Em África, no Quénia, Victor Marswell dirige uma equipa de caçadores de animais selvagens que se destinam aos jardins zoológicos.Um dia uma bela turista americana, Eloise Kelly, instala-se num dos quartos da casa de Marswell com o objectivo de experimentar as fortes sensações dos safaris. Eloise é uma mulher insolente e provocadora que acaba por perturbar a rotina das vidas de Marswell e do seu sócio Pryce. Marswell ao saber da chegada de um antopólogo e da mulher dele aproveita a oportunidade para mandar Eloise de regresso no barco. Linda, a mulher do antropólogo, é também uma mulher de uma beleza irresistível que desde logo perturba Marswell. Inesperadamente Eloise regressa à casa de Marswell, após o naufrágio do barco, e agora o duro caçador africano começa a sentir-se encurralado por duas mulheres deslumbrantes no coração da selva. "Mogambo" não é nem o melhor nem o mais notável filme de John Ford. Há mesmo quem o considere de uma total vulgaridade. E, no entanto, se dificilmente se reconhece a marca de mestre Ford neste melodrama romântico em atmosfera africana, a verdade é que se trata de um trabalho hábil, divertido e bem construído que na carreira de outro qualquer realizador estaria longe de ser vulgar. Na origem do projecto está uma peça teatral, já adaptada ao cinema em 1932, sobre o triângulo amoroso entre um duro e solitário caçador de feras que repentinamente se vê dividido entre duas mulheres de sonho. Clark Gable assume o principal papel, tal como já o tinha feito na versão de 1932, entre Ava Gardner e Grace Kelly, ambas nomeadas para Oscares da Academia de Hollywood, num filme onde Ford pode não ser genial mas é ainda assim capaz de surpreender e divertir com inteligência e sensibilidade, o que é muito mais do que se pode dizer de um sem número de filmes.