Ó vó, deixe estar! Não é preciso, vó!
foi o que ouvi quando passava junto de uma senhora, a avó, que, de porta moedas na mão, fazia questão de dar uma notinha ao rapaz, que teria 16 anos, louco por a ganhar.
Uns metros à frente, um grupo de jovens olhava a "cena" e dizia: "Tanto alarido quando viu a avó. E a avó deu-lhe dinheiro. Que cena meu!"
E a "cena" levou-me ao meu tempo de adolescente, quando a minha avó dava a mesada aos rapazes, sempre, e às raparigas, de longe a longe.
E neste longe a longe, as palavras que eu usava eram as mesmas que ouvi do jovem rapaz.
E são as palavras que ouço, de quando em vez, dos meus sobrinhos: "deixa estar tia L, não é preciso", mas ansiosos pela moeda ou notinha.