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cantinho da casa

cantinho da casa

Novembro, triste Novembro

17h45, no trânsito, ao som da RFM passava a música dos Xutos & Pontapés.

No final, a locutora comenta a bonita música deste grupo que ao longo dos anos a acompanhou e a admiração que tinha por Zé Pedro, que " nos deixou", disse.

Minha mente parou. " Nos deixou?", comentei.

Reajo à notícia, falo sozinha, alto, dentro do carro. 

" Como é possível? Outro? Mais um? Que se passa, Novembro?"

" A única forma de o homenagear, está na música, Zé Pedro", continuou ela.

Passa a música,  " Ai se Ele Cai".

 

E começo a cantar o refrão, juntamente com eles.

E vieram ao meu pensamento as longas noites dos anos 80 e 90, na discoteca Indústria,  a loucura de estarmos na pista a dançar, simulando a  guitarra que tocávamos, saltávamos, e todos, em uníssono cantávamos, levantávamos as mãos...

Belos tempos, Xutos & Pontapés, que vivemos nessa época.

Nunca tive o prazer de vos ver ao vivo, mas ficam muitas memórias lindas e saudáveis das noitadas da minha juventude.

Em tua homenagem, Zé Pedro, escuto-vos neste pc.

Obrigada, Xutos.

"Para Sempre" em Paz,  Zé Pedro.

 

 

 

a pergunta do dia do Sapo

 

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A maioria das pessoas, inclusive eu, faz a árvore de Natal num dos dias feriados do mês de Dezembro.

Ainda não vai ser amanhã que vou fazer a minha, não.

A empregada esteve cá, ontem, não vou sujar o chão com as folhas que caem sempre que monto a árvore. Depois vem a gata, mete-se debaixo a roê-las. Caem as bolas que ela as roça com a cabeça. E por incrível que pareça, nunca a deitou abaixo.

Na verdade, quando li este post, e este, deu-me uma vontade de ir à garagem e tratar de fazer a minha, mas: " Tão cedo? Não!"

Lendo a pergunta do dia do Sapo, parece que as pessoas que fazem a árvore de Natal mais cedo, são mais felizes.

E a primeira pessoa que me veio ao pensamento levou-me comentar para o meu decote: " A Mula sabe-a toda, ah, pois sabe! 

 

 

 

 

"Ai, que mãos tão geladas!"

Fui visitar a minha amiga Alice.

Durante o Verão, prometera a mim mesma visitá-la, mas o calor, com o qual não me dou, fazia-me ficar em casa, adiava constantemente.

Quando abriram a porta surge ela,  rosto sorridente. Estava, hoje, nos dias normais.

Uma das nossas amigas dissera-me que um dos dias que a visitou ela estava muito abatida, nem parecia a Alice que estamos costumadas ver.

Abracei-a e dei-lhe um beijo. Perguntei-lhe quem era eu. Nenhuma das vezes que o fiz ela disse o meu nome. Hoje, era o da minha irmã que ela tinha na mente.

Descemos os corredores daquela Casa de Saúde. A minha intenção era darmos um passeio pelos jardins, apesar do frio que fazia, mas agasalhadas que estavamos, superaríamos, pensei... e mal.

Há um café  na Casa de Saúde. É hábito os familiares levarem os "doentes" para um lanche. Havia-o feito com a Alice a primeira vez que lá fui, e porque apareceram mais duas amigas juntamo-nos e lanchamos com ela.

Das outras vezes, ela dissera-me que tinha lanchado, não queria nada ( sempre que lá vou, ofereço uns chocolates ou biscoitos).  Descíamos, então, os corredores até que junto à porta do café, ela a meu lado , mete-se à minha frente para entrarmos.

Percebi que queria comer. Escolhemos uma mesa, perguntei-lhe se queria lanchar.

Nunca disse que sim. O sim dela era encolher os ombros, emitir algumas palavras inacabadas.

Eu dizia leite, sumo, bolo, ao mesmo tempo que apontava para o balcão onde se viam os sumos.

Um prato com um bolo de laranja, caseiro, em cima do balcão, destacava-se dos bolos de pastelaria menos apetitosos e convidativos.

Ela quis uma fatia de bolo e um sumo.

Enquanto a funcionária preparava o lanche, eu, de pé, tentava que ela falasse alguma coisa, até que  afago-lhe o rosto e : " Ai, que mãos tão geladas!". Foi a única frase completa que saiu da sua boca.

Veio o lanche. Ia comendo de uma forma que me pareceu inquieta. Partia pedaços grandes da fatia de bolo, mãos um pouco trémulas,  metia-o à boca, comia sem proferir uma palavra. Deixei-a comer sossegada.

