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cantinho da casa

cantinho da casa

mais uma loja que fechou

Desejei boa sorte a algumas funcionárias da loja Zara que fechou, hoje, às 19:00 horas.

A loja que trazia pessoas para a rua, para as compras, que estava sempre disponível para satisfazer as vontades   dos clientes.

Apesar de mostrarem um sorriso, via -se tristeza nos olhos das funcionárias.

A maioria destas estavam lá há muitos anos.

Em 2023 foi a Massimo Dutti, na mesma avenida, hoje deixa-nos a primeira grande loja que abriu em Braga, no ano de 1990.

O que será que vai ocupar aquele espaço?

Lojecas de coisinhas que já estão a descaracterizar o centro da cidade?

Mudam-se os tempos e os interesses económicos também.

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da semana de temporal

Sábado passado, abriu Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025.

A chuva veio "abençoar" a abertura que, segundo soube, os espectáculos nos vários lugares que se realizaram foram muito bons.

Eu saí para ver uma jovem canadiana    tocar órgão na Basílica dos Congregados.

Estava à espera de ouvir outro género de música que nos alegra a alma.

Uns acórdãos monótonos, monocórdios, levavam-nos à reflexão, ao nosso interior, e até a adormecer, como vi algumas pessoas. Por vezes, outros sons semelhantes ao piar dos  pássaros,  confesso que não foi do melhor que ouvi.

À noite, houve mais espectáculos e,  no final, os 500 drones que "invadiriam o céu de Braga", pensando eu que conseguiria ver da minha janela, e pelo que vi na Braga TV , o lugar onde eles faziam as suas lindas imagens sobre Braga e sua história, o alto prédio que fica numa rua paralela à minha, impediu que visse o espectáculo.

Na segunda-feira, decidi ir ao cinema depois do almoço.

Uma hora que não tem muito público, e que não se é incomodado pelo mexer das mãos no balde das pipocas, nem o ruído nas bocas de quem as delícia ( eu adoro)

Metade dos lugares estavam ocupados.

Como não poderia deixar de ver "Ainda aqui estou" é um filme bom, não só porque retrata a vida de um casal do tempo da ditadura, mas porque os personagens são bons.

Mesmo  os mais novos, envolvem-nos na vida de uma família numerosa, feliz.

A luta pela procura do marido que foi levado pela polícia federal, a chantagem psicológica na identificação de todos os homens e mulheres presos por nada.

Passados 25 anos, foi declarado o certidão de óbito, foi a família recebê-lo, o culminar da gratidão por, finalmente, terem-no com ela.

Eunice Paiva, é o forte da família.

O seu papel é tão natural, as suas expressões, o seu diálogo, a educação que passa aos filhos, é de uma naturalidade que nos reconhecemos nela.

Momentos tristes, momentos alegres, família que cresceu, eis que no final, e porque quando a família se reunia tirava-se uma fotografia, surge Fernanda Montenegro, no papel da personagem Eunice, idosa,  que  sofria da doença de Alzheimer.

Sentada em frente à TV, os olhos levantam-se para ouvir uma notícia sobre o que acontecera a muitas mulheres que ficaram sem os seus cônjuges.

O nome do marido é mencionado.

Baixa a cabeça.

Vêm os filhos buscá-la para o retrato.

Sempre que havia retrato, havia sorrisos.

Desta vez, todos sorriram. Ela não.

A história é para ser vivida na sala de cinema.

Estes são alguns apontamentos do que é o filme.

Nos dias que vivemos, reflictamos no que foi a ditadura.

Eu vivi alguns anos e sei o que os meus avós e os meus pais passaram.

Na terça-feira, com o tempo horrível que estava, não fiz nada que me distraísse.

Fui buscar o miúdo à escola, levei-o à terapia.

No carro, comia o meu lanche, recebi  chamada da minha irmã.

Falecera a mãe de uma amiga nossa.

Depois de levar o miúdo a casa, fui ao velório.

Conheço poucas famílias que sejam tão unidas quanto esta.

A minha amiga tem três rapazes e uma um rapariga, todos adultos.

Estes jovens sempre acompanharam os avós maternos.

Iam de férias com eles, tinham um amor incondicional aos avós.

O filho mais velho vivia com a avó.

