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cantinho da casa

cantinho da casa

fui colher as Maias

Diz a lenda que colhendo estas flores da urze na véspera do 1º de maio e pendurando-as, à noite, na porta, muma janela ou varanda, significa que durante o ano não vai faltar o pão em casa.

As histórias são diferentes de região para região, é uma  tradição que nem sempre cumpro, mas hoje, quando fui meter gasolina, e de propósito fora da cidade, encontrei-as num terreno do lado de trás da bomba.

As minhas Maias...

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Um poema de José Régio

 

Canção de Primavera

Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores, 
Pois que Maio chegou, 
Revesti-o de clâmides de cores! 
Que eu, dar, flor, já não dou. 

Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves, 
Acordai desse azul, calado há tanto, 
As infinitas naves! 
Que eu, cantar, já não canto. 

Eu, Invernos e Outonos recalcados 
Regelaram meu ser neste arrepio… 
Aquece tu, ó sol, jardins e prados! 
Que eu, é de mim o frio. 

Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio, 
Vem com tua paixão, 
Prostrar a terra em cálido desmaio! 
Que eu, ter Maio, já não. 

Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto; 
Ter sol, não tenho; e amar… 
Mas, se não amo, 
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto, 
E não por mim assim te chamo?

 

 

Uma canção de Maio

 

 

Foto da Semana # 17

 

 

Subia em direcção ao lago do Bom Jesus, vejo um vaso  de flores ( penso que são petúnias) pousado junto ao passeio. De repente, uma senhora sai de uma das portas da casa, que presumi ser a Casa Paroquial, e põe outro vaso ao lado do primeiro.

Tão lindosque eram, tirei a fotografia antes que ela os levasse sabe-se lá para onde.

Quando descia o mesmo caminho, os vasos já não estavam lá.

 

hoje, uma música

Tenho procurado ir ao domingo às aulas de Hidroginástica, mais calmas neste dias, as senhoras da semana não estão por lá, não há conversas disto e daquilo que incomodam quem quer fazer a aula e o professor(a).

O final da aula tem sempre uma música de relaxamento, que a professora costuma variar a cada domingo.

Hoje, foi bom recordar um cantor que estava esquecido da minha lista de preferências, fiquei com a música na mente para não me esquecer de a procurar no youtube.

Gostava muito deste cantor ( pena não passar na rádio).

E a música de relaxamento de hoje foi «Cose de La Vita» de Eros Ramazzotti que neste vídeoclip está muito bem acompanhado por uma cantora de excelência...

 

 

"Aqui nasceu Portugal"

Dizem com muito orgulho os Minhotos de Guimarães, rivais também dos Minhotos de Braga, embora para mim somos todos portugueses não há cá rivalidades, isso é só no futebol, que também acho ridículo, mas é um facto que os Vimaranenses são vaidosos porque a sua cidade é o berço da "naçon", dificilmente aceitam perder, ou ter menos que os outros, quando um tem, eles também querem ter.

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A minha amiga M tinha-me convidado para ir com os alunos a Guimarães. O plano era a visita ao Paço Ducal e Castelo, subíamos o teleférico até à Penha, almoçávamos por aqui, seguíamos à tarde para o Bom Jesus,  subíamos no funicular, os miúdos (adolestcentes, na sua maioria) iriam andar de barco, os autocarros esperavam por nós, seguiam para a escola à hora de os miúdos apanharem os transportes escolares para casa.

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Raramente recuso os convites da minha amiga M, disse que sim, bastava dizer o dia do passeio para não marcar nada para o dia. E nas férias da Páscoa avisou-me que seria dia 27, hoje, portanto. 

Levantei-me às 7h00, roupa destinada para passear, mal acordo e vejo o tempo que fazia, estava a chover, altero para uma roupa mais quente. Grande azar! Ontem ainda tinhamos um calorzinho agradável, pensei que a chuva viesse para o final do dia.

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Já estava no carro à minha espera, quando cheguei, fomos ao lugar habitual de trocas de boleias, já estavam alguns colegas à nossa espera, seguimos para o encontro com os alunos.

Feita a distribuição dos miúdos pelos autocarros, fizemos a pequena viagem até Guimarães, a chuva não era intensa, mas estava frio, sabia bem mais uma camisola aconchegada ao corpo.

