Até há quem repare corações partidos e não só...
Cena 1
Estava sossegada na sala a trabalhar quando uma voz de homem diz qualquer coisa que não percebi ser para mim. Esta voz raramente me dirige a palavra, pelo que desliguei.
Como estavamos os dois sozinhos, a voz volta a dizer não sei o quê. Perguntei se estava a falar comigo (podia estar a falar em voz alta, com os seus botões) e ela respondeu que sim.
Então, perguntei o que queria.
Ele: "Não sei o que hei-de dar à minha mulher. Hoje é o dia dos namorados. O que achas que devo dar-lhe?"
Fiquei estupefacta."Comentar comigo algo tão privado????!!!"
Eu (estava de costas para ele e ele para mim, ahahahahahaha!): "Não sei. Só tu sabes os gostos dela."
Ele: "Dá-me uma opinião.És mulher, sabes melhor o que precisais."
Eu: "Sou mulher, mas cada uma de nós tem os seus gostos." E de repente, atirei esta:"Porque não uma lingerie? Uma mulher gosta sempre destas coisas!"
Ele: "Lingerie?! Onde posso comprar?! Gasto até 100 euros (ai quem me dera ter um marido/namorado que gastasse 100 euros numa prenda para mim).
Eu:"Tens problema em ir a uma loja e escolher uma lingerie? Hoje em dia ninguém dá importância a isso. Se fosse há alguns anos atrás...E com cerca de 30 euros já compras uma lingeria bonita. Depende da loja que escolheres."
Ele (sempre de costas para mim e vice-versa): " Diz-me nomes de lojas, então"
Nomeei 2, as mais acessíveis, ao que comenta: "Vou ligar a um amigo meu para ele ir comigo."
Continuei o meu trabalho com um sorriso enorme, como o que tenho neste momento "estampado" no reu rosto.
Uns minutos depois, estava a falar ao telemóvel e eu convencida que estava a falar comigo, perguntava: "O quê?"
Cena 2
Hoje, quase todo o dia sem internet, não deu no intervalo do almoço para andar nas minhas leituras fugazes.
À 5ª feira, saio às 16:40h. Quando chego a Braga faço um pequeno desvio para comprar pão numa padaria, onde em criança costumava comprar a broa e o trigo (como se dizia antigamente), pois o pão é ótimo.
Subo uma parte da rua 31 de janeiro para virar à esquerda, onde fica a dita padaria.
Parada nos semáforos, enquanto esperava que passasse a verde, uma senhora, com um cesto na mão, entregava um folheto e algo, que não percebi o que era ,aos condutores parados, enquanto outra senhora, no passeio, tirava fotografias.
A primeira senhora aproximou-se do meu carro e diz: "A CarGlass oferece este chocolate e um folheto para celebrar o dia dos namorados. Nós até reparamos os corações partidos. Feliz dia dos namorados."
Eu, que nem dou grande importância a este dia, fiquei deliciada com o gesto.
Sorri e agradeci.
O sinal passou a verde, arranquei e soltei um "obrigada" à senhora que tirava as fotos.