Terça-feira acordamos cedo, pusemo-nos prontas para ir para a rua, repetir, no meu caso, os Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, o CCB, os pastéis de Belém ( que não comemos) e a tarde seria o que nos apetecesse fazer.
Descemos em direção ao Martim Moniz, metemos pela Praça da Figueira, tomamos café na Rua Augusta e, como sempre, porque sou curiosa, quando passo à porta, gosto de ver se há alguma exposição, falei à minha amiga no MUDE.
Entramos, estava em exposição peças de mobiliário e vestuário de designers conhecidos do século XX. Reconheci algumas dessas peças de exposições anteriores
No fim do corredor, em frente à saída, tinha um expositor onde se lia "A cor é para todos", Made in Portugal ColorADD, onde se via, em forma de pirâmide, uma inúmera quantidade de lápis de todas as cores da marca Viarco.
Só fotografado poderia mostrar aqui o quão de apelativo estava o expositor, mas como não se pode fotografar dentro do museu, não tive outra solução senão procurar no site do MUDE.
Seguimos em direção ao Terreiro do Paço, para ver o rio e tirar as fotografias para mais tarde recordar (tenho imensas tiradas nos mesmos lugares mas com pessoas diferentes, desta vez não quis tirar) fomos para a paragem de autocarro com destino a Belém, onde uma longa fila de estrangeiros aguardava a chegada do transporte.
Alguns turistas tinham bilhete na mão, nós não sabíamos onde os comprar.
Chega um elétrico articulado, tentámos entrar pela frente para comprar os bilhetes, mas a cabine do condutor estava fechada, bati nos vidros para lhe perguntar como adquirir o bilhete, mas ele mostrou-me um ar sisudo, antipático.
Saímos. Andava um condutor dos tuk a perguntar aos estrangeiros se queriam um passeio pela cidade, até que me lembrei de lhe perguntar se havia algum lugar onde pudessemos comprar os bilhetes de autocarro.
Repondeu-nos que era no autocarro que se comprava e que custava 3 euros cada bilhete mas que se quisessemos que nos levava a Belém.
Agradeci e respondi que não. Mas a fila começou a aumentar ainda comentamos que às tantas até qie seria uma ideia irmos de tuk.
Chamei-o mas ele ignorou-nos. Entretanto, chegou outro elétrico articulado, entramos e foi então que vimos, bem afastadas de nós, a máquina dos bilhetes.
E para lá chegar? Percebíamos que os estrangeiros tinham alguma dificuldade em tirar os bilhetes. Nós, entaladas, no meio dos estrangeiros, pedíamos licença para chegarmos à máquina.
Como sardinhas na canastra e sem que alguém se mexesse, o elétrico ia seguindo o seu percurso e eu comentava com a minha amiga "se entra aqui o agente de fiscalização, estamos lixadas". Confesso que tive muito receio.
(Contei à minha amiga que, há dois anos, quando a Lia veio passar uns dias a Portugal, aconteceu-nos a mesma coisa. Fizemos a viagem até Belém sem os bilhetes. Aliás, eram poucos os estrangeiros que os tinham).
A cerca de quatro paragens do nosso destino, comentei: "Vamos sair aqui, não me sinto tranquila".
E ainda bem que o fizemos pois encontramos um loja de conveniência e compramos água, que já estava a fazer muita falta.
Fizemos a visita aos Jerónimos, seguimos para o Padrão dos Descobrimentos, fomos ao cimo para captar as lindas vistas de Lisboa, passamos pela Torre de Belém e mesmo ali ao lado, e porque me lembrei do passatempo do Rui, fomos espreitar o Monumento aos Combatentes do Ultramar.
Comentara com a minha amiga a hipótese de almoçarmos no Mercado da Ribeira, mas a hora já ia avançada, estava calor, queríamos ir ao CCB, ficaria muito tarde, decidimos ficar mesmo por ali. E entramos na Portugália que, àquela hora, estava calma. Na esplanada não havia mesas, escolhemos uma no interior e junto à esplanada.
Depois de bem alimentadas, fomos descansar as pernas para a relva do CCB, tendo por companhia os pássaros e outras pessoas que tiravam uma soneca.
Apanhamos o autocarro para a baixa, subimos até ao Chiado para que a minha amiga ficasse com a fotografia da bela companhia do nosso Pessoa (eu não tirei porque já tenho de outras visitas).
Descemos o Chiado, não fomos comer os deliciosos gelados Santini, ainda não tinhamos digerido o almoço....
Fomos às compras, estavamos cansadas, jantaríamos em casa.
Mas para acabar bem a tarde, ainda faltava algo que havia prometido a mim mesma fazer.
No FB comentara com esta doce jovem que um dia iria dar-lhe um abraço.
Quis o destino que o apartamento que alugamos ficasse a dois passos daqui.
Por volta das 19h fui procurar o edifício que estava bem à vista. Fui para o lado errado, mas uma funcionária indicou-me o caminho e avisou-me que tinha de tocar uma campainha e pedir autorização para fazer a visita.
Mas na porta lia-se " visitas, das 19h às 21h" . Outras pessoas estavam santadas à espera, esperei também.
19:10h abriu-se uma porta. Surge uma enfermeira que, com um sorriso simpático, diz que podiamos entrar.
Fiz um sinal que queria falar com ela. Expliquei-lhe que era uma surpresa que queria fazer à CC e, de repente, perguntou ela aos visitantes: "Está aqui alguém para a CC?"
Uma senhora que vira na entrada e que comentara para mim mesma que era, de certeza, a mãe, respondeu: "Estou eu".
"Tem mais algum acompanhante?"
"Não", responde, "hoje só estou eu."
"Então tem aqui esta senhora que quer fazer uma surpresa à sua filha. Autoriza que ela vá?"
E expliquei à mãe o que me levava ali. Ela comentou "Ah! É a blogger que a minha filha fala".
Ajudou-me a colocar a máscara e entramos.
Uns olhos espreitavam a entrada do quarto. Sorri. E ela, a CC, reconheceu-me.
Não foram muitos os minutos que estive lá. Eram preciosos para mãe e filha, mas foram suficientes para perceber que o que leio no blog é exactamente o que é pessoalmente.
Não são precisas muitas palavras para dizer o que senti e sinto por esta blogger. A CC tem um coração do tamanho do mundo.
Já no apartamento diz a minha amiga "O nosso amigo quer vir a Lisboa e convidou-nos para bebermos um copo".
Chegou por volta das 21:30h, saímos a pé em direção ao Martim Moniz. Entramos no hotel Mundial, subimos no elevador até ao terraço,o Rooftop Bar, um espaço muito bonito e simpático convidava para uma boa conversa e melhores bebidas.
Pena que as noites lisboetas estivessem frias. Alguns clientes agasalhavam as costas com as mantas azuis que os funcinários punham à disposição.
Junto a uma coluna havia uma mesa. Sentámo-nos nos altos bancos, de costas para a coluna que nos protegia do frio.
As bebidas das mulheres não tinham álcool: sumo compal de beterraba e maçã, cenoura, sumo de limão, geleia (de qualquer coisa que não me recordo), canela, ervas aromáticas e limão. Simplesmente deliciosas!
Regressamos a casa. Eles ainda beberam chá e comeram bolachas. Eu, que ainda tinha o sabor da bebida fresca, não conseguia beber e comer mais nada.
O dia seguinte seria o nosso último dia em Lisboa. A contar... brevemente.