 

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Chegamos a Guimarães, os miúdos iam comer um lanchinho, estão sempre com fome (passam o tempo a comer merdices( gomas, rebuçados, chiqueletes, batatas fritas...) antes de entrarem para o Paço. No largo já se viam muitos turistas, eu ansiava um café, felizmente tinha um em frente ao monumento, senti-me mais confortável com a cafeína.

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Infelizmente, a maioria dos miúdos não sabe estar em lado nenhum. Foi-lhes pedido que não falassem alto, mas não escutam, não querem saber, corriam dentro das salas do Paço, tocavam os objectos, foram chamados à atenção várias vezes não só por nós como pelos funcionários do edifício.

Nunca tinha visitado o Paço, fiquei fascinada  não só com o exterior, mas também o interior sobretudo as tapeçarias, que muito gosto.

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Ao lado, fomos para o Castelo. Adoro muralhas, castelos, torres, tudo o que seja alto, e seguro, para poder apreciar tudo o que está à volta e fotografar.

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Mais uma vez aqui, andei pelas muralhas, mais uma vez aqui foi preciso repreender os miúdos, algusn com 14/ 15 anos, que faziam das suas diabruras como se estivessem no pátio da escola a brincar.

Os estrangeiros seguiam com cuidado e olhos abertos, não fosse algum dos miúdos ter ou provocar alguma queda.

E sem me conhecerem de lado algum, repreendia-os, dizia que era uma inspectora contratada para os vigiar.

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Pela hora do almoço fomos para, e diziam eles o "telesférico". Muito miúdos demorámos bastante tempo metê-los nas cabines. Vários casais estrangeiros atrás daquele infinito número de crianças, um deles perguntou-me onde podiam  comprar os bilhetes, ( que era no mesmo local onde se entrava para as cabines), tiveram de esperar que a criançada entrasse para comprarem os seus bilhetes, e enquanto isso não acontecia, estava eu no fim da fila para que nenhum miúdo ficasse de fora,  o casal que estava atrás de mim meteu conversa e soube que eram Mexicanos, tinham começado a visita a Portugal pelo sul, subiram até Lisboa. Já tinham visitado Coimbra e Fátima, subiram até ao norte do país, e daqui desceram passando por Caminha, Cerveira, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Braga, Guimarães. Voltariam a Braga , queriam ir ao Santuário do Sameiro, já tinham visitado o Bom Jesus, iriam para o Porto. 

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Entretanto, entrei para a cabine com a minha amiga M mais três miúdas que estavam histéricas com a subida e o que viam.

Do lado oposto, virava-me para poder fotografar a cidade lá do alto.

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Gostei, ignorei a altura, o que estava por baixo de nós, o percurso e sobretudo porque se percebe que este já precisa de manutenção. Quando pus os pés em terra foi um alívio.

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Já na Penha, o sol brilhava, os miúdos estenderam as tolhas nas mesas de granito, abriram as marmitas com o farnel, almoçaram a correr para irem para a brincadeira.

Eu e a M sentamo-nos a comer as nossas sandes, as outras colegas tinham farnel.

O comboio de cidade estava no local para ganhar dinheiro, era ver os miúdos pagarem 1 euro para dar a volta ao espaço da penha, uma alegria, pareciam bandos de pardais à solta. Dizia eu que o dia estava ganho com estes miúdos.

Fui visitar a igreja da Penha.

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16horas metemo-nos à estrada, íamos dar o prazer de algumas crianças subirem o fincular do Bom Jesus, experiência que nunca tiveram.

Mais algazarra, todos excitados à medida que o funicular subia.

 

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Lá em cima, foram directos aos gelados, seguiriam para o lago para andarem de barco. Cada bilhete custava 1,50 euros por 15 minutos. A excitação era maior quando se meteram nos barcos, à vez, alguns atreviam-se a fazer algumas piruetas, as colegas tinham de berrar para  que tivessem cuidado.

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Felizmente nada aconteceu, mas é um risco e uma reponsabilidade para os adultos estes passeios e terem de tomar conta de cerca de 150 adolescentes e levá-los para casa direitinhos.