Na missa, o padre fez um homilia pequena que captou a minha atenção, e penso que de todos os presentes, dizendo mais ou menos  estas palavras que me emocionaram: " A perda dói e custa muito.

Mas a vida é feita de perdas e ganhos.

Olhemos para trás e pensemos nos ganhos que os nossos entes nos deixaram".

Uma família muito unida, exemplo de que a educação e o respeito são valores  fundamentais  para que a sociedade se respeite.

E a nossa responsabilidade é passá-los aos filhos, aos netos,  e estes às gerações que virão.

Duas famílias unidas; a do filme, e a real.

Ambas tocaram o meu pensamento e o meu coração.

 

 

 

 

o tempo

Esta manhã foi terrível.

Prestes a levantar-me para ir ao ginásio, e por breves minutos, o vento que se ouvia era de tal forma ruídoso que pensei num tufão, num ciclone.

Era a hora de muitos miúdos chegarem à escola.

Há crianças que entram às oito horas.

O meu sobrinho neto entra por volta das 08:15h, a mãe começa o trabalho às 8:30h.

Uns minutos depois, passou.

Neste momento, estou no café a almoçar, tenho um funeral daqui a pouco, e de repente, um estrondo de um trovão, seguido de uma carga de chuva intensa.

Estou perto da igreja e pensei ir ao cemitério a pé, pelo que deixei o carro na garagem.

Trouxe um guarda-chuva grande. Os  pequenos, com o vento que a Hermínia nos deu no domingo passado, já foram.

A ver vamos como o Ivo se vai portar até ao cemitério.

 

 

 

Janeiro

dos Reis, das Janeiras, do frio, da chuva, do dia mais triste, dos dias que crescem e as crianças já procuram os parques nos dias de sol.

Janeiro de São Vicente, Padroeiro da freguesia onde nasci.

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O meu irmão mais velho faria 75 anos. Não se chamava Vicente. Francisco era o seu nome.

Normalmente chove neste dia, e hoje não foi excepção.

A  festa realiza-se nos dias 21 e 22 de Janeiro.

Das tradições fazem-se a Fogueira de São Vicente (dia 21 de Janeiro); a Romaria dos Meninos (dia 22 de Janeiro); a leitura do futuro do ano agrícola; os moletinhos de São Vicente e os rebuçados do Senhor.

E como não podia deixar de ser, comprei os moletinhos, que foram num instante, com um chá a acompanhar.

O meu sobrinho neto que anda cá por casa, chama-se Vicente.

E levou moletinhos.

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o aniversariante

Fui à aula de Zumba.

O senhor L, raramente falta a uma aula.

Falto eu.

E quando falto, recebo uma fotografia do grupo, no WhatsApp, e lá está ele.

Ele e uma senhora, que não sei o nome, que  gosta de mim e  que ofereceu-me tangerinas e quivis.

A aula é divertida. A maioria das músicas são  colombianas e brasileiras, vou acompanhando a coreografia.

Fico atrás de algumas craques. As mais jovens estarão no 40tas.

Hoje, no final da aula,  e antes da fotografia habitual, a professora comunicou que o senhor L fazia anos e tinha algo para nos dizer.

Ele ocupou o lugar no pequeno palco, e contou que no ginásio que frequentara anteriormente, uma altura um casal falava sobre a idade.

Ele meteu-se na conversa e comentou que tinha 56 anos.

A senhora ficou admirada, porque pouco mais velho era que ela e disse  que ele estava bem conservado.

A conversa continuou até que ele diz que no ginásio havia um homem que tinha 81 anos.

E perguntou-lhe o casal: "  81 anos e faz ginásio? Quem é a pessoa?!"

Respondeu-lhes: " Essa pessoa sou eu. Tenho 81anos".

Está neste ginásio, há cerca de um ano,  faz Zumba com as muitas mulheres, ( recentemente entrou mais um homem ) o senhor L tem hoje 82 anos".

Cantamos os parabéns e no final, cantou um pequeno verso, de improviso, a agradecer ao grupo a canção.

E eu que pensava ser ele um senhor tímido!

Frequentar o ginásio com 82 anos,  é de calar a boca de quem diz que o exercício físico não é para idosos/velhos.

Felizmente, neste ginásio,  não faltam pessoas com mais de 80, sobretudo nas aulas de hidroginástica.

Mas o senhor L parece que gosta mais de Zumba.

 

 

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