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cantinho da casa

cantinho da casa

Os idosos são um perigo!

 

 

 

 

Hoje de manhã, na minha caminhada  matinal, agora que há sol e a temperatura ambiente é de primavera, passei pela feira.

Descendo a avenida principal, uma senhora idosa, baixinha, vestida de preto, com ar muito doce, aproxima-se de mim e diz-me: “A menina pode fazer-me um favor?”

“Claro que sim, o que deseja?”

“ Gostaria de atravessar para o outro lado da avenida, mas preciso de ajuda.”

“Não devemos atravessar aqui a avenida, é perigoso. Eu até a ajudava, mas não devo e não posso correr o risco”.

“Pois é, custa-me muito andar, atravessar o túnel, tenho medo, e ainda é um pedaço até lá e eu não posso andar muito”, insistiu.

“ Onde é que a senhora mora?”

“ Eu quero ir para o café São João.”
Volto à carga : “Eu teria muito gosto em ajudá-la, mas se quiser ir comigo até junto do túnel, atravessamos lá. Tem menos perigo.” (ajudá-la-ia, mas iríamos pelo túnel).

“Deixe lá. Eu peço a alguém que me ajude.”

Eu insistia: “Mas venha comigo, atravessamos mais acima. Aqui não. Eu conduzo e sei o perigo que se corre a atravessar esta avenida. Desculpe, mas é muito arriscado e eu não quero ser responsável por alguma coisa que possa acontecer.”

E ela insistia “Não. Não posso andar. Eu peço a alguém que me ajude.”

Pedi desculpa, e segui o meu caminho.

Dei uns passos, olhei para trás e lá estava ela com um senhor, parados na faixa do meio da avenida, à espera que os carros passassem para atravessar o resto que lhes faltava para ela ir para o café.

Sei o quanto é perigoso atravessar esta avenida, há muitos idosos que o fazem, buzino quando vejo as pessoas atravessarem à frente dos carros.

São poucas as pessoas que vão pelo túnel para peões, inclusive, eu.

 

 

O amor na terceira idade.

Na Segunda-feira passada, fui assitir à missa de 8º mês de falecimento do meu pai.

Como sempre, evito levar o carro e aproveito para caminhar.

Costumo ir pela conhecida Avenida Central, muito frequentada pelos idosos e por muitos jovens que aproveitam o sol e "curtem" momentos de namoro, de brincadeira, de lazer.

Indo eu na direcção dos sinais para atravessar para o outro lado da avenida, sentados num banco, deparo com um casal  nos seus 80as e...

Ela muito bem vestida, ar tranquilo e meigo. Ele, um pouco mais acabado, magro, vestia um fato em tom de castanho, aproximava o seu rosto do dela e o seu braço esquerdo pousava delicadamente no ombro, com carinho e alguma sensualidade.

Fiquei deliciada com a cena.

Falei com os meus botões: " O amor, o carinho, a sensualidade não acabam com a idade. Quem tem o dom de a alimentar, pode prevalecer para sempre".

Como eu gostaria de o viver...eternamente.

 

Braga

Parte da Avenida da Liberdade de Braga, onde vivo, foi cortada ao trânsito há cerca de dois meses, para obras, onde desembocava um túnel que "escoava" o trânsito num sentido em direcção descendente para as zonas limítrofes da cidade.

Toda essa área foi tapada,com altos "muros" em chapa,  para que os transeuntes não perturbassem com seus olhares habituais de curiosidade, o andamento da obra.

Mas soube há dias que quem vive e/ou trabalha nos edifícios ao lado da obra, espreita o que se passa por lá. Parece que ao abrirem o solo em toda essa zona, descobriram ruínas romanas de grande interesse. (Lembro-me que há muitos anos atrás, numa das zonas da Colina de Maximinos, havia um pequena parcela de terra de onde "brotavam" umas ruínas romanas, que mais tarde foram "tapadas" por tijolos que dariam lugar a moradias.)

Mais abaixo desta  avenida completamente tapada,  quem a desce,do lado esquerdo abriram valas para porem novos condutas de escoamento de águas, penso eu. A toda a volta, rodearam com rede para que os carros circulem normalmente e apenas numa faixa, quando verifiquei que certos espaços foram cobertos por um telhado em plástico.

Em conversa com um familiar, soube que se decobriram mais ruínas. Devo lembrar que bem perto e do lado direito dessa avenida, fica a célebre ruína "Fonte do Ídolo" , que foi restaurada e é agora um dos muitos lugares a ser  visitado nesta cidade.

Fiquei estupefacta, pois já tinha passado várias vezes, de carro, e nunca me tinha apercebido de nada, nem mesmo ouvira falar disso.

Vivo a escassos 200 metros da avenida, e ansiava a oportunidade de espreitar e verificar se de facto correpondia à verdade.

Só hoje tive oportunidade de passar lá. Antes de sair de casa, lembrei-me da minha simples

máquina fotográfica e metia-a na carteira para fotografar aquilo  por que eu esperava confirmar.

Pois bem, de máquina em "riste", como se de uma turista se tratasse, tirei as minhas humildes fotos. Não andava nenhum arqueólogo pela zona, pelo que foi mais fácil fotografar o que queria.

Estava a uma certa distância. As fotos podem não estar muito nítidas, mas foi o que consegui.

Estava tão entusiamada que a bolsa da máquina fotográfica caiu-me para o lado de lá da rede e não conseguiria com a minha mão lá chegar. Ninguém na obra... Nenhum objecto que me pudesse puxá-la para o lado de cá. Mas eis que mais acima do passeio, vejo um senhor idoso que passeava apoiado na sua bengala.

Dirigi-me ao senhor e pedi-lhe para se aproximar da rede, apoiar-se nela para não cair, e me emprestasse a sua "ajudante" para que eu puxasse a malandra da bolsa.

Sem qualquer problema, o senhor aproxima-se, mete a bengala por entre a rede e, com um jeitinho bem meigo, puxa-a para o lado de fora. Apanho-a e,muito agradecida, continuo a tirar as minhas fotos.

Espero que gostem. São as minhas primeiras fotos sobre ruínas , aqui na minha cidade,carregada de cultura, mas onde impera o tijolo e o progresso ... do dinheiro.

Uma bracarense.

Obras

 

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