 

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Ora eu ficaria pelo Bom Jesus, não precisava de ir à escola com a minha amiga M, um ex-colega reformado ia buscar uma das colegas, vinha com eles.

Lembrei-me de fazer o pecurso a  pé do Bom Jesus até ao lugar onde deixara o meu carro. E se o pensei, pus em prática. Despedi-me de todos os professores, voltei ao funicular fiz a descida, e meti pés ao caminho estrada abaixo.

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O vento era frio, mas estava sol, em 45 minutos estava junto ao meu carro, segui para casa.

A M perguntara-me se estava arrependida de ter ido. 

Óbvio que não. Nunca visitara o Paço Ducal, nunca fora ao Castelo, fora à Penha em criança, e apesar de ter ido várias vezes a Guimarães, uma cidade simpática e que gosto de verdade, ficara pelo centro da cidade.

Os vimaranenses têm orgulho em dizer "Aqui nasceu Portugal" e  honra seja feita, têm os seus monumentos bem conservados, dignos de receberem os mais altos representantes do país e do estrangeiro.

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coisas do meu dia

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Fui ao Mercado Municipal, espreitei a zona dos talhos, que antigamente estavam apinhados de pessoas que iam comprar a carne para toda a semana, estava tudo vazio, não se viam talhos nem carne nem pessoas.

Espero que as próximas obras do mercado dêem vida ao que foi um grande Mercado Municipal e que hoje restringe-se à venda de legumes e frutas.

A vinda dos hipermercados e supermercados destruíram o nosso mercado onde havia uma certa confiança e familiaridade entre quem comprava e vendia.

Lembro-me de ir com a minha mãe, ajudá-la nas compras,  por vezes estávamos meia hora ou mais à espera, quer no talho quer no peixe, à espera da nossa vez, e de onde trazíamos de tudo, e com boa qualidade, para toda a semana.

Passei numa vendedora que legumes, que não a habitual, porque vi favas. Adoro-as na sopa, embora as pessoas digam que são deliciosas num arroz ou estufado, mas não aprecio. E a minha mãe cozinhava-as muito bem. Aliás, tudo o que ela cozinhava, excepto bolos, era bem feito. Dá-me umas saudades da comida da minha mãe!

Ora estava eu a comprar as favas, trouxe ovos biológicos, também, aproximam-se duas senhoras que perguntam o que era aquele legume.

A vendedora respondeu, mas elas não entenderam. 

Meti-me na conversa, disse o nome, que elas repetiram , e perante a pergunta " como se comem?",  expliquei que pode ser na sopa, no arroz ou estufadas. Pedi à vendedora uma, abri a vagem, retiro uma fava e ensinei como se tira a "pele".

Ficaram maravilhadas as duas senhoras brasileiras do interior do Estado de São Paulo que vieram viver para cá há pouco tempo, andavam a conhecer o mercado e os produtos.

Lembrei-me que está a chegar o mês das cerejas, mas este ano, com a chuva e o frio que tivémos nestes últimos dois meses, certamente que elas chegarão aos mercados para meados de Maio. Espero que com o calor destes dias traga muitas e boas cerejas.

Comprei flores que as vendedoras trazem do campo, e que prefiro-as às das floristas.

 

 

o dia 25 de Abril

 

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trouxe-me este inesperado destaque, obrigada Equipa do Sapo, foi um miminho que recebi.

Um "olhar" pelos posts  mais antigos que escrevi sobre o Dia da Liberdade, transcrevo este de 2010 que me trouxe recordações do que se vivia cá em casa, antes da revolução das armas, e por que hoje tenho pensado, com muitas saudades, nos meus familiares..

 

«36 anos, muito aconteceu, pouco mudou no que ao poder diz respeito.

Lembro-me que  nesse dia fui para a escola, logo de manhã, aqui bem perto da minha casa, onde vivo actualmente.

Falava-se da queda do governo.

Mandaram-nos para casa.

Rádio a toda a hora, TV também. Ninguém queria acreditar.

Minha mãe estava ansiosa  e com medo que as armas disparassem, por cá.

Meu irmão encontrava-se na Guiné, em combate.

Foi um alívio para ela. Vivia em constante ansiedade.

De cada vez que eu ia à caixa do correio, que fica na entrada da porta do prédio, se eu demorasse um pouco mais a subir, pensava que havia alguma má notícia. Se houvesse, seria por telegrama, era entregue em mão.

