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cantinho da casa

cantinho da casa

# fique em casa 16

Ontem, estive ao telefone com a minha amiga N, falámos até às 02:00h, lembramos coisas dos pais, de nós, das amigas, das  nossas vidas.

Parte da  manhã foi a ler alguns blogues( há que matar o tempo) embora tenha o cesto cheio de roupa para passar a ferro, mas há tempo.

Fiz uma hora de exercícios de Pilates. Tenho alternado com a banda elástica, a bola, e a toalha. O meu ginásio proporciona aulas online, via FB, mas como  prescindo desta rede social, prefiro adaptar, aqui em casa, os que lá faço.

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a  minha gata ora senta-se a observar-me,ora passa por cima daquele tapete esquecido nas arrumações, para arranhar as unhas.

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Hoje, e a propósito deste post cheio de humor ( obrigada por nos fazeres rir  logo de manhã) e do comentário que a Luísa fez, e não gostando de muitos dos vídeos que tento seguir porque  tenho de parar os exercícios para ver como se faz, querendo hoje trabalhar os braços,e há muito tempo que não faço cárdio,  este vídeo que sugeriu ao Trip foi o ideal para não ter momentos de paragem.

Então, depois de fazer os exercícios das minhas aulas dePilates, fiz os do vídeo.

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Obrigada,  Luísa,  pelo link. Foi muito proveitoso.

Depois do almoço andei pela net, até que  recebi uma mensagem que dizia que na farmácia, a mais perto de casa, há gel desinfectante.

Como precisava de pôr o lixo no contentor, pensei passar lá.

Aproveitei para ver o sobrinho neto  (nem os beijos e os abraços do costume lhe dou).

A farmácia está fechada, tem agora um postigo para atendimento. Ninguém à porta, fomos atendidas de imediato.

Pedimos produtos o para  o menino, e o gel.

Descemos a avenida, a padaria  estava aberta, entrou a sobrinha, primeiro.

Saiu,entrei eu. Comprei pão e fermento ( vou experimentar fazer pão pela primeira vez na vida).

E no regresso a casa, o mercadinho estava aberto, comprámos morangos.

Já vai no décimo dia que não preciso de sair de casa para compras de supermercado.

# fique em casa 14 e 15

domingo, tinha coisas para publicar,restringi-me à foto da semana... O dia começou com uma triste notícia.

Na noite de sábado, a minha amiga N tinha ligado, eu não ouvi o telemóvel, vi a chamada quando me fui deitar, 2h20( pela hora actual),de imediato deixei mensagem no messenger a dizer que falaríamos no Domingo.

Ontem de manhã, fui acordada com o toque do telemóvel, saí da cama a correr até à sala para atender. Quando li o nome da minha amiga ( irmã como ela diz que sou) N, pensei que algo estaria mal.

A chorar  desorientada, comunicou-me que o pai falecera. 

Fiquei sem saber o que dizer. E disse não sei o quê.

O pai fora para o hospital no sábado, ficara internado para fazer exames. 

E morreu tranquilo durante a noite.

Desesperada que estava, disse-lhe que ia a casa, precisava de a confortar.

Mas quando saí de casa, naquela inconstância do vai, não vai, depois de uns largos metros de percurso, telefonei à M,outra grande amiga de coração, expliquei o que acontecera, se havia de ir, ou não, o  ter a certeza que ao chegar a casa ia esquecer-me do Coronavírus, ia abraçá-la, dar-lhe conforto, chorar com ela.

Esta disse-me que seria melhor não ir, que lhe ligasse, ela ia compreender.

Quando desliguei o telefone, já tinha voltado para casa.

Liguei-lhe. E ela entendeu. E chorou, e chorámos.E demos conta do que nos está a impedir de nos abraçarmos,de conversarmos, de lembrarmos os nossos entes queridos que já foram.

Hoje, foi o funeral.

Dissera-me que o funeral  seria no cemitério, apenas dez pessoas poderiam estar presentes, que a funerária dava máscaras e luvas.

Eu comuniquei que estaria presente, mas longe uma vez que a família tinha prioridade.

Quando lá cheguei, estariam mais de dez pessoas, não saí do carro.

A minha homenagem foi o meu silêncio, dentro do carro.

Depois do cortejo fúnebre passar o portão do cemitério,  foi fechado.

Quatro homens estavam cá fora com máscaras nas mãos, presumi que haveria outro funeral.

E nesse curto espaço de tempo que estive no carro,chegaram quatro carros fúnebres. Esperavam a sua vez para entrar.

Um entrou, sem ninguém para a cerimónia,os outros ficaram à espera.

