais leves, meteu-as no azul.
então diz: "estou com uma larica! não quer dar-me 1,20 € para comer alguma coisa?"
"não trouxe nada para comer?", perguntei de novo. "sabe que eu não dou dinheiro".
"eu sei, mas como fui à dentista, não trouxe nada".
dei-lhe o saco com a roupa, ficaram dois para ela não ir carregada e dei-lhe 1,10 €. tinha no porta moedas, 2,21€.
podia ter-lhe dado as moedas todas, até porque ela é muito educada, parece-me ser limpa, mas não quero habituá-la a que me peça dinheiro.
uma próxima vez que o faça, digo-lhe "não".
por que será que as mulheres fortes e/ou gordas, com o devido respeito, vestem roupa um palmo abaixo do púbis e a saia, à frente, sobre uma das coxas, gordas qb, tem uma grande racha?!
porque atrás, dois palmos abaixo da saia, cada uma das coxas tem uma tatuagem que, no caso, eram dois laços (iguais aos da imagem)
foi o que vi hoje.
oh meu Deus!
hoje, na sala de espera do hospital privado, vi uma senhora nos seus 80tas, acompanhada de dois homens altos, fortes, bem nutridos, na casa dos 50tas, e que me pareceram ser filhos dela.
ela vestia à moda popular (a tradicional saia preta e blusa bege), rosto pesado, não tinha muitas rugas, o cabelo apanhado atrás fazia um puxo e tinha um bigode preto.
e os meus olhos sistematicamente olhavam aquele bigode.
nem sempre gosto de ver num homem, quanto mais numa mulher, mas achei piada porque me fez lembrar uma mulher madura, aqui do burgo, que tinha uma bigodaça que chamava, e muito, a atenção dos homens e mulheres.
e diz o povo , "mulher de bigode ninguém a f***."
Fui ao mercado comprar frutas e flores. Depois fui ao cemitério pôr flores nas campas dos meus familiares.
Costuma estar por perto uma mulher (parece-me que não pede nada a ninguém, as pessoas dão-lhe, porque querem, pequenas coisas de supermercado), que já falei dela aqui, procurei-a para lhe dar umas peças de roupa (todas elas de marca) em muito bom estado. Aliás, eu não as dava porque cada verão que chegava, pensava que as vestiria, mas o verão passava e elas ficavam no roupeiro.
Se por um lado lamentei ter de dar peças que eu gostava de mais, por outro detesto ter o guarda-roupa cheio e acabo por não vestir.
Há dois anos comprei uma camisa túnica, que nunca vesti. Penso sempre que a vou vestir nas meias estações, primavera e outono, mas o tempo é tão imprevisto que acaba por ficar no cabide. E continua (quem sabe se chegar aos 70tas vá desfrutar de passeios pelo nosso país e estas peças mais clássicas são as ideais para isso).
Ora procurei a mulher, sem dentes, magra, suponho eu, ex-drogada (nunca lhe perguntei nem quero saber) com aspeto limpo, é viúva e tem uma filha. Encontrei-a e dei-lhe o saco de roupa e um par de botins em pele, de salto alto, e disse-lhe que se não usasse as botas para dar ou vender. O que fizesse com as botas era com ela.
No regresso do cemitério, fui ao DeBorla comprar uma caixa para a areia da minha gata, e vi-a.
Aproximou-se de mim e diz ela "gosta da blusa?".
Eu não repara que ela trazia a minha blusa preferida, da MD. Foi das peças que me custou dar. Adorava a blusa, mas como estava um pouco apertada (pois! o corpo muda...) decidi-me deixar de ter amor pelas coisas e dar a quem precisa. A blusa estava amarrotada de estar arrumada no roupeiro, mas ficava-lhe muito bem. Ela é magra, ficava ligeiramente com o umbigo à mostra: "fica-me bem, não fica?"
Entrei no DeBorla, comprei o que precisava e quando saí, estava ela à sombra a falar com uma senhora. Perguntei-lhe: "posso tirar-lhe uma fotografia?"
Tirei uma foto de frente e diz ela: " a parte de trás é tão bonita. Tire-me uma fotografia" ao mesmo tempo que se virou de costas e eu "click".
"Gosto tanto da blusa! Deixe-me ver as fotografias", pediu.
Mostrei e diz ela "Estão bem. Obrigada."
Em setembro, mais uma volta às roupas de inverno. Tenho uns casacões de malha quentinhos para lhe dar.
Precisava de café. Infelizmente, a Nespresso mudou-se no ano passado para o Braga Parque. Embora não goste muito de fazer compras nos hipermercados e como tinha urgência em algumas compras para a despensa, lembrei-me de ir ao Pingo Doce, lá no centro comercial, já que tinha de ir propositadamente à Nespresso.
Não gosto de estacionar o carro nos parques dos centros comerciais. Prefiro-o no exterior e se não conseguir lugar, procuro numa das ruas perto. E fujo dos arrumadores. Se estacionar um pouco mais longe do centro, eles não andam por lá.
Mas hoje decidi deixá-lo no parque interior para ser mais fácil carregar as compras até ao carro. Ainda por cima não tinha moedas para pegar num carrinho do supermercado.
Fui comprar o café, dirigi-me ao hipermercado, peguei num cesto e fui ao balcão para dar uma vista de olhos ao folheto da semana. Foi então que reparei numa mulher baixa, nos quarentas, acompanhada do marido, um homem franzino, e um casal de filhos. Ela estava parada junto a uma máquina de tickets. Vestia um tailleur bege, justo, e calçava uns sapatos beges de salto muito alto e fino.
Percebi que estava aflita dos pés. Os saltos eram muito altos, mesmo. Comentei para os meus botões " que diabo esta gente vem às compras com estes saltos! Nem sei como aguentam".
Segui o meu caminho e esqueci a mulher. De repente, vejo-a passar. Mas achei estranho porque me pareceu mais baixa.
Olho para os pés. O look mudara. O calçado era então um par flip-flops, vermelhos. Atrás, o casal de filhos empurrava o carrinho e dentro deste, num saco de plástico da fruta, jaziam os sapatos beges de salto salto.
Sei que há alguns artigos de vestuário New Code no hipermercado, presumo que a familia teria ido à prateleira das flip-flops, a mulher teria visto ali o alívio para os seus pés, fora à caixa registadora, pagara-os, calçara-os e voltou a familia feliz e contente para as suas compras. Ou então, ela, é uma mulher prevenida e já sabe o que a espera. Afinal, ali no hipermercado, ninguém repara...