Pegava no pacote de sumo, que segurava mal, percebi que tinha alguma dificuldade em levar a palheta à boca. Perguntei-lhe se queira um copo, dizia que não. De repente, ela agita o pacote e percebe que ainda tem sumo, mas não consegue sorvê-lo. Delicadamente, tirei-o da mão e reparei que com as trémulas mãos tirara a palheta e metera-a ao contrário: a parte mais comprida fora do pacote. Pus direita. Bebeu o sumo todo.

Pensei para os meus botões " Será que também tem Parkinson?"

De quando em vez, perguntava quais as actividades que fazia. Se pintava,  se desenhava.  Vendo as suas unhas pintadas, perguntei se fora ela que as pintara. Ou dizia que não, ou não conseguia completar as frases.

Às tantas, aponta para a minha camisola, com um tira em malha na gola, perguntei se gostava dela e se era bonita.

Respondeu que sim.  E comento eu de imediato: " Eu também sou bonita".

Em uníssono, saiu-nos uma gargalhada. Fez-me bem esta sua gargalhada.

Decide levantar-se. Estava a parecer-me de novo inquieta.

Fomos até ao jardim. O vento era muito frio. Subimos os fechos dos nossos casacos.

Ela não estava a aguená-lo, tosse um pouco e diz " Tenho tosse!" Está frio".

Fomos  para o corredor onde fica a sala dela, sentámo-nos a ver e ouvir as senhoras  que por lá andam, também.

A funcionária veio ter connosco, entreguei-lho os biscoitos . E soube que a Alice lanchara antes de eu chegar.
"Lanchou duas vezes", comenta a funcionária. E pergunta-lhe: 

" Esta senhora é irmã?"

A Alice olhou para mim. Não soube responder.

Respondi que era  uma amiga. 

Ela repetiu a palavra "amiga" e quando a funcionária lhe perguntou o meu nome, voltou a olhar-me e disse o nome da minha irmã.

Ela vai dizendo alguns nomes das amigas ou família que se lembra no momento, nada mais que isto.

A funcionária comentou que a minha amiga é muito educada, limpa, boa pessoa. Por vezes anda deprimida, vai-se abaixo, não consegue comunicar com as outras pessoas. Assusta-se com tudo e tem medo.

A grande amiga da Alice, mais que uma irmã de sangue, telefonou para a Casa de Saúde a pedir que, amanhã, a vistam bem porque vai buscá-la para sair.

Além da família, esta amiga é a única pessoa que tem autorização para levar a Alice a almoçar ou passear.

17horas, despedi-me. Ela ria-se.

E prometi voltar dentro de 15 dias.

 

hora do chá

5ª feira passada, passei no Ikea, comprei umas pequenas coisas para oferecer no Natal, lembrei-me dos biscoitos de Natal de gengibre que adoro para a minha hora do chá.

Encontrei e trouxe duas... porque também gosto das latas.

Tem sido a minha gula à hora do lanche.

 

 

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amêndoa e gengibre

 

 

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de aveia com canela

 

 

 

 

 

 

 

 

coisas do meu dia (adenda)

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Hoje de manhã, levantei o estore do quarto, sorri de contente porque os funcionários da AGERE não levaram os monstros, que contei aqui.

Vi que o gajo pôs a tralha a ocupar o espaço de estacionamento para pessoas com deficiência (existe uma placa) , com o pormenor de ter deixado um aparelho de televisão, que os funcionários não levam.

Saí para umas compras, cruzei-me com o vizinho do lado, o primeiro a vir morar para este prédio, há cerca de 50 anos. 

Parou e perguntou-me de quem era o lixo que estava  no passeio.

Respondi-lhe que é do P e que ele tem uma sorte do caraças porque não cumpre com os horários estipulados para colocarmos o lixo à porta e nunca teve multa (que eu saiba).

Não faço queixa porque não quero mais problemas a acrescentar aos que tive há anos (a polícia veio cá várias vezes) aquando das obras que fiz em casa.

Quem quiser que o faça.

Eis aqui a tralha de sua excelência o P , o vizinho do 1º andar.

 

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coisas do meu dia

Por volta das 22h30 o estrondo de algo a cair escada abaixo era demais.

Achei estranho. O vizinho de cima não faz à noite o que deve fazer de dia, eu e o do r/c, idem, o do 1º andar é um palerma, um mal educado, um louco, berra se há obras no prédio. 

De repente ouço a porta do 1º andar fechar e porque são frequentes  as vezes que ele põe tralha lá fora, pensei: " foi ele!".

Uns minutos depois, fui à janela.

E lá estão: uma mesa de cozinha e um baú.

Palerma se fossemos nós a fazer barulho era capaz de mandar um berro.

É o único morador desta rua que põe o lixo à tarde, muito raramente à noite, e o palerma  tem tido sorte, nunca é apanhado pela fiscalização.

