Hoje foi um dia com dois acontecimentos inesperados.
Estava na última aula da manhã,quando entrou uma colega e amiga na sala de aula.O filho, que frequenta a escola onde trabalhamos, tinha sofrido um acidente e tinha de ser levado para o hospital, na ambulância, e queria que eu levasse o carro para Braga.
Não queria de modo algum trazer o carro. Fico sempre com receio de que algo possa acontecer e, sendo o carro de outras pessoas, parece que tudo corre mal.
Não tinha alternativa, e trouxe-o.
Quando cheguei a casa, um pouco tarde para fazer o almoço, meto a chave na fechadura e a porta não estava trancada. Tinha a certeza de que havia dado as quatro voltas, mas... De repente, lembrei-me que a pequena teria a segunda chave , pois ontem tive uma reunião e pedira-lhe para trazer a que eu lhe dera.
Entrei em casa e vi-a, a pequena.
Vou à cozinha ver a minha gata. Vejo um vaso no chão. Não estava partido. Achei estranho! Comentei "Este vaso não estava no chão."
A Sofia veio atrás de mim e disse, "Estava caído. Foi a gata. E ela não consegue pôr uma das patas no chão."
Observei a bichinha.A pata esquerda da trás, mantinha-a levantada.
Decidi almoçarmos no McDonald´s, para contentamento da Sofia, e levar a gata ao veterinário, sem antes ligar para a clínica e saber se a podia levar para uma consulta.
Por voltas das 16 horas, fui. A gatita sentada no banco da frente, observava o novo espaço, o do carro.
Por azar, quando cheguei ao veterinário estavam 3 cães para entrar. E demoraram um tempão.
Entretanto, estava no parapeito da janela e vejo chegar dois homens com os seus animais.
Uma das cadelinhas, muito fofa e bonita, vê a minha gata e começa a ladrar.
A espera foi longa.
Chega o dono da clínica e fica estupefato por me ver.Não sabia que eu tinha adoptado a Kat. Quando fui levá-la à vacina e desparatizaçãp, ele não se encontrava lá, tendo a Kat sido assistida por outra médica veterinária.
Saem os matulões dos cães e entro eu com a minha pequena.
O doutor pega nela, dobra como se tratasse de um pano, a com uma só mão, vai mostrá-la aos clientes que estavam na sala de espera. E todos ficaram deliciados por ser tão pequena ainda.
Duas radiografias foram tiradas. A patinha estava bem.
A Kat resmungava e tentava morder quem lhe punha a mão. E o doutor dizia "tens muito mimo, és uma fofa".
Depois disto, foi-lhe injectado um anti-inflamatório.
E só paguei a radiografia. Uma atenção do veterinário.
Mimo tem qb. Só faz asneiras. Todas as noites, antes de me deitar, é uma "tourada" com ela. Por vezes, tenho receio de a magoar. Atira-se às minhas pernas. É louca! Corre de um lado a outro da cozinha e da marquise. E, para sair da cozinha, tenho-o de fazer em fracções de segundos, não vá ela aparecer e eu bater-lhe com a porta e apertar o seu corpo frágil.
De manhã cedo, quando vou dar-lhe a comida, porque ela está sempre em primeiro lugar, dou-lhe "bom-dia" e ela vem atrás de mim, metendo-se entre os meus pés...sujeita a levar pontapés, como já aconteceu.
É um autêntico forró de manhã e à noite.
E, quando visto um vestido, evito ir à cozinha, antes de sair para a escola...As meias! Um dia destes, preparada para sair, ela salta para as pernas e "Kat, pára! As minhas meias!"
Se estiver de botas, a coisa escapa...mas tenho que estar sempre atenta às investidas da bichaninha.
É louca. Muito louca.
Mas é uma gatinha fofa e linda!Adoro enchê-la de beijos. Dar os meus beijos à esquimó. E ela fica deliciada.
(a Kat, a completar 3 meses)
E mudando de assunto, por que me lembrei de algo inédito e que nunca vi.
Quando íamos para a escola, após uma curva pouco acentuada, vemos, na berma da estrada, dois cavalos deitados. Mortos.
Ficámos sem saber o que pensar. E (re)vivemos algumas passagens características daquela zona.
Recentemente, vinha para casa e vi dois cavalos bem perto da estrada, que se alimentavam da erva do monte. Comentei com o filho da minha amiga "estes cavalos podem desorientar-se e vir para a estrada.É um perigo!"
Lembrei-me que, há anos, contou-se que um cavalo tinha resvalado monte abaixo, caiu em cima de um carro e matou uma jovem.
Ainda este ano, na mesma mesma zona andavam à deriva na estrada duas vacas. Estavam na faixa contrária à que eu circulava.
Na mesma altura, já perto da escola, andavam dois bois perdidos no meio do trânsito que, àquela hora de entrada dos alunos para a escola e saída de muitas pessoas da vila em direcção a Braga, estava parado à espera que os animais se "decidissem" sair dali.
Assustei-me. Mas consegui passar, antes que eles se metessem à frente do meu carro.
E, como ia dizendo, os cavalos metiam dó, ali na berma da estrada.
No regresso a casa, no carro da minha amiga, ao passarmos novamente pelo local, os dois cádeveres continuavam lá, abandonados.
A colega que vinha comigo contou que, na escola, alguém dissera que o acidente acontecera ontem à noite, cerca das 23h, e envolvera cinco viaturas. Os animais estavam na via. Foram atropelados.
Não se sabe se os animais teriam dono ou se seriam selvagens.
Foi dito que ninguém ficou ferido, mas que os carros sofreram danos. Que os animais mortos foram postos na berma da estrada pelos condutores envolvidos.
Ninguém reclamou os cavalos.
Ninguém foi retirá-los da berma.
Ninguém assumiu nada.
Se os animais tinham dono, este nunca irá reclamar.
Estes casos acontecem frequentemente. E a GNR não faz nada. Todos sabemos disso.
Paz a estes animais.
E que não fiquem esquecidos na berma...para bem da saúde pública.