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cantinho da casa

cantinho da casa

o melhor para 2017

Sou um pouco altruísta, é verdade, mas também penso e gosto muito de mim.

Se o ano de 2016 foi o concretizar de alguns objectivos que queria ver definitivamente cumpridos, e foram ( não devo um cêntimo dos empréstimos que tinha, ao banco),    não faço planos para 2017.

Aliás, não sou pessoa de os fazer, porque a experiência diz-me que nem sempre cumpro e/ou consigo realizá-los.

Então, vou vivendo cada dia com as decisões que tomo de véspera ou uns dias antes, ou decido hoje, por vezes, o que quero fazer hoje.

Para 2017 desejo que as pessoas que gosto muito, consigam ter força suficiente para vencer o cancro.

Um beijinho especial à CC, à Lu, à Fátima, e à Alice.

Feliz Ano para todos(as).

 

 

as minhas fotografias

no Instagram. 

Jardim de Santa Bárbara; tecto do palco de Natal na Avenida Central; árvore com luzes de Natal; A Brasileira, à noite; o farol de São Pedro de Moel; fim de tarde no Bananeiro em noite de Natal; Presépio de Natal na escadaria do Barga Parque; no provador da H&M mostrando as confortáveis botas pretas da La Redoute; Mafalda e eu numa noite de passeio pelas ruas de Braga.

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neste final de ano

havia de apanhar uma constipação.

Tudo porque de manhã, na aula de Bodybalance fiquei ao fundo do estúdio.
Acabaramos de fazer o aquecimento, a professora achava que estava quente e com a concordância de algumas senhoras ligou o ar condicionado para o frio.

A temperatura estava agradável, não era preciso frio.

Não me dou bem com o ar condicionado, passei bem a tarde bem, mas agora à noite, os espirros, a garganta, a tosse, os olhos que choram, resultou nesta constipação.

Se amanhã continuar, ninguém me tira de casa para festejar a passagem do ano.

 

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a cena repetiu-se

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Ontem, final da tarde o telemóvel tocou. Vi o número, que não conheci, decidi atender.

A voz de uma mulher pergunta se está a falar com a senhora x. Respondo que sim.

E começa a descarregar o que queria: fazer um pequeno inquério à qualidade da água da companhia.

Respondi, sabendo eu o que viria a seguir. A cena de 2011 ia repetir-se.

Estava preparada para as perguntas sobre: estado civil, número de filhos, profissão...

Antes de desligar agradece e diz que brevemente iria ser contactada. 

Ao início da tarde, descia eu a rua, toca o telemóvel.

Atendi. Era mesma voz.

Cumprimenta, pergunta se sou a senhora tal, que é da empresa x e que ontem tinham ligado. Que estava uma tarde bonita, cheia de sol, que a chuva não quer vir e tal.

Cortei a conversa e perguntei o que queria.

Repetiu que era da empresa x, que queriam fazer o teste à qualidade da água ( o teste do copo), que precisavam de ajuda, que ganham uma comissão quando vão a casa apresentar o produto.

Interrompi-a de novo dizendo que já conhecia o teste e o produto, que há uns anos alguém veio com a mesma conversa, que não nos largam, que não estava interessada em nada, que me desculpasse, não estava disposta a receber ninguém em minha casa, até porque tivera uma má experiência.

A mulher insistia que precisava de ganhar a comissão.

Eu interrompia dizendo que entendia, que sabia disso, mas não queria nada.

Voltava à carga comentando que o facto de eu ter tido uma má experiência não significava que todos são mal educados, e que quem cá viesse, seria educado. E suplicava constantemente que a ajudasse.

Insisti, também, que não. Que lhe desejava boa sorte mas não queria ninguém em minha casa a fazer o teste que conhecia, e que me desculpasse mas desta vez não podia ajudar.

E do outro lado ouviu-se um lamento.

Custou-me decepcionar a mulher, mas não dá.

Quando estas pessoas (con)vencem, metemo-nos em maus lençóis / despesas.

 

 

 

 

 

 

promessa cumprida

Prometera a mim mesma que iria ver a Alice, hoje.

Fui comprar uma caixa de chocolates para lhe oferecer.

Quando a vi, estava acompanhada da Joana, a prima grávida.

A Alice sorriu quando me viu.  Reconheceu-me, mas não conseguia dizer o meu nome.

Dei-lhe um abraço.

Sentamo-nos no banco do jardim.

Conversámos muito, mas ela não acabava as palavras.

Trazia um blusão com uma gola de pelo que o grande amigo Fernando, a pessoa que mais a visita, lhe ofereceu.

À medida que eu falava das nossas amigas, dos jantares que fazíamos, as palavras dela saíam com alguma fluidez.

Perguntei se a amiga Cândida a visitara.

Sim, e de vez em quando vai buscá-la para almoçar.

Falei na Cândida, o nome não mais lhe saiu da boca.

Ria-se de tudo e de nada.

Às tantas, ao longe, vejo alguém que procurava alguém.