Ora, este lixo grande deve ser comunicado aos serviços municipalizados, no caso a AGERE, especificar que objectos são, o número de peças a pôr na rua, marcar o dia, e o lugar no passeio a ser colocado para que os funcionários da recolha dos monstros o vejam e levem.

Mas há sempre os chicos espertos que põem sofás velhos junto aos contentores de reciclagem, ficam dias e dias expostos à chuva e ninguém leva porque suas excelências não contactam os serviços. Da tanto trabalho!

Então, este senhor meu vizinho teve a esperteza de colocar a tralha junto à árvore e fora do passeio para que os homens do lixo a levem.

Mas vou estar atenta.

Ao domingo passam depois da meia-noite. Até quero ver se o levam.

É que quando eu pus este lixo, foi com autorização dos serviços e eu ainda tive o bom senso de explicar aos funcionários da recolha o porquê dele junto à árvore.

Eu ficaria muito contente se os homens não levassem os monstros.

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Semana 47- Desafio 365 Fotos

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Uma semana parca em fotografias, trago algumas recordações deste passeio.

 

Foto 1 - O verde da montanha a caminho do Maciço da Calcedónia.

 

Foto 2 - O nosso fiel amigo que nos acompanhou do início ao fim da caminhada.

 

Foto 3 - Uma aldeia lá longe, Covide.

 

Foto 4 - Na rota do trilho.

 

Foto 5 - Uma fotografia no Parque das Nações ( outubro de 2013).

 

Foto 6 - Fui ao Braga Parque em dia de Black Friday ( saí sem compras).

 

Foto 7 - Voltei ao Braga Parque ( saí sem compras)

raios partam as meias

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Um ano depois dos três tratamentos que fiz aos derrames nas pernas, tive a consulta na 5ª feira passada. Mais quatro picadas, volto em finais de 2018, saí do hospital com as meias descanso vestidas que terei de as usar pelo menos durante cinco dias.

Ontem precisa de levantar uma encomenda no centro comercial, vesti uma saia, uma meia calça opaca por cima das meias descanso.

No centro comercial, e sempre que percebia que ninguém me olhava, parecia uma tolinha a erguer um pouco a saia para puxar as meias que me caíam pela pernas.

O que valeu foi que não perdi muito tempo neste espaço cheio de gente que andava na loucura às compras Black Friday.

À noite fui jantar com um grupo de amigos, decidi não levar a saia para evitar sistematicamente puxar as meias, mudei de roupa, vesti umas calças. Não sei o que aconteceu, senti-as mais justas, não puxei uma única vez.

Como tenho um par, antes de deitar-me lavei-as, enxaguei-as numa toalha e deixei-as secar para de manhã as vestir.

Hoje, vesti calças, as meias também. Mas na rua, lembraram-se de me provocar; caíam coxa abaixo.

Andei 20 minutos a pé, parecia uma tolinha. A cada passo parava e tentava puxá-las, mas sem êxito.

Às tantas, desisti. Tirei o blusão ( hoje a temperatura estava agradável para andar em camisola) pu-lo à minha frente para que ninguém reparasse na figura que eu fazia.

Cheguei a casa da minha irmã, já elas estavam cá em baixo nos joelhos. Puxei-as o mais que pude. Saímos para tomar um café na Casa das Tíbias, bem perto de casa dela, mas durante esse pequeno percurso a minha irmã ria-se de gozo porque a minha forma de andar dava a entender que tinha algo na perna, tipo damos um passo e esticamos a perna e o pé amorteça o passo,  ao memso tempo que dizia: "raios partam as meias!".
Mal chegamos ao café, fui directa à casa de banho para as despir, acto possível depois de tomarmos o nosso café. Fomos ao nosso passeio eu de botins calçados e sem meias.

Com ideia de comprar um par de mini meia, entretanto, encontramos um casal amigo que  encontrara os familiares que passeavam. Depois  aparecem outros familiares desses amigos, formou-se um grande grupo que parou a conversar disto e daquilo. Combinou-se um jantar de Natal, mas ela ( que está à espera que o frango cresça para jantarmos em sua casa um arroz daqueles de comer e chorar por mais), que trabalha num banco, diz que tem os próximos fins-de-semana com jantares marcados, não vai ser possível estar presente.

E estivemos 1 hora na conversa a falar dos nossos tempos de noitadas nas discotecas, dos namorados, o prazer de mostramos as fotografias dos nossos sobrinhos netos; dos filhos que já têm idade para ter filhos, da vontade de verem a família crescer

Despedimo-nos com um "se não nos virmos antes, um Feliz Natal"... Continuo a dizer que os bracarenses gostam de viver a sua cidade ao fim de semana.

Porque fico mais confortável com as meias, vesti-as quando cheguei a casa. Aqui, faça as cenas que fizer, ninguém vê.

 

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