Naquele tempo,escreviam-se aerogramas a via mais simples de os filhos da guerra escreverem à família.

Uma folha de papel fino, amarelo, que era dobrado em três. Escrevia-se o remetente e o destinatário e lá chegava o bendito aerograma. 

Gostaria de os ter de recordação, mas não os encontrei. Deduzo que minha mãe teria rasgado quando meu irmão regressou a Portugal.

Hoje comemora-se mais um ano do dia dos cravos.

Tenho grande admiração por todos os homens que foram combatentes de guerra.

Os amigos do meu irmão, amigos meus também, combateram em Angola e Moçambique. Um amigo e funcionário na empresa do meu pai combateu em Timor. Todos foram separados. Estão por cá, alguns já são avós. Meu irmão, não. Está "lá noutras vidas", com minha mãe, minha irmã e meu pai.»

 

 

 

 

 

 

doidices minhas

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Tinha escrito neste meu post que num dia de sol iria dar um passeio pela Foz no Porto.

Ora o dia chegou mais cedo, e inesperado, pois estava à espera de ir a uma consulta à clínica em Lisboa mas como o pequeno problema que tinha num dente podia ser resolvido no Porto, sexta-feira, ligaram-me, foi marcada uma consulta para hoje ao fim da manhã.

Gostei da médica (jovem e simpática) meia hora no consultório, tudo correu bem, feita a reparação, saí com destino à Foz, tinha a tarde para mim, estava quente, decidi ir a pé.

Mais à frente da clínica, reparei numa loja com umas roupas engraçadas, para todas as idades e estilos, com uns preços bastante interessantes, entrei, e apesar de muitas das peças serem tamanho único, comprei duas blusas.

Era hora de almoço, estava com fome, fui caminhando até que vi o supermercado Bom Dia, atravessei a rua cujos semáforos foram feitos para os automobilistas pois estive uma eternidade à espera que abrisse o dos peões, almocei por lá.

Uma horita a descansar, aproveitei para ler e comentar alguns blogs.

Mal eu imaginava o que tinha para andar. A paragem de autocarro estava ali à minha frente, não me passou pela ideia apanhá-lo e sair na rotunda do Castelo, queria tomar por lá o café, fui andando, andando, andando e o Forte ( Castelo do Queijo) não me aparecia à frente.

Passo ao lado do Parque da Cidade, calculei que estava perto da rotunda, mas a cada 100 metros comentava comigo " que doida, Maria, fazeres estes quilómetro a pé. Porque não apanhaste o autocarro?" , e continuava a andar na expectativa de ver o Forte, a rotunda, o mar.

Não fazia a miníma ideia do comprimento da Avenida da Boavista ( sempre fizera o percurso de carro), cheguei 45 minutos depois de sair do supermercado, junto à Cufra.

Sentei-me na esplanada a tomar o café, deixei-me estar a ver o mar, reparei que os autocarros que vão para o centro param perto  do Castelo, fui dar um passeio pelo paredão, em direcção à Foz do rio Douro, caminhei cerca de 4 km, até à Praia dos Ingleses... E fiquei por aqui.

Surge-me aos meus olhos uma paragem de autocarro, apanhei o 500 que passava em São Bento, onde queria ficar para regressar a casa (cansada que estava adormeci no comboio, ahahah!).

Contas feitas, andei cerca de 9,5 km.

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E o que vi?
Vi muitas pessoas na praia, casais 3ª idade que apanhavam sol, uns vestidos, outros em fato de banho, pescadores, namorados, estrangeiros, grupos de jovens que brincavam na praia, pescadores, esplanadas cheias e...muito, muito LIXO!

"Que praias sujas, que mau aspecto! De que estão as Câmaras à espera para as limpar? Do Verão?"

Com tanto turista cá de dentro quanto lá de fora, é tempo de limpar ", comentei. Até um skate carcomido da água do mar jazia junto às rochas perto do passadiço. Fiquei desolada, porque era de mais o lixo que se estendia ao longo da praia.

À parte a minha desolação, deliciei-me com o passeio e, como seria de esperar, cá estão algumas das fotografias.

 

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E o lixo

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