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cantinho da casa

cantinho da casa

coisas minhas # está calor

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estamos em Maio e já me apetece ligar a ventoinha. estou dentro de casa, e farto-me de transpirar.

ouvi dizer que o verão vai ser quente.

espero que os incêndios não sejam os mesmos ( aqueles que o homem provoca) ou em maior número dos anos anteriores.

já basta o coronavírus para matar pessoas e deitar abaixo a economia do país, e do mundo.

haja bom senso de todos.

poupem a floresta, por favor.

amanhã, vou à praia.

 

estendem os braços como se implorassem

e ninguém (os animais são outra coisa...vão à vida como se nada fosse), e o verão chegou um pouco atrasado, neste país à beira-mar plantado, de fumo e destruição, se compadece:  e elas ficam sós, sempre sós.
 

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As árvores crescem sós. E a sós florescem.
 
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
 
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
 
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
 
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
 
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
 
As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
 
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
 
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.
 
Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.

António Gedeão

 

 

 

o furacão transformou-se em chamas

Ofélia, o furacão que se prevera afectar os Açores, veio para o Continente.

Os Açorianos bateram palmas de alívio. Vento e chuva foi o que resultou, nada que não estejam habituados nestas ilhas do nosso Atlântico.

Nós, por cá, corríamos contra o vento, contra os incêncios que mataram pessoas, que mataram florestas, que incapacitaram os bombeiros de fazer mais e melhor pela nossa floresta.

Tenho vergonha do que se está a passar neste país, tenho vergonha de constatar a incompetência de quem governa este país, tenho vergonha de saber que há quem queira ver estes país a desertificar-se, tenho vergonha do pouco que vi da minha janela, ontem à noite.

Tenho vergonha.

O furacão transformou-se em chamas. Mais uma vez, ontem, Portugal ardeu.

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imagem da minha cidade, Braga

que ela venha, a chuva

Ontem, para oeste as nuvens cinzentas e escuras davam a entender a ameaça de chuva, e que era bem-vinda.

Mas por cá, o tempo estava seco e abafado. 

Hoje de manhã, as nuvens que encobriam o sol deixaram cair por terra a ideia da vinda da chuva.

O calor continua, o corpo fica entorpecido, não apetece fazer nada.

Fui ver a meteorologia.

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 .

Mas a cor cinza do céu, é agora  de fumo  dos incêndios e que o vento traz para o centro. Nem o Monte de Santa Marta das Cortiças se vê.

A ser verdadeira esta previsão, que a chuva venha, não em cargas fortes capazes provocar enxurradas, mas certa, contínua e se possível durante muitos dias.

 

 

 

continuamos a arder

ontem, no centro da cidade e quem estivesse atento ao céu para Este, interior do distrito, veria a grande nuvem de fumo e sentiria o ar saturado e o calor que fazia.

Hoje, depois da fisioterapia, com uma blusa de manga comprida que vestia, sentia-me transpirada e pouco confortável, como nos dias quentes de verão. Vim para casa, não me apeteceu fazer nada do que tencionava para esta tarde.

Decidi aproveitar o tempo para tirar as roupas dos roupeiros, separar as que não tenciono usar mais, e limpá-los por dentro,  .

Já no final da tarde, fui buscar o aspirador que guardo num pequeno aposento de arrumações junto à marquise, senti um cheiro a queimado. Aproximei-me da janela e para o lado de trás do monte da Falperra, a vista era esta: 

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os incêndios

fui dar um abraço aos meus sobrinhos netos, que regressam ao Brasil amanhã.

Quando saí de casa deles, fumos negros viam-se ao longe em dois montes distintos.

Fui ao supermercado, no regresso, noutros lugares opostos, mais dois focos de incêndio se viam ao longe.

Hoje está muito calor cá na cidade.

Continuo a não querer aceitar e perceber o que leva a floresta a arder.

Ontem, li este fabuloso post, que recebi por e-mail, com o título « porque é que há florestas que não ardem em Portugal?», e a acção no terreno de  " os amarelos".

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(imagem daqui)

ignoro, mas hoje não

Há anos que evito ver as notícias sobre os incêndios florestais.  Dói-me a alma, sinto uma tristeza indescritível quando vejo a floresta a arder. Então, prefiro ignorar.

Ontem, as notícias davam conta de vários incêndios florestais por todo o país.

Mais tarde deitada no sofá a ver o filme que passava na televisão, pego no telemóvel para ver a programação, queria saber qual o título do filme. Já na página surge-me um alerta vermelho onde se lia " 19 mortos no incêndio em Pedrógão Grande". De imediato sintonizo a SIC Notícias.

Desta vez não podia ignorar. Precisava ver e saber o que se passava nesta terrível tragédia.

Hoje, a ver as notícais, desde manhã cedo, o número de vítimas aumentou, como seria de esperar. 

Não quero julgar ninguém, mas só uma tragédia destas para, definitivamente, responsáveis governamentais, engenheiros, técnicos, bombeiros, populações,  sentarem-se à mesa a conversar, encontrarem um caminho, um meio de regular o  ordenamento do território, num país que está a ficar desertificado não só de pessoas, mas também de floresta.

Coragem para todos os homens que combatem os incêndios em todo o país.

Os meus pêsames a todas os familiares das vítimas que ficaram no incêndio em Pedrógão Grande.