Só quando saíu o grupo do funeral do pai da minha amiga, entraram os outros carros,em que estavam apenas duas pessoas a acompanhar.

E foi então percebi e senti a dor das imagens que vira nas notícias ( deixei de ver) dos funerais  das vítimas do Coronavírus.

A dor de não poderem estar presentes nestas horas de desespero em que dar a mão e o abraço são tão importantes,de sentirem que no sofrimento os familiares e amigos estão ali,mesmo que por breves minutos.

Quando a minha amiga me viu,dentro do carro, acenou-me.

Aproximou-se.Ficou a cerca de três metro de mim. 

Falámos um pouco,chorámos.

Os familares mantinham alguma distância. Despediram-se dela e de mim, com um levantar da mão.

O pai da minha amiga tinha 91 anos e morreu tranquilo.O coração fraquejara, desta vez.

Não teve o funeral que merecia.

Tempos tristes e esquisitos estamos a viver.

Fossem estes  "normais", estaria em casa da minha amiga a dar-lhe o conforto que tanto precisa.

 

 

tive uma ideia !

Há quatro dias que não vejo o meu sobrinho neto,aquele menino fofo de 29 meses que vou buscar diariamente à creche,e que deixei de ver porque assumi definitivamente, embora a sobrinha more numa rua a cerca de 200m da minha casa, e lamentavelmente não deixar de prestar apoio enquanto ela teletrabalhava ( a partir da próxima semana tem férias forçadas) mas compreendeu a minha posição, ficar por casa até que esta pandemia passe.

Já estou com saudades do menino.

Tenho dois sobrinhos  netos irlandeses, dois luso-brasileiros. E tenho outro, com seis meses, que só o vi duas vezes, vive nos arredores desta cidade.

E tive uma ideia.

Temos o grupo da família no whatsapp.

Vou combinar com a minha sobrinha que vive no Rio, são três horas de diferença ( a partir de amanhã passamos a duas,com a mudança para a hora de verão) e combinamos a melhor hora de nos vermos e falarmos via skype.

Eu não sei como se faz a conexão, há anos que não uso o skype, mas eles, os sobrinhos, sabem, e pelo menos uma ou duas vezes por semana tentaremos "estar juntos".

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Até porque TODOS ESTAMOS   em casa,  mesmo a família do Brasil.

 

 

 

# fique em casa 12

publicado no post anterior, desafio dos pássaros, a meio da tarde  recebi uma chamada de um número que não faz parte dos meus contactos. Não costumo atender,mas como recentemente o telemóvel desligava-se e foi de novo formatado, perdi alguns contactos,  resolvi atender.

A pessoa foi directa a dizer o meu nome,não reconheci a voz, perguntei quem falava.

Ela estranhou a minha pergunta, até que a voz soou a alguém que não ouvia há muito,muito tempo.

Gostei de a ouvir? Sim.

Gostei de alimentar a conversa ?Não.

Por que a ouvi durante 1h20m? Porque já foi uma amiga e não é mais há uns anos. Mas por algum  respeito que ainda tenho por ela,ouvi-a.

E porque tão cedo não volto a ouvi-la...espero eu.

 

 

 

desafio dos pássaros

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desafio dos pássaros #  2.9

 

Sem tema definido para esta semana, vamos continuar a animar a blogosfera.

Como não me inspirei em nada, mas quero que tenha pernas para andar,isto é, dedos para teclar,  uma vez que a nossa vida, e por tempo indeterminado, é #ficaemcasa,hoje de manhã,depois de uma troca de mensagens no whatsapp com alguém aqui da blogosfera , ( atrasaste as minhas tarefas,carago), depois de uma rápida  conversa ao telemóvel com a mana, que continua a trabalhar fora de casa, depois de ver algumas breves notícias  sobre o estado actual dos portugueses e do mundo nesta calamidade que é o COVID-19, depois de algumas lágrimas que me saíram dos olhos, apaguei a televisão.

Já estava vestida para arrasar dentro de casa, com a roupa do ginásio,fiz a minha aula de Pilates.

Mas como estava na sala, com o sol tão bom a entrar pela janela, a minha gata, confortavelmente sentada a gozar este sol, passou a observar os meus movimentos.

Propositadamente, fiz um exercíco de elevação e abaixamento das pernas para ver o que ela fazia.

À medida que eu as movimentava, ela acompanhava os movimentos com a cabeça e tentava,também, agarrá-las com as patas.

E filmei.E tirei uma fotografia.

E foi assim que este pássaro piou o que tinha a piar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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