993 - Inédito
Hoje tinha um trabalho para fazer com uma colega , mas como houve um percalço, e ela tinha reuniões, adiámos para o primeiro dia de aulas.
Como as minhas reuniões acabaram ontem, faltei ao ginásio e fui à praia.
Esquecera-me do guarda-sol, tão importante quanto o protector solar, e fui comprar um dos mais baratos a uma loja de chineses.
Cheguei à praia. Estava vento fraco, de NW. Não sendo nortada, aguenta-se. E que bem que se estava!
Estatelei-me à beira-mar, entre um homem, e um casal, os três a uma distância razoável, pois não gosto de estar "colada" às pessoas, como faz a maioria dos banhistas que vai para a praia. Além disso, a praia era toda nossa, como eu gosto.
O mar não convidava ao banho, mas fui sentir a temperatura da água. brrrrr, fria!
Protector solar no corpo, deitei-me a ouvir a RFM e a trautear uma ou outra canção e a usufruir do sol que estava a aquecer-me a alma, e o mar a levar para bem longe o cansaço das aulas.
Cerca de uma hora e meia depois e deitadinha a gozar o sol, escuto uma voz...
"Não quer que lhe ponha protector solar nas costas?".
Absorta na música, não me apercebera que alguém se aproximara de mim. Levantei a cabeça e, de pé, com uma embalagem azul de protector solar, estava ele, o homem.
Estupefacta, respondi: "Obrigado, não é preciso."
Ele insistia, ao mesmo tempo que estendia o braço e mostrava-me o seu protector: "Mas eu ponho. Está a ficar com as costas queimadas. É perigoso."
Voltei a dizer:"Obrigado, mas eu já pus. Além disso, eu tenho cuidado. Não se preocupe."
Então ele, diz "Se quiser eu ponho" , e afastou-se.
Deitada, imaginei o meu sorriso e os meus olhos brilhantes de situação tão inédita. Ria-me, pensava "e esta?como é possível?"
A verdade é que sempre que vou sozinha à praia, faz-me falta alguém para me pôr o protector solar. Nunca pedi a ninguém que estivesse por perto, com alguma vergonha de ter uma resposta que não gostasse e, hoje, sem que esperasse, pela primeira vez desde que existo, alguém desconhecido, do SEXO MASCULINO, ofereceu-se para o fazer.
E agora pergunto-me/vos: fui indelicada? Que pensaria ele? O que queria ele? Conversa?
E ele não era homem de se pôr de lado, não.
Teria entre 40 /45 anos, estatura média-alto, moreno, cabelo um pouco acima dos ombros, corpo bem estruturado e vestia calções modelo bermudas.
Sentei-me, não olhei para o lado esquerdo, onde ele se deitara, coloquei mais protector, fui ao mar lavar as mãos e, para minha admiração, o senhor que estava com a esposa (???), olhava-me, talvez a pensar o que se teria passado naquela pequena conversa entre mim e o outro homem.
E eu não olhava para um lado e outro. Só para o mar.
Depois, por voltas das 14:30h percebi que ele estava a movimentar-se. Uns minutos depois, ele desaparecera.
E a esposa )???) do outro, entretanto, foi embora. Ele, o marido (????) ficou.
Eu fiquei sossegada a "beber" o sol.
Depois vi ele, o marido (???) com uma máquina de filmar...ou uns binóculos?!
Preferi esconder-me atrás do guarda-sol que estava aberto, mas a fazer de tapa-vento.
Saí da praia por volta das 15:45h. Guardei os meus acessórios de praia na mala do carro, e fui tomar café.
Não estive mais de 10 minutos.
Quando regressei ao carro, vi que alguém me observava, junto ao seu carro.
Saí do estacionamento e, até Barcelos, fui sempre seguida por alguém.
«Oh God, make me good but not yet!»