Ninguém se reconheceu.

Esse alguém volta a aparecer no meu campo visual. Aproxima-se.

Era outra amiga nossa.

Rimo-nos da situação.

Conversámos, rimos, recordamos.

O telemóvel desta amiga toca, é outra que vem ter connosco.

Mais um abraço.

Arrefecera, fomos ao bar. 

Às 17 h o bar fechou, era a hora de Alice regressar "à sua casa".

Foi a útima a entrar na sala. Despedimo-nos dela.

Veio à janela espreitar. Sorria.

Atiramos-lhe beijos.

Vai passar o ano com a família.

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Alzheimer é uma despedida que leva anos...

uma frase que li aqui.

Cheguei do ginásio, estacionei o carro em frente à minha garagem.

Saí do carro, deparo com a minha vizinha da cave, a Glorinha.

92 anos, uma senhora que sempre conheci magra, com uma ligeira corcunda dos anos árduos de trabalho no campo e de levantar cedo para ir vender o que plantava para o mercado, às terças e sábados. Foram muitas as vezes que acordei com o ruído do motor da carrinha que os levava para o mercado, às 6h da manhã.

Nunca teve uma conversa fluída, o vocabulário não era de mais, mas é uma senhora querida e amada por quem aqui vive.

Foi-lhe diagnosticada a doença de Alzheimer há cerca de 6 anos.

Não conhece ninguém, não fala, não reage a nada.

No início do ano, visitei-a.

A filha mais velha estava desesperada porque a Glorinha não queria comer.

Falava com ela : " O que te dói, mãe? Vê quem aqui está! Quem é esta?"

E eu pedia para não massacrar a mãe. O olhar perdia-se na mesa que tinha à sua frente. Não levantava a cabeça. Emita breves sons.

O marido da Glorinha tem 87 anos, um homem corpulento, cuidava do jardim do prédio até há 2 anos.

Começou a definhar, "os ossos não ajudam", dizia ele. Cai, está frágil, também. Quem diria que aquele homenzarrão ficaria tão frágil!

O que lhe vale é a força de vontade que tem para andar a pé, apoiado na bengala. 

Mas já não consegue cuidar da Glorinha, durante a noite.

Decidiram contratar duas pessoas. Uma cuida dos dois durante o dia, à noite vem a outra.

As duas filhas mais velhas, nos 60, professoras do 1º ciclo, reformaram-se cedo.

O mais novo terá 53 anos, um rapaz muito paciente, uma jóia. Todos os dias, depois do trabalho, passa  em casa dos pais. Por vezes, dorme lá.

Hoje vi a Glorinha sentada numa cadeira de rodas, muita mais magra, sonda no nariz, cabeça tombada para o ombro esquerdo. Apanhava o sol das 13h.

Saí do carro e aproximei-me.

"Quem a viu e quem a vê!", pensei.

A empregada chamava-a para ela olhar para mim. Tentava levantar-lhe a cabeça tombada sobre o ombro.

Pedi para não a forçar.

A Glorinha faz 93 anos em Fevereiro, tem Alzheimer. A despedida da vida está a levar anos...Parece que a  morte, que seria  seu alívio, não a quer levar.

Dói-me ver a Glorinha neste estado.

Uma vida num corpo sem vida.

Fiquei chocada.

 

E a minha amiga Alice?

Hei-de falar nela brevemente. Quando vi este fime , jamais me passaria pela mente que a minha amiga, 56 anos,  tem Alzheimer. Está internada numa casa de saúde. 

Preciso de me despedir de 2016 com a consciência tranquila de que a Alice está, tanto quanto seja possível, bem.

 

 

o Natal passou

o trabalho que me deu ( e não cozinhei no dia de Natal, todos os oito pratos foram feitos pelo meu irmão mais novo) tirou-me o apetite de vir aqui escrever sobre esta festa da família.

Há oito anos que o Natal é em minha casa. Foi muito bom, a família estava completa, comeu-se muito bem, bebeu-se melhor, os vinhos foram muito bem escolhidos por eles. Comi e bebi pouco.

Deixo um cheirinho do que foi o almoço de Natal, com vinte e uma pessoas mais as três crianças que se sentaram à mesa connosco, comeram e foram brincar.

 

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De cima para baixo, da esquerda para a direita: capão de Valongo; "foda" à Monção; cabrito,  Entre-Os-Rios;  pernil assado, Alto Douro; migas de São Vítor; sarapatel, Alto Alentejo;  arroz de zimbro, Serra da Estrela.

O pato que já estava cozido, para o arroz,  e a fazer na hora, para o jantar, acabou por ficar no tacho. Está agora congelado à espera de ser cozinhado para um almoço ou jantar.

E o meu desejo de tirar a foto de família e a dos sobrinhos e sobrinhos netos foi cumprido.

É a festa do ano, foi alegre, gosto muito da minha família, o trabalho é de mais, o corpo recupera.

 

 

 

 

 

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