ele gosta de cavalos
eu afasto-me deles.
Depois da aula, ele tem de fazer as despedidas.
Nas aulas de equitação, há algumas crianças que montam muito bem.
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eu afasto-me deles.
Depois da aula, ele tem de fazer as despedidas.
Nas aulas de equitação, há algumas crianças que montam muito bem.
Mais uma vez, a minha amiga M foi contemplada com dois bilhetes para o jogo de hoje entre o SCB e o Malmö FF.
O tempo está de chuva, embora na meteorologia indique melhoria a partir das 15:00h, não sei se vou, visto que o estádio fica numa zona muito húmida.
Vamos,ou não, o bilhete está cá.
Haloween, uma festa que entrou nas escolas portuguesas há alguns anos pela disciplina de Inglês, em que se faziam trabalhos e, com a devida autotrização, no início, as crianças vinham pintadas de casa, depois vieram as roupas, e à medida que o tempo passava, entrava nas festas portuguesas.
Nem todas as pessoas aceitavam ou aceitam a festa, criticavam, na noite de 31, as familias que saíam de casa com os filhos para baterem à porta da vizinhança para a "doçura ou travessura". E quem tem filhos sabe que eles gostam disto, o importante é vê-los felizes,entram na festa,também.
Ontem, pela primeira vez, o meu sobrinho neto, 5 anos, foi com a mãe, e os filhos de um casal amigo que costumam entrar na onda, para a rua. E ele adorou.
Ora, a oitava edição da "Bruxaria Vale d'Este", de São Pedro d'Este, uma freguesia nos arredores da cidade onde passa o rio Este, chamou muita gente da cidade e arredores para a que é a grande festa de Halloween, que eu não ia desde 2016.
Ontem lembrei-me do evento, até porque passei lá em setembro e já estava "a bruxa" na rotunda da variante a chamar a atenção do automobilistas.
Pela hora de jantar, tinha uma mensagem whatsapp da minha amiga M, que dizia que ia com o filho mais novo jantar na festa de São Pedro d'Este e convidava-me para ir.
E fui.
A hora era a melhor, mas ainda assim não foi fácil arranjar estacionamento.
Estava bem composta de pessoas, conseguimos uma mesa para comermos a nossa bifana, ou os cachorros ( até kebabs fazem parte dos comes), até que começou a fazer-se fila para as bifanas, saímos da mesa,demos lugar a outras pessoas e fomos ver as tendas e o ambiente junto ao palco.
De repente, ouvi o ruído de água a cair, fomos espreitar e foi aí que o espaço nos cativou. Todo ele decorado com tudo o que faz parte de um Halloween.
A partir da dez já se via a multidão a chegar e a invadir todo o espaço.
E os brasileiros já entram na onda.
A humidade e o frio já pairavam no ar, eles foram comprar gomas, e como não gosto, nem devo comer estas "porcarias", seguimos, depois, para o carro.
E foi então que vimos o imenso trânsito que procurava estacionamento.
Demorou algum tempo a fazer a rotunda, a fila de acesso ao recinto era enorme.
Saímos na hora H.
E quentinha, em casa, adormeci no sofá.
A propósito deste programa de entretenimento que vi no passado sábado na RTP1, um dos sketches foi sobre a religião ligada ao Brasil, e este fez-me lembrar a viagem que fiz no comboio urbano, na semana passada, ao Porto.
Em frente a mim sentou-se uma jovem bonita, piercing no nariz, vários brincos/ piercings nas orelhas. Vestida de preto, mala de estudante na mão, sorriu.
Logo a seguir, um homem que nos perguntou se nos incomodava sentar-se ali.
A jovem respondeu que sim, eu também. E sentou-se ao meu lado.
O comboio sai da estação, e o homem começa a dizer umas coisas para a jovem. Nada de provocações, elogios, mas umas palavras que eu não percebi, que ela comentou, e vi que era brasileira.
O homem começou então a falar.
Nasceu em Braga mas há muitos anos que vive em Gaia, que estava reformado, que trabalhou, e casou, em Gaia, e por lá ficou. E que desde que se reformou que gosta de vir almoçar a Braga.
Disse qual era o restaurante e perguntou-nos se sabíamos onde ficava. A jovem disse que não, e eu, que tinha dito ser de Braga, comentei que sabia qual era a rua, mas não o restaurante. Ficou admirado, dizia que é um bom restaurante ( percebi que é um daqueles que serve diárias), mas não dei grande importância. Contou o que come ( quase sempre bacalhau porque adora ) ,que bebe uns copos, quanto paga, o prazer que lhe dá vir uma, duas , três vezes por semana, almoçar.
Perguntei se vinha encontrar-se com os amigos de Braga, ao que me respondeu que não.
Vinha sempre sozinho, e não se encontrava com ninguém, que os amigos são interesseiros, que não tem amigos, que gosta de andar sozinho.
A jovem ouvia tudo, mas as suas expressões mostravam que a maioria das palavras que ele dizia não entendia ( de vez em quando eu piscava-lhe o olho e sorria), não só porque ele falava depressa e dizia palavrões ( nada que ofendesse), mas também porque misturava os assuntos: a familia, Braga, os cartões urbanos que o levam para onde ele quer.
Era um homem simpático, fazia-nos rir, e ria-se do que contava.
Uma dada altura, falou da esposa, que mudou para outra religião, que vai para aquelas igrejas que gritam e sacam o dinheiro aos pobres; que em tempos iam de autocarro para Lisboa; que foi várias vezes com ela para os encontros, mas como ele não se interessa pela religião, embora respeite todas, que era uma fantochada, deixou de ir; que os pobres vão à procura de milagres; que a casa do Bispo é grandiosa; que a esposa é importante na igreja, mas ele não se mete no assunto, porque se o dinheiro que gasta é dela, está tudo bem, que faça o que quiser.
Estavamos em Ermesinde. Às tantas, fala sobre o Brasil, de o povo ser fanático nestas religiões. A jovem intervém dizendo que não frequenta essa religião, e diz o homem :" Ó, c*%&#+o que você é brasileira!".
A jovem ri-se, e comento eu:" Só agora é que o senhor percebeu que ela é brasileira?!"
O homem pediu desculpa, ela respondeu que não tinha importância, que ele estava a ser simpático, estava a gostar da conversa.
Na verdade, eu também estava a gostar de o ouvir.Era um homem puro naquilo que dizia. E respeitador.
Quando chegamos a Campanhã, ela despediu-se de nós, que íamos para a estação de São Bento, e disse que teve muito prazer em nos conhecer.
Chegados a São Bento, o senhor pegou no saco que trazia e disse-me que dentro dele tinha oito quilos de arroz.
Comentei com os meus botões :"será que não há arroz nos supermercados em Gaia?"
Despediu-se, e cada um de nós seguiu o seu caminho.
Por acaso, eu ia para Gaia.